Lembro que ontem fiz uma indagação a Deus: QUE FAÇO, DEUS, AGORA? Logo em seguida, quase de imediato, por um instante que fiquei à espera e peguei num livro, e encontro a Liturgia do dia:
Depois que João foi preso, Jesus dirigiu-se para a Galiléia. Pregava o Evangelho de Deus, e dizia: “Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho”. Passando ao longo do mar da Galiléia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Jesus disse-lhes: “Vinde após mim; eu vos farei pescadores de homens”. Eles, no mesmo instante, deixaram as redes e seguiram-no. Uns poucos passos mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam numa barca, consertando as redes. E chamou-os logo. Eles deixaram na barca seu pai Zebedeu com os empregados e o seguiram.
Nessa lição Jesus reforça a preparação para a vinda do Reino de Deus que está próxima. Explica às pessoas que ele convida que serão a partir daquele momento pescadores de homens.
Logo a minha mente faz as devidas conexões com o que eu acabara de pedir ao Pai: um caminho a seguir. Jesus fez há dois mil anos um convite para que seus discípulos se tornassem “pescadores de homens”. Hoje temos espalhados pelo planeta milhares de “pescadores de homens” instruídos por Jesus e Seus discípulos. Mesmo assim o mundo se debate nas fogueiras do egoísmo, com todo tipo de crime e miséria florescendo em toda comunidade humana, seja bruta ou civilizada. Os atuais cristãos não conseguem construir esse Reino de Deus como o propósito ideal. Os relacionamentos que levam a formação da família estão cheios de egoísmo na sua base e que impede a expressão do Amor Incondicional; o que observamos é a simples execução do amor condicional... eu amo fulano porque ele está na condição de ser meu filho, meu marido, minha esposa, meu tio, e assim por diante. As vezes até esse modelo está contaminado e o egoísmo fomenta o ódio até mesmo dentro das famílias.
Enfim, esse chamado de Jesus para ser pescador de homens não se aplica mais a mim, pois Deus já viu que isso não irá modificar o modelo que já está instalado, da família nuclear fundamentado no egoísmo. Deus sutilmente colocou na minha consciência ao longo do tempo e alicerçado pelas leis da Natureza e pela ética evangélica, a formatação de uma nova família, a família ampliada como protótipo da família universal. Nesta família prevalece o Amor Incondicional e não o amor romântico; prevalece a fraternidade, a justiça, a tolerância, o amor inclusivo. Então entendi onde Deus queria que eu chegasse na minha compreensão: ele não quer que eu seja pescador de homens, e sim pescador de famílias.
Está aí o grande passo que Ele quer que eu realize. Que assuma essa nova compreensão, de corrigir a pureza da família, tirando do seu interior o egoísmo e colocando a fraternidade; respeitar o amor romântico, mas obedecer ao Amor Incondicional. Não quer dizer com isso que seja um objetivo a destruição da família tradicional, mas que seja destruída a hipocrisia em que muitas se sustentam. Se os membros decidem viver num regime fechado de amor exclusivo, que façam isso respeitando todas as conseqüências, e não o forte humilhar o fraco em função dos desejos instintivos, tanto dentro como fora dos limites familiares.