Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
27/11/2013 01h01
SERÁ QUE É DEUS?

            “Eu, Mnar, o guardião do Cocheiro, presencio tudo, anoto todos os fatos, tudo o que vejo e deixo os meus relatos para o crescimento das civilizações. Minha função é registrar, sem interpretações pessoais. Que as futuras gerações dos capelinos julguem e que a luz sideral registre indelevelmente os acontecimentos de nossa raça.” (Fragmentos das memórias de Mnar, o capelino – Livro Crepúsculo dos Deuses, Robson Pinheiro, Casa dos Espíritos Editora, 2010).

            Achei interessante essa função de Mnar, de presenciar e anotar tudo o que ver. De certa forma eu também faço isso, procuro notar tudo que vejo, sinto e penso realizar, com o objetivo de promover a minha evolução e contribuir para a elevação do pensamento coletivo. Tem uma diferença com relação as minhas anotações, pois eu procuro colocar minha opinião dentro dos fatos, internos ou externos.

            Um exemplo disso foi o que ocorreu ontem. Coloquei o despertador para levantar de 4 horas e fazer uma série de trabalhos que estão atrasados. O despertador tocou na hora desejada, mas por um movimento equivocado ao invés de deixar a máquina no modo “soneca”, pois assim ele despertaria dentro de 15 minutos mais uma vez, eu o desliguei. Então como era de se esperar eu voltei a dormir e o meu trabalho estava ameaçado. Acontece que por volta dos 15 minutos, o tempo que o despertador tocaria se eu tivesse colocado em “soneca”, eu ouço alguém chamar o meu nome. Despertei com essa sensação bem nítida de ter sido chamado, fiquei curioso e um tanto assustado, pois ainda eram 4:15h. Abri a porta do quarto bem temeroso e fui até a porta de saída ver pelo olho mágico. Não havia ninguém. No entanto eu estava pronto para fazer o trabalho que eu pretendia fazer.

            Outro exemplo é que, uma série de ocorrências desencadeou um conflito sério em uma de minhas companheiras. Ela soube que eu estava com outra companheira de mãos dadas e trocando afetos em público. Jogou sobre mim uma série de acusações, inclusive de não colocar em prática o que escrevo aqui. Demonstrou o quanto estava sofrendo e que decidira se afastar de mim para não se sentir tão humilhada como estava, se sentindo uma palhaça por todos olharem para ela de forma irônica. Ouvi toda sua descarga emocional com paciência e tolerância. Fazia também a pergunta íntima, se eu estava fazendo relacionamentos afetivos sem exclusividade, como forma de construção do Reino de Deus, que eu pretendo fazer.

            Tanto no primeiro quanto no segundo caso eu poderia fazer a pergunta: será que é Deus que está promovendo tudo isso? A resposta não poderia ser outra: sim! Mesmo que Deus não sirva de despertador ou fofoqueiro, Ele usa todos os recursos de Sua criação para atingir os objetivos que Ele deseja, fazer a valer a Sua vontade.

            No primeiro caso Ele percebe minha intenção em levantar cedo e fazer o trabalho que é necessário. Percebe também a minha fraqueza quanto o enfrentamento da preguiça. Percebe que no momento crucial, por mecanismo inconsciente eu sou boicotado por meu próprio corpo e faz que eu desligue o despertador sem tal passar pelo crivo da minha vontade. Então Ele motiva algum dos seus filhos obedientes, encarnados ou desencarnados, para vir até o meu apartamento e gritar o meu nome. Fazendo assim, Ele não está abusando do meu livre arbítrio, pois era isso mesmo que eu queria.

            No segundo caso acontece um teste de realidade com relação aos candidatos de construtores do Reino de Deus onde existe a primazia da harmonia, tolerância, fraternidade, tudo isso orquestrado pelo Amor Incondicional. Eu acredito que tenha passado no teste, pois suportei toda desarmonia de minha companheira com paciência e acatando o que ela achava mais conveniente para ela: o afastamento afetivo de mim. Com essa decisão dela, eu vejo que o seu livre arbítrio toma decisões influenciado pela emoções que ainda estão vibrando no nível do egoísmo, do amor romântico e assim se deixa contaminar pelo orgulho, ciúme, ressentimento de tudo que imagina como errado nas minhas ações e palavras. Se o pensamento dela vibra nessa dimensão, não pode conviver com o meu espírito, pois tudo será visto como falso, mentiroso. Eu continuo com a minha consciência tranqüila de que procuro falar sempre a verdade, de fazer com transparência o que é correto, é tanto que não procuro me esconder de ninguém, pelo contrário, procuro mostrar o meu comportamento afetivo com todos, sem fugir de ninguém.   

            Assim se manifesta a justiça divina, que sonda nossos corações e nos coloca a prova a qualquer momento para checar se o que dizemos da boca para fora é capaz de se realizar com nossas ações e com a qualidade de nossas reações ao se defrontar com o lado contrário do Amor Incondicional.

 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 27/11/2013 às 01h01