Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
15/12/2013 01h01
O BOM COMBATE

            Pela primeira vez na história da humanidade foi imaginado um combate que não envolvesse a derrota, humilhação ou mesmo a morte do adversário. Duas pessoas se apresentam para esse duelo com as armas do Evangelho. Cada uma reconhece que é um ser humano, com o coração carregado de egoísmo, natural da condição animal. Cada uma também reconhece que é um ser espiritual, condição essa acima do ser animal. Sabem que as duas condições, animal e espiritual coexistem no mesmo corpo, mas que a condição animal tem uma maior pressão, desde o nascimento, baseado na lei da sobrevivência. Durante o processo de crescimento e amadurecimento, chega na consciência a importância do Espírito e a necessidade dele evoluir acima dos interesses materiais, biológicos, instintivos. Para isso acontecer recebemos o roteiro de vida escrito nos Evangelhos que reproduzem as lições teóricas e práticas do Mestre Jesus.

            Eu tenho bem determinada em minha consciência o caminho que Deus ilumina para que eu faça a Sua vontade. Pelo meu livre arbítrio eu a aceito como a minha vontade também. Sei que fazendo assim estou abrindo mão de todos os meus interesses materiais, inclusive bens móveis e imóveis, prazeres instintivos e apegos afetivos os mais diversos. Sou simplesmente um instrumento de Deus, que se deixa guiar pela Lei do Amor.

            Dessa forma entrei no caminho de construção de uma família ampliada, que não defenda a exclusividade dos afetos, com responsabilidade, até os afetos mais íntimos, e que haja ações de fraternidade dentro e fora desse círculo familiar ampliado. Entendo que o Pai quer que isso sirva de um protótipo para o Seu Reino, como Jesus, o seu filho mais evoluído (e por isso único) veio nos ensinar. Para que isso aconteça é necessário que eu me relacione dessa forma com duas ou mais companheiras, pois se for apenas uma é uma relação tradicional que não vem ensinar o que o Pai deseja. O Pai enviou para mim diversas pessoas que por um motivo ou outro deixaram esse projeto. Apenas duas continuam perseverando na manutenção desse relacionamento, mas com grande força afetiva dirigida a mim e não ao projeto de Deus, como seria o mais adequado. Mas não importa, isso faz parte de suas naturezas, e a natureza também faz parte da lei de Deus. O que importa é que elas se mostrem capazes de suportar a pressão que a natureza animal faz em suas consciências, no sentido da revolta, do ciúme, da vaidade, do ressentimento, da raiva, da ira... Como são duas pessoas espiritualizadas, que reconhecem Deus como Pai e Jesus como Mestre, também conhecem os ensinamentos evangélicos. As regras desse combate consistem nisso: seguir os princípios evangélicos durante uma conversação fraterna, sabendo que a pessoa é considerada pela cultura do mundo atual como uma odiosa inimiga. Tão odiosa que dificilmente poderiam sentar na mesma mesa, face a face. O fato disso estar acontecendo pode ser considerado o primeiro round da luta, vencida por ambas.

            A partir daí, o diálogo entre as duas prosseguiria na base da fraternidade evangélica, sob o testemunho de todos os amigos convidados para tal evento. Todas essas pessoas convidadas para tal evento seriam pessoas privilegiadas, pois iriam ser testemunhas do primeiro combate onde a força do mal, da ignorância, é explicitamente colocada como fator de derrota e não de vitória. 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 15/12/2013 às 01h01