Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
24/12/2013 09h40
IGUALDADE DE DIREITOS

            Discorrendo sobre tema tão complexo quanto a abnegação que a mulher deve ter para se tornar carne da mesma carne do homem, Deus oferece na minha leitura diária um texto tirado de “O Livro dos Espíritos” que deseja chamar a atenção para os direitos da Mulher: Igualdade de direitos do homem e da mulher, que reproduzo logo abaixo na íntegra.

            817 – Diante de Deus, o homem e a mulher são iguais e têm os mesmos direitos?

            Deus não deu a ambos a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir?

            818 – De onde se origina a inferioridade moral da mulher em certos países?

            Do império injusto e cruel que o homem tomou sobre ela. É um resultado das instituições sociais e do abuso da força sobre a fraqueza. Entre os homens pouco avançados, do ponto de vista moral, a força faz o direito.

            819 – Com que objetivo a mulher é fisicamente mais fraca do que o homem?

            Para lhe assinalar funções particulares. O homem é bom para trabalhos rudes, por ser o mais forte; a mulher para os trabalhos suaves, e ambos para se entre ajudarem nas provas de uma vida plena de amargura.

            820 – A fraqueza física da mulher não a coloca naturalmente sob a dependência do homem?

            Deus deu a uns a força para proteger o fraco, e não para se servir dele.

            Kardec: “Deus conformou a organização de cada ser às funções que deve cumprir. Se deu a mulher uma força física menor, dotou-a ao mesmo tempo, de maior sensibilidade, relacionada com a delicadeza das funções maternais e a fraqueza dos seres confiados aos seus cuidados.”

            821 – As funções para as quais a mulher está destinada pela Natureza tem uma importância tão grande quanto as do homem?

            Sim, e maiores; é ela quem lhe dá as primeiras noções da vida.

            822 – Os homens, sendo iguais diante da lei de Deus, devem sê-lo, igualmente, diante da lei dos homens?

            É o primeiro princípio de justiça: Não façais aos outros o que não quereríeis que se vos fizessem.

            - Segundo isso, uma legislação, para ser perfeitamente justa, deve consagrar a igualdade dos direitos entre o homem e a mulher?

            - De direitos, sim; de funções, não. É preciso que cada um esteja colocado no seu lugar. Que o homem se ocupe do exterior e a mulher do interior, cada um segundo a sua aptidão. A lei humana, para ser equitativa, deve consagrar a igualdade dos direitos entre o homem e a mulher, pois todo privilégio concedido a um, ou a outro, é contrário a justiça. A emancipação da mulher segue o progresso da civilização, sua subjugação caminha com a barbárie. Os sexos, aliás, não existem senão pela organização física, visto que os espíritos podem tomar um e outro, não havendo diferença entre eles, sob esse aspecto, e, por conseguinte, devem gozar dos mesmos direitos.

            Eis o texto. Basta agora ajustar o meu pensamento aos ensinamentos dos espíritos.

            817 – Meu pensamento está ajustado a essa questão, considero o homem com os mesmos direitos devidos a mulher, e que ambos estão dentro do processo evolutivo, assim como todos os seres da Natureza. O que devemos observar são as diferenças postas pelo Criador e que serão abordadas mais adiante.

            818 – Entendo também que a inferioridade moral existente dentro de quase todas as culturas humanas, é um reflexo da nossa inferioridade espiritual, de quem cede aos desejos do corpo usando a força para subjugar os mais fracos, principalmente as mulheres que foram formadas fisicamente mais frágeis para melhor cumprir as tarefas de suas missões básicas determinadas pelo Criador.

            819 – O objetivo de deixar a mulher mais fraca fisicamente que o homem foi determinado pelo Criador quando desenhou toda a engenharia da Natureza, inclusive o livre arbítrio do homem. Agora, o homem de posse de maior força física, de inteligência e de livre arbítrio, pode por ignorância usar essas circunstâncias em benefício exclusivo dos seus desejos individuais, acarretando prejuízos no outro, principalmente a mulher, parceira natural dos seus relacionamentos.  

            820 – Não é que por ser fisicamente mais frágil a mulher se torna automaticamente dependente do homem. Cada um tem a sua missão a cumprir dentro da Natureza. Mesmo que eu tenha a condição física de subjugá-la, jamais deverei fazer isso, pois irá frontalmente contra a lei da Natureza. Com certeza irei pagar esse débito em novas oportunidades segundo a lei do Carma. Esse ciclo vicioso que pode se formar, somente é eliminado com o perdão que está orientado dentro da lei do Amor. Portanto, compreendo ser a mulher um ser formado pelo Criador assim como eu e que por suas características necessita de proteção, tanto contra minhas próprias tendências internas quanto os instintos animais ao seu redor. Esse abuso inominável da mulher pelo homem está bem claro na ação do estupro e que é vergonhosamente tolerado em algumas culturas, como na Índia, por exemplo.

            821 – Deus jamais iria fazer algo que não tivesse importância dentro da Natureza. Tudo que observamos ao nosso redor tem um papel e uma designação, mesmo que não possamos alcançar em sua totalidade. A mulher tem um papel da maior importância, a de gerar e alimentar a vida biológica dos novos corpos e dar as primeiras lições de comportamento neste mundo, lições cheias de afeto e amor.

            822 – Devemos todos sermos iguais perante as leis, assim como somos iguais perante a Deus, desde o momento que Ele nos criou. A diferenciação que iremos desenvolver ao longo do tempo é que nos faz distinguir uns dos outros. Então devemos ter uma distinção de acordo com as condições herdadas ou adquiridas, mas sempre com a aplicação da justiça frente as funções que cada um decide implementar no seu projeto de vida, de acordo com o seu livre arbítrio.  

            Portanto, o Pai me mostrou esse texto como forma de fazer a comparação com os espíritos mais esclarecidos na Sua lei e confesso que me considerei enquadrado dentro dos princípios que eles estabeleceram. Assim fico ainda mais confortável em continuar com minhas considerações e elucubrações.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 24/12/2013 às 09h40