Sióstio de Lapa
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Meu Diário
09/11/2013 01h01
O BÁB

            Ainda tentando atualizar a leitura diária, vi no livro “Pérolas de Sabedoria”, da fé Bahá’í, que o dia 20 de outubro, dia que eu nasci, era também o dia do nascimento do Báb. Fui na internet em busca em busca de conhecer quem era e encontrei uma página (http://www.bahai.org.br/religiao/Bab.htm) que transcrevo na íntegra.

A palavra Báb em árabe significa Porta.

O Báb foi a porta para um novo Reino - o Reino de Deus na Terra.

O Báb era ainda bem jovem quando revelou aos outros a Mensagem que Deus lhe dera. Tinha apenas 25 anos de idade. Uma bela cidade no sul do Irã, chamada Shiraz, foi o lugar de Seu nascimento.

As pessoas no Irã eram muçulmanas, e por isso ele recebeu um nome muito comum naquele país - Ali Muhammad. O Báb descendia do próprio Maomé.

O pai do Báb faleceu logo após seu nascimento. Um tio, o irmão de Sua mãe, criou-o. Quando criança foi enviado para um mestre, que lhe ensinou o Alcorão e as matérias elementares. Porém, desde a infância o Báb foi diferente das outras crianças.

Estava sempre fazendo perguntas difíceis de serem respondidas, dando Ele mesmo as respostas, o que deixava boquiabertas as pessoas mais velhas. Freqüentemente, enquanto as outras crianças brincavam ele se dedicava às orações, sentado à sombra de uma árvore ou em outro lugar silencioso.

Mais tarde, quando o Báb revelou Sua realidade como um Manifestante de Deus, tanto Seu tio como Seu mestre n’Ele acreditaram porque tinham-no conhecido desde a infância e visto a diferença entre Ele e as outras crianças. Seu tio até faleceu como um mártir da Causa de Deus revelada através de seu sobrinho, o Báb.

Antes do Báb declarar Sua Missão como um Mensageiro de Deus, existiram dois famosos mestres os quais disseram que, conforme previsto no Alcorão e nas tradições sagradas, o Prometido do Islã logo iria aparecer. Esses dois mestres foram Shaikh Ahmad e seu principal discípulo Siyyid Kasim. Em virtude de terem sido eles dois homens santos e muito instruídos, muitas pessoas acreditaram no que disseram e se prepararam para receber o Prometido.

Quando Siyyid Kasim faleceu, seus discípulos espalharam-se por diferentes lugares em busca do Prometido. Alguns deles, dirigidos por um jovem piedoso e muito culto, chamado Mullá Husayn, ficaram meditando, orando e jejuando durante quarenta dias, e então partiram para Shiraz.

Suas preces foram atendidas. Próximo ao portão de entrada de Shiraz. Mullá Husayn encontrou um jovem radiante de alegria que tinha vindo recebê-lo. Esse jovem não era outro senão o próprio Báb.

Convidou Mullá Husayn para ir à sua casa e lá, em de 23 de maio de 1844, o Báb declarou ser o Prometido.

Mullá Husayn sentira seu coração atraído para o Báb desde o primeiro minuto em que seus olhos O viram à entrada da cidade. Mas agora, quando Seu hospedeiro fizera tão grande revelação, Mullá Husayn pediu-lhe alguma prova pela qual pudesse conhecê-lo como sendo mesmo o Prometido.

O Báb disse que nenhuma prova seria superior aos versos divinos revelados por um Manifestante de Deus. E então, tomando de Sua pena e papel, escreveu Seu primeiro texto sagrado. Embora não tivesse freqüentado escola, exceto por um breve período na infância, o Báb, como todos os outros Manifestantes de Deus, estava dotado de um profundo conhecimento inédito, que era uma dádiva do Criador.

Escreveu com grande velocidade e enquanto escrevia cantava os versos com voz suave e celestial. Mullá Husayn não desejou mais nenhuma prova. Com lágrimas nos olhos, prostrou-se aos pés do Manifestante de Deus.

