Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
07/12/2013 01h01
HONESTIDADE ESPIRITUAL

            Ramatis responde no capítulo 12 de “O Evangelho à luz do Cosmo” (Ed. Conhecimento, 1974) o seguinte:

            Em verdade, esse temário evangélico do Mestre Jesus refere-se, precipuamente, a essência da vida espiritual do homem, pois abrange as causas e os efeitos fundamentais de suas vidas sucessivas sob o processo implacável e justo da Lei do Carma. Daí certa semelhança entre os vários conceitos evangélicos sob a mesma concepção aforística, em que o Mestre Divino diz: “Com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos”, “Aquele que não tiver pecado, que atire a primeira pedra”, “A cada um será dado segundo as suas obras”, “Quem com ferro fere, com ferro será ferido” ou, numa síntese significativa, que assim adverte: “A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”.

            Sob o invólucro dessas sentenças e aforismos cristãos, permanece sempre o inalterável conteúdo evangélico, que esclarece quanto a mesma lei cármica de ação e reação, atuando em todos esses casos algo semelhantes. Não se trata apenas de advertência, censura ou sentença moral, porém, é referência indiscutível a uma lei ou princípio específico, que age num determinado ângulo do Cosmo, visando sempre a harmonia e o equilíbrio criativo da vida. É Lei que corrige e cerceia a causa, a fim de eliminar o efeito, mas proporciona um resultado educativo. No âmago desses ensinamentos o Mestre Jesus adverte e esclarece quanto aos prejuízos e a leviandade do espírito que, julgando-se santificado diante de algum delinqüente, muitas vezes condena os mesmos pecados que já cometeu alhures, ou que ainda poderá cometer na atual e em existências futuras. Quanto mais o espírito se integra no conceito de justiça suprema e desenvolve o Amor, ele deixa de julgar os seus irmãos menos credenciados, livrando-se mais cedo da implacabilidade da Lei do Carma, que atua na sua função impessoal e, exclusivamente, para a retificação espiritual.

            Assim, conforme o procedimento que alhures tivemos em vidas pregressas, poderemos julgar o alheio, mas sem desmentirmos o conceito de “amar o próximo como a nós mesmos” ou “fazermos aos outros o que queremos que nos façam”. Sob a rigorosa justiça com que julgarmos os demais espíritos, nós seremos rigorosamente julgados. Todas as máximas evangélicas são correlatas entre si, porque se derivam da mesma Lei Cósmica panorâmica, que mantém a coesão entre os astros, a afinidade entre as substâncias e o Amor entre os homens. Malgrado certas regras e enunciações familiares, que limitam a vida humana, na sua intimidade sempre vibra a chama criadora.

            Deste modo, quem julgar o próximo com o mesmo Amor e boa intenção com que julga a si mesmo, salva-se, porque, então, revela um elevado princípio de honestidade espiritual, uma vez que julga e condena o próximo ao mesmo nível de culpa e penalidade que desejaria para si próprio.

            Perfeito esse pensamento de Ramatis. O reproduzi na íntegra, apenas coloquei em letra maiúscula a inicial de Amor, pois entendo ser equivalente a força do Criador.

            Como a temática circula em torno da justiça e como esse é um tema principal em meus paradigmas, avaliei com muito cuidado para ver se eu estou realmente o cumprindo. À primeira vista parece que sim, mas não eu não posso ser tão pretensioso, pois a cada momento estamos dando opiniões sobre terceiros e que não deixam de expressar um julgamento. Talvez nas grandes ocorrências da vida, com pessoas com estão distantes do meu entorno, eu tenha maior facilidade em aplicar essa justiça e fidelidade espiritual nas minhas colocações. Porém nos fatos da vida cotidiana eu lembro de momentos aqui e acolá que fui falho com a Lei. Sei que foram coisas pequenas, comportamentos até triviais que emitimos opinião e julgamento, mas sei que foram carregados de autoridade e que se fossem aplicados a mim não seriam tão severos assim. Tenho que ficar mais atento a esses deslizes, ficar na vigia como o Mestre advertiu, a estrada é cheia de desvios da Lei do Amor e por qualquer sentimento negativo de medo, ciúme, raiva, ressentimento, antipatia, eu posso gerar Carma negativo em minha vida.

            Outro aspecto importante que devo ter em mente como responsabilidade pessoal, é na educação cristã de quem está no meu entorno. Faz parte da caridade distribuir o ensinamento recebido da forma mais humilde possível para orientar os irmãos que estão em caminhos desviados da Lei do Amor, da justiça divina. Lembrar outra máxima que Jesus nos ensinou que é fundamental para esse aprendizado, tanto de quem ensina para quem precisa aprender: “Os humilhados serão exaltados”. Geralmente surge a vergonha em quem tem necessidade de aprender e a arrogância em quem tem o dever de ensinar. Esses dois monstros só podem ser domesticados pela humildade. Dessa forma, quem agiu com humildade frente ao seu irmão, seu próximo, seja na condição de aprendiz ou de professor, sempre será exaltado pelo Mestre e tem a sua cidadania garantida no Reino de Deus

Publicado por Sióstio de Lapa
em 07/12/2013 às 01h01