Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
01/11/2013 01h01
PENITÊNCIA DA FALA

            O verso 15 do capítulo 17 do Bhagavad Gita diz o seguinte: A austeridade da fala consiste em proferir palavras verazes, agradáveis, benéficas e que não perturbam os outros, e também em recitar regularmente a literatura védica.

            No meu atual ponto evolutivo frente à minha relação com Deus, faria apenas um reparo nesse texto: não recitar regularmente a literatura védica, mas citar sempre que conveniente a literatura que expresse a vontade divina.

            Assim, junto as minhas opiniões ao significado que é feito logo abaixo do texto, descrito em itálico.

            Ninguém deve falar de modo que agite a mente dos outros. Naturalmente, ao falar, um professor pode instruir seus alunos, dizendo-lhes a verdade, mas esse mesmo professor não precisa se dirigir àqueles que não são seus alunos com palavras que acaso venham a agitar suas mentes. Esta penitência refere-se ao ato de falar.

            Essa lição é muito útil para mim. Acredito que eu não esteja fazendo essa penitência da fala e por isso deva ter causado tanto conflito. Eu preciso perceber como está harmonizada a mente dos meus interlocutores para que não agite as suas mentes com os meus pensamentos e convicções. Agora, na condição de professor eu devo dizer a verdade, mesmo que isso venha a agitar suas mentes. Mas eu tenho que ser reconhecido na condição de professor! Essa é a questão. Na minha sala de aula, não existem dúvidas. Todos os alunos que estão ali na minha frente estão na condição de alunos e que me reconhecem na condição de professor. Então o que eu falo tem a conotação da verdade tirada dos livros textos, das pesquisas, da minha experiência. Agora, ao sair da sala de aula, cada um tem sua experiência de vida, e o que para mim parece correto para o outro pode não ser. Isso tem um profundo reflexo nas relações afetivas, e quanto mais íntima, mais complicada pode ficar a questão. Digo isso porque na relação entre homem e mulher, cada um tem seus paradigmas biológicos que não se harmonizam por natureza. É necessário um esforço de compreensão para que duas pessoas se aprofundem na intimidade sem perder a harmonia e a qualidade de vida. O sentimento do amor romântico complica a situação quando está atrelado ao exclusivismo da relação. O que pode salvar o relacionamento é o acatamento do amor incondicional como a força prioritária no relacionamento e que a tudo e a todos influencia com preferência. Mas vamos supor que os dois amantes que desejam conviver tem prioridades diferentes: um defende o amor romântico, o outro o amor incondicional. Cada um tem a sua verdade. Para que haja harmonia no relacionamento que se deseja aprofundar, é necessário trilhar por uma das vertentes: a do amor romântico ou a do amor incondicional. Qualquer que seja a trilha escolhida, aquele amante que a defende é que passa a ter a responsabilidade e o encargo hierárquico de professor. Tudo isso feito com o maior senso de justiça, de racionalidade. Não existe aqui a conotação de inferioridade ou superioridade, existe a conotação de procura pela verdade mais pura, mais coerente com as exigências da vida, com a vontade de Deus.

            Eu tenho a plena convicção de que o Amor Incondicional é a força maior do universo e que tem a essência do próprio Deus em sua realização. Com essa convicção em minha mente, não posso entrar em nenhum relacionamento que defenda outro tipo de força, outro tipo de amor, estaria sendo incoerente comigo e hipócrita com os outros. Isso me deixa com uma aparência arrogante frente às minhas amigas e/ou pretensas namoradas, amantes, companheiras, as quais em sua unanimidade até agora, dentro da minha experiência, defendem o amor romântico como base da relação afetiva. Dentro desse choque de paradigmas, até agora eu não tive sucesso com nenhuma. Todas de uma forma ou de outra me expulsaram de suas convivências quando notaram que não podiam suportar tão forte sofrimento em tolerar o meu comportamento. Vejo que a única condição de alguma mulher ficar perto de mim e tentar aprofundar o relacionamento, é reconhecer racionalmente a força maior dos meus argumentos e aceitar a minha condição de professor para transformar a prioridade do amor romântico que existe nela em amor incondicional que existe em mim.

            Se atingirmos esse patamar, não devemos falar tolices. Estaremos num nível de falar em círculos espirituais, do que é dito nos livros sagrados, no que é aprovado por Deus. Sempre que alguma palavra vier à mente o seu significado deverá sempre ser respaldado pelas escrituras sagradas, pelas mensagens intuídas pelo saber do Espírito Santo. Esta conversa passa a ser agradável dentro da harmonia do relacionamento, obteremos o maior benefício com ela e ainda contribuir para a elevação da sociedade humana aos padrões do Reino de Deus, como o Cristo ensinou. 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 01/11/2013 às 01h01
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