Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
07/11/2013 01h01
O DESAFIO DA LEI

            Esse foi o título do filme que assisti ontem, no canal Netflix. Trata de uma questão que considero um dos meus maiores erros, corrijo, o meu maior erro. Ter orientado o aborto de uma criança que não era meu filho, mas poderia ser considerado como tal. Nessa época eu pensava que a mulher tinha direito a decidir sobre o seu corpo, inclusive de tirar a vida que ela contribuiu para formar.

            O filme traz a tona todos os argumentos que eu usava antes para defender o aborto e o direito da mulher que assim decidia. Termina por defender aborto colocando uma série de argumentos sociais, entre eles a multidão de crianças geradas, nascidas e que se desenvolvem sem carinho, proteção e muitas vezes à margem da lei, contribuindo para o enorme índice de criminalidade, miséria e injustiça social.

            Eu não caio mais nessa armadilha. Desde que tomei consciência de que a vida se forma na concepção, que o ser gerado dessa forma, a partir de uma única célula, o ovo, já deve ter reconhecido o seu direito de vida e que ninguém pode eliminar sua vida sem ser considerado um criminoso, por qualquer argumento que apresente.

            Sei que fui cúmplice de um assassinato no passado, um que estava bem próximo de mim e que me cabia a missão de protegê-lo e não matá-lo. Também fiz a mesma orientação a outras mulheres que me procuravam como médico e a outras também dei essa orientação. Tornei-me assim cúmplice de outros assassinatos. Mas, tenho como atenuante a esse passado criminoso, a minha posição de ser um mero conselheiro na questão. Pois se a mulher decidia ter o seu filho, apesar de todo conflito que gerasse ao redor, inclusive se me atingisse diretamente, mesmo assim eu acataria sua opinião, e se fosse o caso me responsabilizaria no que me cabia por aquela vida que estava em formação. O meu foco principal não era a defesa do aborto, era a defesa do direito da mulher decidir sobre seu corpo, o que poderia implicar até o assassinato de um ser humano. Este era o meu erro.

            Hoje eu reconheço esse horrível pecado que a minha imaturidade cognitiva e espiritual me conduziu. A justiça dos homens não me alcançou, mas a justiça de Deus me considera como um detento vivendo numa espécie de condicional, cumprindo trabalhos comunitários para pagar a pena. Assim, reconheço a minha culpa e procuro agir com o máximo de Amor, talvez por isso eu tenha me associado de forma tão profunda ao Amor Incondicional, pois sei que este Amor cobre uma multidão de pecados. Foi isso que o Pai colocou na minha consciência, e como Ele viu que eu fazia tudo sem murmuração, adicionou uma tarefa extra, de usar esse Amor Incondicional para deixar uma espécie de demonstração para a coletividade humana como poderá ser construído o Seu Reino.

            Hoje eu reconheço o valor da vida humana desde a concepção e uso todo meu poder de argumentação para defender essa vida que está sendo gerada, inclusive com meu próprio sacrifício material se isso for necessário e conveniente. E dentro dos meus relacionamentos mais íntimos procuro construir esse Reino de Deus, assim como o Pai sempre me está orientando.  

Publicado por Sióstio de Lapa
em 07/11/2013 às 01h01
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