Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
18/01/2014 01h01
FELICIDADE ESPIRITUAL

            Foi perguntado em “O Livro dos Espíritos” questão 967, em que consiste a felicidade dos bons Espíritos. Os próprios Espíritos responderam:

            “Conhecer todas as coisas, não ter nem ódio, nem ciúme, nem inveja, nem ambição, nem qualquer das paixões que fazem a infelicidade dos homens. O amor que os une é para eles a fonte de uma suprema felicidade. Eles não experimentam nem as necessidades, nem os sofrimentos, nem as angústias da vida material. São felizes do bem que fazem. De resto, a felicidade dos Espíritos é sempre proporcional à sua elevação. Só os Espíritos puros gozam, é verdade, uma felicidade suprema, mas todos os outros não são infelizes. Entre os maus e os perfeitos há uma infinidade de graus em que os gozos são relativos ao estado moral. Os que estão bastante avançados compreendem a felicidade dos que chegaram antes deles: a ela aspiram. Mas é para eles objeto de emulação e não de ciúme. Sabem que deles depende alcançá-la e trabalham para esse fim, mas com a calma da boa consciência, e são felizes por não terem que sofrer o que sofrem os maus.”

            Esta é uma boa explicação do Amor Incondicional na prática. Conhecer todas as coisas, mesmo assim não ter ódio apesar do egoísmo que grassa no mundo. Desses quatro itens citados pelos espíritos, eu acredito que já dominei muito bem todos eles. Não sinto ódio, ciúme, inveja ou ambição por nada ou ninguém. As vezes uma ação que considero muito injusta e que me atinge frontalmente, desperta a raiva, mas consigo a controlar e em vez dela crescer em direção ao ódio, ela retorna e faz com que minha relação com essa pessoa, que de alguma forma me contrariou ou foi de encontro aos meus princípios, querendo me obrigar aos princípios dela, faça com que eu reestruture minha forma de agir com ela. Mantenho certo afastamento para evitar que novo conflito se instale entre nós. Se mesmo assim ainda existem conflitos apesar do afastamento, isso provoca mais um afastamento. Até o ponto onde a distância não possa mais gerar conflito entre nós, e se adquira o relacionamento harmônico, mantendo a amizade e o amor, mas também mantendo a distância necessária para não ter mais desarmonia.

            Sei que o meu comportamento que segue paradigmas muito diferentes do que são defendidos por nossa cultura gera em minhas companheiras muitas frustrações, apesar de toda explicação que dou ao meu respeito. Isso pode ser fonte de conflitos e, portanto, de afastamento. Significa que posso ficar longe de todas que se aproximam de mim, por esse motivo, e apesar de ter uma capacidade tão grande de amar, terminar por viver sozinho.

            Então eu poderia perguntar a mim mesmo, como algumas pessoas já fazem, se eu sou feliz vivendo dessa forma. Talvez eu não tenha a felicidade espiritual que os Espíritos informaram acima. Mas não tendo nenhum daqueles quatro aspectos que foram citados, já me considero com um bom nível de felicidade, mesmo vivendo só, mesmo sabendo que tenho uma missão que talvez não possa concluir por não ser ainda tão perfeito. 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 18/01/2014 às 01h01