Chegamos ao ponto crucial do relacionamento homem-mulher do ponto de vista ético, cumprindo a Lei do Amor: a transmutação da carne da mulher para a carne do homem, de forma integral, honesta e voluntária. Para isso acontecer, o homem deve ter o máximo de honestidade em dizer com transparência tudo que se passa no seu mundo íntimo, do que ele sabe sobre a Lei da Natureza, a Lei de Divina, e como entende que Deus quer fazer ele agir para se aperfeiçoar e aperfeiçoar também a sociedade. Mostrar com clareza toda essa engenharia motivacional que foi criada no epicentro dos nossos instintos e suas diferenças de gênero. Mostrar com honestidade que ele enquanto homem e cabeça do casal tem a responsabilidade de elaborar o projeto a ser seguido, segundo a vontade do Senhor reconhecida pela consciência, e que a mulher, parceira e candidata a ser carne feminina dessa carne masculina deve respeitar e procurar cumpri-la como se esse projeto fosse originalmente seu. Ela tem consciência nesse momento de seu alto nível de abnegação, pois os seus projetos originais quanto aos impositivos carnais, são colocados ao serviço do projeto do homem do qual deseja ser companheira.
Para cada ser humano Deus designa uma determinada responsabilidade, portanto cada homem ou mulher tem um projeto divino a ser realizado e que está escrito dentro da consciência. O importante é que o projeto de um não se sobreponha ao projeto do outro e que acarrete prejuízos para a sua evolução, principalmente a evolução espiritual que é o objetivo máximo da vida.
No meu caso, descobri que o projeto de vida que Deus colocou na minha consciência, foi a de aplicar o Amor Incondicional em todos os relacionamentos, principalmente os relacionamentos afetivos e considerando sem preconceitos todo o potencial romântico e sexual. Dessa maneira a formação da família que hoje é baseada no casamento e no amor romântico, com o exercício da exclusividade, passará a ser baseada no Amor Incondicional com o exercício da inclusividade. Esse aspecto cria a possibilidade do seu companheiro desenvolver afeto por outra pessoa, da mesma forma que desenvolveu por si, e com essa pessoa criar um novo relacionamento sem rompimento com o anterior. Esse é o ponto crucial que a companheira original irá passar, pois esse comportamento está no sentido contrário do que ela foi formada para se comportar e atingir o seu sucesso reprodutivo. Agora o seu parceiro irá ter a atenção dividida com outra pessoa. Se a Lei da Natureza envolvesse somente os aspectos biológicos, então essa abnegação jamais seria coerente e ética, pois prejudicaria os seus interesses primários. Acontece que temos de considerar a vida espiritual como pertencente a Lei da Natureza e que tem um status maior do que a vida material. Essa vontade de Deus que reconhecemos dentro da consciência, representa em primeiro plano a evolução do mundo espiritual e que dentro dele não existe a problemática do gênero, pois o espírito é um ser assexuado, que não é masculino nem feminino. Porém o espírito é um ser criado por Deus na forma da ignorância para que ele adquirisse com seu próprios esforços a sabedoria necessária para se aproximar dEle. Tem que passar pela experiência de homem e mulher para saber gerenciar na base do Amor Incondicional os interesses instintivos do macho e da fêmea. Então, essa abnegação que é observada hoje no espírito que está vivenciando e administrando um corpo feminino, amanhã poderá está com papéis trocados e o mesmo espírito ao qual ela se consorciou num projeto de vida em comum, como carne da mesma carne, agora ela é quem pode estar gerenciamento projeto semelhante e o seu antigo parceiro será quem irá demonstrar o mesmo grau de abnegação. O que importa é que esse tipo de comportamento forme a base de uma família mais harmonizada dentro de si e com a comunidade, com a sociedade e com o planeta, com o cosmo.
Com essa compreensão a mulher pode ter os argumentos necessários para decidir por essa abnegação e fazer a transmutação de sua carne feminina para a carne masculina do homem, se entende ser essa a vontade de Deus para si e que o provável companheiro é honesto frente à vontade de Deus, e não aos seus caprichos mundanos. Feita a transmutação ela agora passa a ser realmente carne da carne do seu companheiro, onde ele estiver, com quem estiver, trocando ou não afetos, até a intimidade da sexualidade, até a formação de novos vínculos, tudo para ela passa a ser motivo de júbilo e alegria na proporção exata do que isso causa em seu companheiro.