Mullá Husayn foi o primeiro discípulo do Báb, que lhe deu o título de Bábu’l-Báb, que significa a porta da Porta. Aquela noite marcou o início de uma nova era.

O calendário bahá’í começa naquele ano, 1844.

Não demorou para que outras pessoas também acreditassem no Báb. Alguns encontraram-no pessoalmente, outros leram Seus escritos sagrados, enquanto ainda outros, reconheceram-no através de sonhos e visões que tiveram sobre Ele.

O Manifestante de Deus é como o sol. Quando o sol se levanta todo o mundo o enxerga, menos aqueles que estão profundamente adormecidos. Mesmo os que dormem, mais cedo ou mais tarde, vêm a saber que o sol está brilhando.

A Mensagem do Báb foi dada primeiramente ao povo do Irã. Mas os mulçumanos de outros países não sabiam que o Seu Prometido já viera. Portanto, quando milhares de mulçumanos, de todos os países, se reuniram em Meca em peregrinação, o Báb viajou para esse lugar sagrado do Islã, a fim de dizer a todos que o objeto de sua adoração já se encontrava entre eles, que Ele, o Báb, era o Prometido.

Ninguém lhe deu ouvidos, mas o Báb completou Sua declaração, fazendo-a publicamente naquele centro de Fé muçulmana.

Quando retornava à Sua cidade natal, encontrou um grupo de soldados que vinha prendê-lo, pois os fanáticos mullás (padres muçulmanos) não queriam que Sua Fé se espalhasse. Esses mullás fizeram de tudo para extinguir a luz de Deus que ardia no coração do Báb.

Daquele dia em diante o Báb passou por incontáveis dificuldades: Sua vida, após a Declaração, curta, mas brilhante, foi vivida em sua maior parte nas prisões. O Báb esteve encarcerado em terríveis prisões, construídas nas montanhas onde fazia frio e em cuja região viviam poucas pessoas. Mas as correntes ou as prisões não puderam impedir que o Chamado de Deus se espalhasse.

Enquanto o Báb encontrava-se preso, Seus fiéis seguidores levaram Sua mensagem para todos os cantos do país e durante um curto período de tempo milhares de pessoas deram suas vidas por Sua Sagrada Causa.

O Báb era ainda jovem, com apenas 31 anos de idade, quando decidiram matá-lo.

Ele sabia que seria martirizado no caminho de Deus. Mas sentia-se feliz em sacrificar Sua vida para que se voltassem para Deus e buscassem seu reino de eternidade.

O dia do martírio do Báb foi 9 de julho de 1850.

Na manhã daquele dia, o guarda encarregado de levá-lo para ser executado foi falar com Ele na prisão. O Báb estava conversando com um de Seus discípulos, que escrevia Suas últimas instruções. O guarda lhe disse que chegara a hora e que os soldados estavam prontos, na praça central da cidade, aguardando ordens para a execução.

O Báb lhe disse que tinha de concluir Sua conversa com Seu discípulo antes de ser fuzilado. O guarda riu e disse que um prisioneiro não podia fazer o que bem entendesse. Disse-lhe o Báb que poder nenhum na Terra podia impedir que Ele terminasse Sua missão neste mundo e que iria terminar o que tinha de dizer ao Seu discípulo.

O guarda levou-O para a praça de execução. No caminho, um de seus discípulos, de nome Muhammad Alí Zunuzi, avançou da multidão jogando-se aos pés de seu amado mestre, implorando para ser executado com Ele. O guarda tentou afastá-lo, mas Muhammad Alí Zunuzi tanto implorou que lhe foi permitido morrer em companhia do Báb.

Na praça onde os soldados estavam esperando para desfecharem a carga fatal, uma grande multidão se reunira para assistir ao fuzilamento do Báb. Todos olhavam enquanto o Báb e Seu discípulo eram amarrados de tal maneira que a cabeça do discípulo repousava no peito do Bem-Amado.

