Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
18/12/2013 08h11
NATUREZA E CIVILIZAÇÃO

            Essa questão de Natureza e Civilização merece um estudo apurado, pois na Natureza está a Lei de Deus e na Civilização a lei do Progresso, que é uma derivada daquela. No estágio inicial encontramos o Estado Natural, que é a fase primitiva, a infância da Humanidade, o ponto de partida do seu desenvolvimento intelectual e moral. O homem sendo modelável à perfeição, carrega em si o germe do seu aperfeiçoamento, não está destinado a viver perpetuamente no Estado Natural, como não está destinado a viver perpetuamente na infância.

            A lei de Deus está intrinsecamente dentro da Natureza que está em constante evolução. Também participamos dessa evolução em todos os aspectos materiais, como todos os seres da criação. Devido a complexidade neuronal que possuímos, adquirimos mais um fator de evolução, que é o aspecto moral. Dentre todos os animais apenas o homem tem essa obrigação. Todos os outros seguem apenas o fluxo automático da evolução natural sem nela intervir voluntariamente. Somente o homem pode usar a inteligência e com livre arbítrio agir de forma coerente ou não, com a Natureza e sua evolução.

            O Progresso é uma condição da natureza humana, como uma espécie de ramo da condição da Natureza. Mesmo que eu possa a ele me opor como expressão do meu livre arbítrio, estarei indo de encontro a própria Lei da Natureza. Em algum momento pagarei por esse engano. Com o tempo irei reconhecer que a Lei da Natureza é uma força viva, que obedece a Lei do Amor, essência do Criador, e que os meus enganos, até mesmo com a criação de leis que atendam aos meus pensamentos distorcidos ou incompletos, podem retardar a Lei do Progresso, a Lei da Natureza, mas jamais a sufocar. Quando essas leis humanas se mostram incompatíveis com a Lei da Natureza, o Progresso as afasta com todos aqueles que tentam mantê-las. Assim será até que o homem tenha colocado suas leis em conformidade com a justiça divina, que quer o bem para todos, e não leis feitas para o forte, em prejuízo do fraco.

            Temos atualmente um caso que mostra a força do Progresso na correção da lei humana que no momento se mostra incompatível com a Lei da Natureza. É o exemplo do casamento. Essa instituição foi elaborada e construída há priscas eras para disciplinar o relacionamento homem-mulher, a geração de filhos e a formação da família. Foi e continua sendo muito útil, no sentido de colocar barreiras ao instinto animal, intrínseco ao homem, e assim evitar a causa de prejuízos a terceiros. Acontece que a Lei da Natureza continua a operar dentro desse circulo fechado que se tornou o casamento. Continua a existir atração pelo sexo oposto, mesmo na presença da lei humana, do compromisso assumido pelo casamento. Sei que nós evoluímos dentro dessa condição durante séculos, serviu para formarmos uma civilização diferente do barbarismo que poderia existir, se a lei do casamento não fosse instituída por todos os povos. Acontece que algo não funciona à contento. Essa lei do casamento é burlada frequentemente e gera um forte egoísmo no tecido social que causam inúmeros males, como fome, guerras, pestes, etc. É necessário que o Progresso aponte para as incoerência da lei humana frente à Lei da Natureza, para que possamos corrigir as incompatibilidades.

            A lei da Natureza por ser de essência divina, sempre estar sinalizando para a evolução saudável de toda a criação. Se a natureza do homem, como fruto da Natureza, tem dentro de si a atração pelo sexo oposto com algumas diferenciações entre os gêneros, para facilitar o sucesso reprodutivo, é porque tem a sua importância no processo evolutivo e a temos que considerar com cuidado. Não é porque existe a lei do casamento que proíbe o relacionamento afetivo e sexo com terceiros, que a Lei da Natureza deva ser evitada ou abolida. Podemos evitar, mas abolir jamais! O que devemos fazer é compatibilizar a essência da nossa lei humana com a essência da Lei do Amor e fazendo assim obedeceremos a Lei da Natureza e nos tornamos compatíveis com a evolução, com o Progresso.

            O casamento obedece a Lei do Amor? A lei natural que é a Lei de Deus é a única verdadeira para a felicidade do homem. Ela indica que sejamos atraídos para o sexo oposto. Essa atração acontece dentro do reino animal de forma ampla. Todos a obedece e respeitam apenas os limites materiais, como obstáculos físicos ou a presença de outro pretendente de maior força física. O homem tem outra limitação além da material, a limitação espiritual, moral. Também está dentro da Natureza essa limitação, quando o criador permitiu um cérebro de maior complexidade neuronal para nós, humanos. Do mesmo modo que o animal obedece aos limites materiais como respeito à Lei da Natureza, também devemos obedecer aos limites da moral e da ética, como respeito à Natureza. Vejamos bem esse ponto, não é obedecer a legislação humana de não fazer sexo fora do casamento, é obedecer a moral e a ética dentro da Lei da Natureza. Então pode existir sexo fora do casamento como obediência à Lei da Natureza?

            Esse ponto vai exigir um mergulho mais profundo nos mecanismos racionais em busca de coerência e de viabilizar uma melhor compatibilidade entre nossa lei humana e a Lei do Amor, a Lei da Natureza. Deixarei para amanhã.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 18/12/2013 às 08h11