Fiz um artigo um artigo com este mesmo título, só que no singular, há dois dias, com outra motivação. Agora encontro um diálogo no livro “Crepúsculo dos Deuses” (Robson Pinheiro, 2010), que tem uma boa aproximação com o sentido minhas palavras. Reproduzirei aqui com o mínimo de cortes a fala do Maurício, sem a fala da interlocutora, e que eu aceito plenamente, assim como muita gente neste planeta também aceita, acredito.
... É que eu decidi, há alguns anos, aprofundar-me na história do planeta Terra, notadamente das civilizações da Antiguidade e da Pré-História, e acabei me apaixonando por tudo o que descobri. Como você assinalou, em minhas viagens tenho conhecido muita gente atraída pelos mesmos assuntos. O que é muito bom, pois aproveito os meus momentos de folga para estudar e, ainda, fazer novas amizades. Algumas vezes faço contato pela internet e, quando viajo, conheço-os pessoalmente. Visito lugares históricos, sítios arqueológicos, museus e bibliotecas. Aprendi, com o passar dos anos, a dividir minha vida e meu tempo, organizá-los de acordo com as necessidades do trabalho, de um lado, e de minhas pesquisas, de outro.
... Tenho observado em minhas pesquisas, juntamente com outras pessoas de uma série de países, que há algo diferente acontecendo no planeta Terra. Há tanta mudança em curso no panorama político do mundo que não podemos ignorar que algo muito maior e mais importante está ocorrendo por trás dos recentes eventos internacionais. Na última metade do século XX, varias transformações de relevância histórica tiveram lugar. Houve um processo sem precedentes após o fim da Segunda Guerra e, no campo político, a formação de uma espécie de governo mundial, com representantes de diversas nações do mundo. Tentativa semelhante se dera com a Liga das Nações, após 1918, mas foi frustrada no período entre guerras. Instituições mundiais que se consolidaram como a Organização das Nações Unidas e outras mais, refletem um grande progresso e um passo importante rumo a um governo mundial, a um entendimento mais amplo entre os povos.
... Em pouco mais de 50 anos, no entanto, não podemos esperar uma política muito justa, pois lidamos com valores forjados em séculos, milênios de história. O que digo é que isso representa um grande progresso, dada a história da política mundial. Por exemplo, veja como a política já caminhou e progrediu de modo exemplar quando se fala de direitos humanos, da criança e do adolescente. Tais conquistas não ocorrem por acaso, e em toda a história do homem sobre a Terra se desconhece outra época em que os direitos têm sido tão reafirmados e valorizados como agora.
... O progresso está no fato de que agora não passam despercebidos os abusos praticados em todo o mundo. A barbárie choca o ser humano, que se define cada vez com mais tenacidade contra semelhante atitude. Antes não era assim. Tudo o que hoje repugna ao ser humano era tido como natural no passado. Quer um exemplo? No passado, a humanidade divertia-se no Coliseu, assistindo a homens digladiando entre si, com leões e outras feras. E isso ocorria no centro intelectual do mundo ocidental! Hoje há problemas de violência no futebol e nas arquibancadas, mas melhorou, não é? Já existe um inegável progresso em reagir com indignação aos crimes hediondos perpetrados contra o ser humano.
... Nem mesmo na política e nos círculos de poder – prosseguia ele – estão sendo tolerados os desmandos e a corrupção, tidos como naturais por tanto tempo. É certo que, por enquanto, perduram os atos ilícitos e criminosos no panorama político, que lesam duramente o povo. Já são, contudo, delatados, questionados, particularmente no caso do Brasil, por exemplo, em que políticos têm sido compelidos a agir com mais cautela, ao menos. As comissões parlamentares de inquérito, chamadas CPIs, têm um lado meio “caça às bruxas”, que abre campo para a disputa partidária, e outro “pra inglês ver”, que dá ibope aos “caçadores”, mas é fato que ninguém mais poderá ter tanta confiança na impunidade, como sempre ocorreu nos 500 anos de Brasil.
... No entanto, se cada um de nós não se renovar, mudando sua conduta pessoal, em vão esperaremos políticos mais humanos, corretos ou justos. Não se pode projetar a culpa sobre os dirigentes, deles esperando determinada atitude que a própria população não está pronta a dar. Cada cidadão é íntegro, ético, no âmbito de suas relações? Eles são nossos representantes, afinal... isto é, constituem o reflexo do todo.
