Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
27/12/2013 03h14
LIBERDADE DE PENSAR E DE CONSCIÊNCIA

            Mais uma vez sinto o auxílio de Deus em colocar outro texto pertinente aos assuntos que estou refletindo e que merece ser reproduzido na íntegra e interpretado com cuidado. Está em dois títulos, “Liberdade de pensar” e “Liberdade de consciência” e que encontrei em “O Livro dos Espíritos, Livro III, Capítulo X:

            833 – Há no homem alguma coisa que escapa a todo constrangimento e pela qual ele desfruta de uma liberdade absoluta?

            - É no pensamento que o homem goza de uma liberdade sem limites, porque não conhece entraves. Pode-se deter-lhe o vôo, mas não aniquilá-lo.

            834 – O homem é responsável pelo seu pensamento?

            - Ele é responsável diante de Deus. Só Deus, podendo conhecê-lo, o condena ou absolve segundo a Sua justiça.

            835 – A liberdade de consciência é uma conseqüência da liberdade de pensamento?

            - A consciência é um pensamento íntimo que pertence ao homem, como todos os outros pensamentos.

            836 – O homem tem direito de entravar a liberdade de consciência?

            - Não mais que a liberdade de pensar, porque só a Deus pertence o direito de julgar a consciência. Se o homem regula, por suas leis, as relações de homem para homem, Deus, por suas leis da Natureza, regula as relações do homem com Deus.

            837 – Qual o resultado dos entraves postos à liberdade de consciência?

            - Constranger os homens a agirem de modo contrário ao que pensam, torná-los hipócritas. A liberdade de consciência é um dos caracteres da verdadeira civilização e do progresso.

            838 – Toda crença é respeitável, mesmo que seja notoriamente falsa?

            - Toda crença é respeitável, quando é sincera e conduz à prática do bem. As crenças repreensíveis são as que conduzem ao mal.

            839 – É repreensível escandalizar na sua crença aquele que não pensa como nós?

            - É faltar com a caridade e golpear a liberdade de pensar.

            840 – É insultar a liberdade de consciência opor entraves às crenças capazes de perturbar a sociedade?

            - Podem-se reprimir os atos, mas a crença íntima é inacessível.

            Kardec – Reprimir os atos exteriores de uma crença, quando esses atos trazem algum prejuízo a outrem, não é insultar a liberdade de consciência, porque essa repressão deixa à crença sua inteira liberdade.

            841 – Deve-se, em respeito a liberdade de consciência, deixar se propagarem doutrinas perniciosas, ou se pode, sem insultar a essa liberdade, procurar trazer de novo ao caminho da verdade aqueles que se perderam por falsos princípios?

            Certamente se pode e, mesmo, se deve. Mas ensinar, a exemplo de Jesus, pela suavidade e a persuasão e não pela força, o que seria pior que a crença daquele a quem se quer convencer. Se há alguma coisa que seja permitido se impor, é o bem e a fraternidade. Mas não cremos que o meio de fazê-los admitir seja o de agir com violência: a convicção não se impõe.

            842 – Todas as doutrinas tendo a pretensão de ser a única expressão da verdade, por que sinais se podem reconhecer aquela que tem o direito de se colocar como tal?

            - Será aquela que faz mais homens de bem e menos hipócritas, quer dizer, praticante da lei do Amor e da Caridade na sua maior pureza e na sua mais larga aplicação. Por esse sinal reconhecereis que uma doutrina é boa, porque toda doutrina que tiver por conseqüência semear a desunião e estabelecer uma demarcação entre os filhos de Deus, não pode ser senão falsa e perniciosa.

            Posso observar em todas as questões a pertinência no que estava refletindo nos últimos dias com respeito ao relacionamento homem-mulher como base da família e da sociedade. Incluirei agora no raciocínio questão por questão.

            833 – Sim, é no pensamento que tenho total liberdade, ele vai para os campos mais ousados e posso fazer o que quiser sem a preocupação de estar ferindo os direitos do próximo. Mesmo assim devo evitar pensamentos que eu veja claramente que levam prejuízo a terceiros, pois pode escapulir para o campo da realidade. E se queremos ser éticos conosco mesmo quando dizemos querer seguir os passos de Jesus como nosso Mestre, não é interessante eu estar pensando em algo degradante para o próximo, mesmo que isso nunca venha a ser expresso por palavras ou atos.  

            834 – Sou responsável por meus pensamentos, mesmo que algum surja no campo da minha consciência e que seja incompatível com meus princípios. Nesse caso eu não devo lhe dar nenhuma consideração e procurar desviar para pensamentos que sejam mais coerentes com aquilo que desejo fazer e mostro a quem tenha interesse em saber. Mesmo que ninguém venha a saber o que está acontecendo no meu campo mental, Deus sempre será o meu juiz em qualquer campo de minhas ações, implícitas ou explicitas.

            835 – Os pensamentos que surgem no meu campo mental e que os mantenho através do livre arbítrio, compõem a minha consciência. Faz parte da essência da minha liberdade e da qual devo prestar contas, principalmente frente a Deus.

            836 – Tenho esse direito de entravar a liberdade de consciência com relação a mim, não devo deixar progredir em meu campo mental pensamentos que são contrários às minhas intenções. Posso fazer e/ou seguir leis que são feitas para disciplinar as ações frutos desses pensamentos distorcidos. Dentro das leis da Natureza devo adequar o meu pensamento e comportamento para não as corromper, pois são elas que viabilizam minha relação com Deus.

            837 – Quando coloco entraves à minha liberdade de pensar para que não se forme consciência contrária às minhas intenções, estou agindo de acordo com a lei da Natureza que não permite abusos de qualquer tipo nas relações. O mesmo não é permitido para os outros. Não devo constranger os homens a agirem de modo contrário ao que pensam, como resultado de entraves colocado à sua liberdade de consciência. Isso iria torná-los hipócritas.

            838 – A crença que tenho num formato de família ampliada que leva ao amor inclusivo e uma sociedade mais fraterna, se torna respeitável porque é sincera e conduz à pratica do bem.

            839 – Não posso jamais escandalizar o irmão que não pensa como eu. Devo apenas mostrar as incoerências que eu observar no seu comportamento quando comparado com o meu. O resto é ele quem irá decidir com a sua liberdade de pensar.

            840 – Quando uma crença perturba a sociedade no que ela tem de falsa e hipócrita, isso é salutar. Quando a minha crença no amor inclusivo da família ampliada perturba o egoísmo do amor exclusivo da família nuclear, eu crio um movimento no seio da sociedade que tende a levar uma fraternidade mais ampla em todos os seus membros.

            841 – É essa a missão que o Pai destinou para mim. Mostrar a natureza perniciosa da família nuclear da forma que ela foi constituída e se mantém, sem insultar a liberdade de pensamento dos seus praticantes. Devo procurar trazer ao caminho da verdade, como Jesus ensinou, aqueles que se perderam por falsos princípios. Devo ensinar como o Mestre, pela suavidade e persuasão e não pela força; ensinar como podemos praticar o bem e a fraternidade sem preconceitos ou hipocrisia.   

            842 – Com essa questão coloco em teste a minha forma de pensar e que estabelece um tipo de doutrina. Verifico que ela tende a fazer mais homens de bem e menos hipócritas, pessoas praticantes da lei do Amor e da Caridade com maior pureza e mais larga aplicação. Por esse sinal é que reconheço que minha doutrina é boa, pois tende a semear a união e a inclusão de todos os filhos e filhas de Deus.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 27/12/2013 às 03h14