Novamente um texto de Poh Fang Chia, publicado no “Pão Diário, 2013” no dia 30-10-13 chamou a minha atenção. Dizia o seguinte:
“Preguiçoso? Não eu. Sou atarefado. Acordo cedo e durmo tarde. Minha agenda é cheia do começo ao fim. Adoro o que faço e gosto de produzir. Devoro as listas de tarefas com a mesma intensidade com que jogo basquete.”
Identifico-me com essas palavras de um blogueiro cristão. É ótimo estar ocupado e produzindo, certo?
No entanto, se compreendermos o significado do verdadeiro discernimento demonstrado no livro de Provérbios, poderemos descobrir que somos apenas preguiçosos agitados. Eis a razão. Provérbios 10:5 descreve a pessoa ajuizada como ocupada e sábia. Em outras palavras, uma pessoa ajuizada usa a sua força e o cérebro. Analisa a situação e toma decisões sábias sobre seu trabalho. Sabe como agir e falar em situações diferentes. Não foge de desafios, mas os analisa com a ajuda de Deus. Sabe que sabedoria não é sinônimo de quociente de inteligência alto, mas de saudável temor ao Senhor. (9:10).
Uma pessoa de bom senso também se prepara em expectativa pela colheita. Tem uma meta clara a cumprir e toma as atitudes apropriadas no tempo certo para colher na melhor época.
Essa pessoa reconhece que a agitação não nos torna imunes à preguiça. As pessoas podem se ocupar e ainda assim não realizar algo de valor. Podem se ocupar, fazendo as coisas erradas na hora errada. E aquilo que realmente deveriam fazer, não o fazem.
O bom senso procede da análise, expectativa, ação apropriada e realização – proveniente da ação do Espírito Santo em nosso interior. Ao considerarmos nossos afazeres concentremo-nos nas prioridades e projetos que se originaram nos sábios planos de Deus. Ter zelo por Deus não significa apenas ocupar-se.
Esse texto traz a oportunidade de avaliar o que considero o meu principal adversário interno: a preguiça. Apesar de tantos que me conhecem não aceitarem esse meu diagnóstico, agora com este texto de Poh Fang Chia eu tenho condições de avaliar com mais precisão o que me preocupa. Não é o fato de ter diversas atividades ao longo do dia que eu estou livre da preguiça, posso estar simplesmente agitado. Tenho que ficar ocupado, mas com sabedoria. Devo seguir o conselho de usar o bom senso nas minhas ações, fazer a análise do que posso realizar, imaginar uma perspectiva para a ação, realizar a ação necessária a esses objetivos e sentir e obedecer a vontade de Deus manifestada na consciência.
Um aspecto do texto que não sintonizei, foi quanto o “temor ao Senhor”. Eu procuro ver Deus como o Pai amantíssimo que a tudo perdoa, compreende, conforta e ajuda, até mesmo com um simples clips que desaparece misteriosamente durante a leitura na cama, sugerindo levantar para procurar e em seguida fazer o que é necessário. Vejo nessas ações tão simples e tão misteriosas a mão de Deus a ajudar sem causar qualquer dano à minha vida, ao meu corpo ou ao meu espírito. Pelo contrário, só vejo ações positivas que procuram elevar o meu grau de consciência e purificar dos meus defeitos, usando sempre os recursos que Ele já me proporcionou.
Eu substituiria no texto, com tranqüilidade, temor por amor.