... Não pretendo justificar um erro com outro, mas destacar a importância de sermos coerentes. Quando cobramos determinada atitude de alguém, pressupõe-se que a praticamos, não é? Se as pessoas não se conscientizarem a respeito de seu papel na formação de uma consciência mais justa e universal, torna-se difícil a mudança. O célebre ditado “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço” nunca se cumpriu.
... A propósito de nossa viagem, note o que ocorreu na Alemanha – prosseguiu. – Durante certo período, devido a vários determinantes históricos que não vêm ao caso, o povo alemão nutria um desejo desmedido de poder, e em todos os setores da sociedade se notava franca tendência ao isolamento. Alimentava-se a crença de que se tratava de uma nação privilegiada, povoada por uma raça pura e diferente das demais. Resultado: os anseios da população produziram políticos que correspondiam a seus instintos e desejos. À medida, contudo, que a consciência do povo se renovou com o transcorrer das gerações, adotando-se uma nova postura ante a comunidade mundial, os governos da nação cindida modificaram-se. E de tal forma que passou a não haver mais lugar nem para a divisão territorial e política imposta pelo pós-guerra. Foi a queda do muro de Berlim, um dos fatos mais relevantes na história mundial recente.
... Simultaneamente, Gorbatchev trazia mudança e abertura para o bloco socialista, na antiga União Soviética, ocasionando por sua vez, transformações de impacto global. Veja, na atualidade, a Comunidade Européia está implantando uma moeda única, um projeto ímpar que incita o enfraquecimento das vaidades nacionais, pondo-as ao menos em cheque, em nome do bem-estar comum. Valores antigos e decadentes estão ruindo ao redor do mundo, ante a necessidade de renovação. Por isso insisto terminantemente no que disse: todas essas mudanças escondem algo muito maior, que se movimenta nos bastidores.
... É que as mudanças que têm ocorrido no mundo todo não se referem apenas aos fatos políticos. Muita habilidade mental é necessária, contudo, para unir os elos da grande corrente dos acontecimentos e construir uma visão de conjunto.
... Para quem se dedica ao estudo da vida e da história numa perspectiva mais cósmica, os eventos do mundo se apresentam como um grande quebra-cabeça que requer, como eu disse, bastante habilidade para se lhe unirem as peças.
... Quando se observa o planeta sob um ponto de vista mais abrangente, vê-se que toda a Terra é um organismo gigantesco e que sua estrutura interage diretamente com a conformação psíquica do ser humano. Pense no comportamento da natureza nos últimos tempos: clima instável, intempéries geológicas, cataclismos que assustam o homem. Reflita agora sobre os diversos aspectos da vida social: economia, lazer, política, educação e cultura, tecnologia e comunicações, vida nas grandes cidades, relações diplomáticas... Todas as áreas têm sofrido mudanças de alcance global. O que estou dizendo é que, de um modo geral, são os reflexos da transformação íntima pela qual tem passado os habitantes do planeta.
... Note que ao longo do tempo o homem povoa a face da Terra e procura empreender seu progresso. Junto com as observações que fiz, e em decorrência delas, outra questão repercute em minha cabeça: quando teve início tudo isso; como viemos parar neste planeta? A pergunta é, melhor dizendo: de onde veio o homem? De algum mundo distante? Somos ou não produto da própria Terra?
Foi esse pensamento do Maurício que me fez fazer alguns paralelos com o meu pensamento. Também dedico, como ele, boa parte do meu tempo no estudo de assuntos fora da minha profissão, da minha especialidade. Apaixonei-me com o que descobri, a espiritualidade e a existência de um Pai primordial. Entendi a Sua essência naquilo que chamamos de Amor Incondicional, na criação dos mundos e sua manutenção. Entendi que no vasto universo existem muitíssimas moradas para os diversos seres inteligentes da Sua criação, os espíritos. Entendi que eles evoluem em Sabedoria quando percebem a sua filiação divina e se aproximam cada vez mais da Verdade Universal, da Sabedoria Suprema. Aprendi que cada um desses espíritos, de acordo com sua bagagem de evolução moral, de Sabedoria, se responsabiliza cada vez mais por coisas especiais, como Jesus por nosso planeta. Que quanto mais Amor Incondicional o espírito absorve em seu coração, mais condições tem de viajar entre as estrelas e prestar serviço onde for solicitado ou colocado como missionário de Deus.
São essas considerações que fez eco no meu pensamento e no que eu acabara de escrever. Essas transformações drásticas que observamos em todo o globo, podem ser explicadas pela ação dos aventureiros das estrelas, que convocados pelo poder superior e encarnados em nossa humanidade começam a mudar a nossa esfera psíquica e conseqüentemente o aspecto físico da Terra.