Encontramos em “O Livro dos Espíritos” questão 663, o seguinte:
As preces que fazemos por nós mesmos podem mudar a natureza de nossas provas e desviar-lhes o curso?
RESPOSTA: Vossas provas estão entre as mãos de Deus e há as que devem ser suportadas até o fim, mas, então, Deus tem sempre em conta a resignação. A prece chama para vós os bons Espíritos, que vos dão forças para suportá-las com coragem, e elas vos parecem menos duras. Já o dissemos: a prece não é jamais inútil, quando ela é bem feita, porque fortalece, e é já um grande resultado. Ajuda-te e o céu de ajudará, sabes isso. Aliás, Deus não pode mudar a ordem da Natureza ao capricho de cada um, porque aquilo que é um grande mal sob o vosso ponto de vista mesquinho e a vossa vida efêmera, é, frequentemente, um grande bem na ordem geral do Universo. Depois, quantos males não há de que o homem é o próprio autor por sua imprevidência ou por suas faltas! Ele é punido pelo que pecou. Entretanto, os pedidos justos são mais frequentemente atendidos, como não pensais. Credes que Deus não vos tem escutado por que Ele não fez um milagre por vós, enquanto Ele vos assiste por meios tão naturais que vos parecem o efeito do acaso ou da força das coisas. Frequentemente, ou o mais frequentemente mesmo, Ele vos suscita o pensamento necessário para vos tirar da confusão.
Compreendo que a missão de fazer esse trabalho de construção do Reino de Deus assim como o tenho na consciência, foi pedido por mim antes da encarnação para servir como uma prova à minha evolução e a evolução do próximo, principalmente as companheiras que convivem mais próximas de mim. Estou resignado com as conseqüências advindas da minha forma de comportamento e tenho falhado em usar o recurso da prece, a ferramenta mais importante, para eu conseguir auxílio frente as minhas fragilidades. Um exemplo disso, é que fiz a prece de hoje somente depois de ver o título deste texto e verificar minha omissão. A prece é o pedido de ajuda que abrirá a porta do céu para meu socorro.
Tenho que ter cuidado também para não confundir o essencial do meu projeto com o fundamental para atingi-lo, pois isso será veiculado na prece. O essencial é aquilo que não pode não ser, o Amor Incondicional, pois dá sentido a vida e se expressa na amorosidade, amizade, fraternidade, solidariedade, sexualidade, religiosidade, lealdade, vitalidade, etc.; por outro lado o fundamental é aquilo que no ajuda a chegar ao essencial: trabalho, ciência, técnica, ferramentas, bens materiais, dinheiro, etc. Dinheiro não é essencial, é fundamental. Sem ele as dificuldades são imensas, mas ele por si nada representa na essencialidade. Carreira é fundamental, mas de nada adianta se obscurece o essencial. Por isso, temos de nos alertar: estamos dando muita atenção ao urgente e deixando de lado o importante, e o importante é o essencial (o amável) em vez do fundamental (o usável), conforme Mário Sérgio Cortella, autor de “Qual é a tua obra?”, Ed. Vozes.