Chegou o grande momento. Os tambores ecoaram, soaram os clarins, e quando estes sons diminuíram ouviu-se a voz do comando dizer "Fogo!"

Centenas de soldados puxaram os gatilhos. Espessa nuvem de fumaça cobriu toda a praça. O cheiro de pólvora era bem forte no ar. Assim que a fumaça foi desaparecendo, uma grande surpresa tomou contas de todos.

Não havia sequer um traço do Báb. E seu discípulo estava de pé, desamarrado e ileso. Ninguém sabia o que pensar. Muitos disseram ter ocorrido um milagre e que o Báb desaparecera para o céu, o pelotão de fuzilamento jamais presenciara coisa igual. Guardas foram enviados em várias direções, em busca do Báb. O mesmo guarda que trouxera o Báb da prisão voltou para lá e O encontrou sentado calmamente, concluindo Sua palestra com Seu discípulo, a qual havia sido tão rudemente interrompida, o Báb voltou-se para o guarda e, sorrindo, lhe disse que a Sua Missão na terra agora havia terminado e que estava pronto para sacrificar Sua vida para provar a veracidade de Sua missão.

Mais uma vez foi levado para a praça, onde o comandante do pelotão de fuzilamento recusou-se a executá-lo novamente. Retirou seus soldados e jurou que nada faria tentar tirar outra vez a vida daquele inocente e santo jovem. Outro regimento foi solicitado para levar a cabo execução e desta vez centenas de balas retalharam os corpos do Báb e de Seu devotado discípulo.

Sua divina face, porém, ficou intacta, sem ser atingida por nenhum tiro, e mostrava um leve sorriso de paz e felicidade, de alguém que havia dado Sua vida para proclamar o início de uma nova era para a humanidade.

O Báb foi um grande Manifestante de Deus. Em todos os Seus escritos disse que a finalidade de Sua vinda fora trazer as boas-novas de que em breve o Prometido de todos os tempos iria aparecer.

Advertiu aos Seus seguidores para ficarem atentos, a fim de reconhecerem "Aquele que Deus tornaria, manifesto".

Disse que deviam deixar todas as coisas de lado e seguir o Prometido, tão logo ouvissem Sua Mensagem. O Báb escreveu inúmeras orações implorando a Deus para que a Sua própria vida pudesse ser aceita como um sacrifício ao Bem-Amado de Seu coração, "Aquele a quem Deus tornaria manifesto".

Ele próprio referiu-se em Suas Escrituras à Ordem de Bahá’u’lláh e disse "feliz daquele que seguir a Bahá’u’lláh."

As preces do Báb foram atendidas e Sua promessa foi cumprida. Dezenove anos mais tarde Bahá’u’lláh declarou publicamente ser Ele o Prometido cuja vinda tinha sido anunciada por todos os Manifestantes de Deus em eras passadas. 

            Confesso que eu não conhecia essa história do Báb, apesar de já ter descoberto há pouco tempo a Fé Bahá’í. Fiquei surpreendido com a data do nascimento dele coincidir com aminha data de nascimento, ele em 1819, eu em 1952. Portanto 133 anos afastam os nossos nascimentos. Como ele foi executado em 09-07-1850, aos 31 anos de idade, faltava ainda 102 anos para o meu nascimento.

            Impressionante como a convicção que Ele tinha de cumprir a vontade de Deus e que era a porta para o Reino de Deus, tem semelhança com a minha convicção com relação a vontade de Deus em minha vida e da construção do Seu Reino em minhas atividades.

            Vou parar de fazer essas reflexões, fazer o paralelo de pessoas tão especiais comigo, pois reconheço que estou muito distante da determinação deles em obedecer e divulgar a vontade de Deus. Eles estão muito distantes de mim, apesar de tantas aproximações nas idéias...

 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 09/11/2013 às 01h01
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