Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
12/11/2013 09h15
A PONTE

Apresentei no dia 09-11-13 o texto de O Báb, considerado a porta para o Reino de Deus. Agora encontro outro texto que fala sobre a ponte que podemos fazer para aproximar ainda mais as pessoas da vontade que o Pai quer para nós e que dizia assim:

Barnabé foi um manancial de encorajamento para Saulo, que havia sido rejeitado devido ao seu passado. Quando Saulo chegou a Jerusalém, três anos após a sua conversão, muitos discípulos tinham medo dele e duvidavam da sua transformação, por ele ter sido um perverso perseguidor de cristãos. Mas Barnabé, um judeu convertido, viu a obra da graça de Deus na vida de Saulo e tornou-se uma ponte entre eles e os apóstolos. Saulo necessitava de alguém para caminhar com ele, encorajar, ensinar e apresentá-lo a outros cristãos. Barnabé foi essa ponte e fonte de encorajamento. Como resultado, Saulo teve comunhão mais profunda com os discípulos em Jerusalém e foi capaz de pregar o Evangelho com liberdade e arrojo ali.

Refleti então sobre as duas analogias, a porta e a ponte. Servimos de porta quando anunciamos, assim como fez Jesus, a necessidade da construção do Reino de Deus e damos o exemplo com a nossa própria vida. Servir de ponte implica em aproximar as pessoas umas das outras, por mais complexa que seja a hostilidade que possam apresentar, e talvez, principalmente por isso.

Servir de ponte parece ser um pouco mais complicado, pois implica numa ação mais incisiva na dissipação dos atributos egoístas que envolvem a situação. E todos sabemos o quanto é difícil nós operarmos nossa própria mudança, quanto mais promover essa mudança nos outros. É necessário que haja o desejo verdadeiro para a mudança. No caso de Saulo, ele sofreu uma transformação direta que foi promovida pelo próprio Jesus; os primeiros cristãos não acreditavam nisso, tinham visto e sentido na pele e no coração a atuação perversa de Saulo com relação a eles. Como acreditar num homem desses?

Acredito que a construção do Reino de Deus se dê através de aproximações sucessivas de pessoas que tenham dificuldade de convivência, tanto perto (lar) como distante (país). Afinal a Lei do Amor que é a principal regra que disciplina os relacionamentos tem como sua essência a inclusão e a quebra de preconceitos que criem obstáculos à plena aplicação da Lei.

Na minha experiência, vejo a sexualidade como um obstáculo à Lei do Amor, pois a ampla maioria das pessoas, quase a totalidade dos que conheço, vêem o ato sexual como uma ação que necessariamente deva excluir outras pessoas. Agora mesmo, ao digitar este texto, recebo uma ligação de uma amiga minha que tem plena convicção disso. Quer que eu seja o seu namorado, mas com exclusividade. Freqüenta diariamente a igreja, tem plena confiança em Deus, acredita em Jesus e em Suas lições, deseja fazer a vontade do Pai, mas tem uma compreensão totalmente diferente da minha. Ela acredita que eu viva em total promiscuidade por eu defender o Amor Incondicional acima de tudo, inclusive da exclusão que advém do amor romântico e de sua exclusividade sexual. Defendo pois interpreto assim, que o sexo é um ato divino e que deve ser realizado entre duas pessoas quando haja sintonia, que aperfeiçoe ainda mais o amor entre ambos e que não nutra exclusão de outras pessoas. Sei que ela tem razão quando diz da enorme disparidade do meu comportamento frente a cultura em que estamos inseridos, da exclusividade dos relacionamentos sexuais entre homem e mulher como base da família.  Mas sei que ela também sabe, pois foi “vítima” disso (o seu ex-marido se envolveu sexualmente com a empregada de casa e foi esse o motivo da separação deles) que essa cultura é totalmente virtual e que a maioria das pessoas se envolvem sexualmente e na clandestinidade com outras pessoas, apesar de, com hipocrisia, defenderem o contrário.

Quando percebi que a Lei do Amor não admite mentiras, que há uma aproximação natural entre as pessoas que Deus oportuniza a convivência e que pode chegar até ao sexo, e que preconceitos de nenhuma natureza pode evitar essa dinâmica de essência divina, tive que mudar todos os meus paradigmas e me transformar na pessoa que sou hoje: uma porta para o Reino de Deus, uma ponte para unir os irmãos e dissipar suas desavenças.  

Publicado por Sióstio de Lapa
em 12/11/2013 às 09h15
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