Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
06/02/2014 01h01
CARTA-DE-VIDA

           Os mentores espirituais a serviço de Jesus (Nova Ordem de Jesus – Volume I) explicam que cada um de nós traz uma Carta-de-Vida individualizada para o cumprimento de nossa etapa de aprendizado na Terra. No retorno ao mundo espiritual todas as almas podem comprovar o que está sendo ensinado. Disto se conclui que para as Forças Superiores que superintendem a vida planetária de todas as criaturas, não existem surpresas nem imprevistos, dado que toda vida terrena foi previamente estabelecida. O que pode acontecer são acidentes de percurso, independente da vontade do espírito, ou então tomada de decisões equivocadas entrando em caminhos diferentes do planejado. Mas sempre existe uma forma de correção aqui mesmo na Terra, na mesma encarnação, quando a pessoa não perde a sintonia com o Amor. Quando isso não é possível, então na volta ao mundo espiritual as devidas correções serão feitas para um novo retorno ao mundo material.

            Com essa compreensão eu firmo cada vez mais a convicção de que recebi uma Carta-de-Vida no mundo espiritual, juntamente com diversos espíritos companheiros, sintonizados com a mesma intenção, que aqui encarnaram em corpos femininos e eu num corpo masculino, para que pudéssemos mostrar a viabilidade da construção do Reino de Deus a partir da aplicação prática do Amor Incondicional como Jesus ensinou. Teríamos que enfrentar a força dos instintos materiais, de preservação da vida material, do corpo e de suas necessidades. Essa força oriunda da intimidade e conjunção dos trilhões de células que formam nosso corpo, alicerçados nos instintos e emoções, são expressos na forma do amor romântico que pode atingir em sua força até o estágio da paixão. Consegui vencer a contento essa força do amor romântico, inclusive a paixão, sem deixá-la ficar acima do Amor Incondicional. No entanto, minhas parceiras apresentaram maior dificuldade e até hoje não encontramos a harmonia adequada dentro do projeto. Talvez por elas terem assumido o corpo feminino e assim terem ficado submetidas a forças muito mais poderosas que as minhas, relacionadas com a maternidade e que isso reforça a exigência do exclusivismo próprio do amor romântico. Mas o que interessa é que todas, principalmente as duas que permanecem mais próximas de mim, vêem a prioridade hierárquica do Amor Incondicional como uma verdade e a formação do Reino de Deus como Jesus ensinou, uma necessidade. Ambas pretendem vencer as dificuldades e partir para a formação de uma família ampliada, protótipo da família planetária que se dirige à família universal.

            Elas as vezes perguntam se eu não estou equivocado com esse projeto, se ele aceita tantas mulheres... Como será essa relação dentro de uma estrutura familiar... Confesso que não tenho tanta firmeza para responder de forma explícita, clara e didática essa questão, eu não vejo isso em nenhum livro acadêmico ou espiritual. O que eu vejo é a lição do que seja o Amor Incondicional e como Jesus disse, a partir dele é que teremos de construir o Reino de Deus, primeiro limpando da sujeira egoística, que servia principalmente aos interesses do corpo, o nosso coração.

            Também eu me sinto dentro dessa família ampliada, mesmo que ninguém assim o veja, nem mesmo minhas companheiras. Digo isso porque, mesmo morando sozinho e considerando que tenho três mulheres que se relacionam comigo com mais proximidade, que já dividiram ou dividem a intimidade dos afetos, sinto que estou integrado a elas e aos seus parentes significativos com mais intensidade. Nesses últimos meses fatos que envolveram as três vieram comprovar isso: a morte de um irmão, a traição conjugal de um pai, a desarmonia no lar de uma irmã, todos esses fatos aconteceram longe fisicamente de mim, mas me senti convocado a estar presente como mais um elemento da família. Que família é essa? A nuclear? Jamais! Mesmo que a pessoa pertencente a uma família nuclear fosse atender a essas demandas, jamais teria o sentimento de pertencimento que eu desenvolvo. É essa percepção sentimental que muda o toque do coração e surge daí um novo relacionamento, uma família ampliada.

            Quanto a questão de ter várias mulheres e só existir apenas eu de homem nessa família ampliada, com a perspectiva de aprofundamento até o ato sexual, não é que seja por qualquer impedimento teórico ou preconceituoso, muito pelo contrário. A presença de outro homem com essa perspectiva será muito bem recebida, pois consolidará de forma mais clara o que Deus espera de nós. Como estamos todos seguindo a vontade dEle e cada mulher que se apresenta, também inspirada por Ele, tem uma importante contribuição a oferecer, e dentro da Carta-de-Vida dela, como todos nós possuímos a nossa. Sei que existe também aquela que rompeu definitivamente comigo, mesmo que tenha decidido morar comigo sabendo deste meu projeto. Até hoje desenvolve uma espécie de ressentimento daninho que impede a aproximação afetiva, pelo menos no nível da amizade. Será que a Carta-de-Vida dela era diferente e por equívoco ela entrou em nossos projetos? Acredito que não, acredito que ela fazia sim, parte daquele grupo espiritual que decidiu vir a Terra com esse projeto de interesse do Senhor. O que acontece é que ela pode ter sido fisgada com muito mais força pelas energias instintivas do corpo e deixou se instalar no coração o quartel general do egoísmo, tendo como símbolo dessa resistência o nosso filho.

            Mas perseverarei no projeto que Deus instalou na minha consciência, mesmo que ela pense que isso seja loucura. Não deixarei de respeitar o Amor Incondicional como a essência do Criador e a maior energia que deve fazer funcionar a minha vida. Tenho certeza de que, mesmo não recebendo o apoio ou a compaixão de ninguém, por minhas faltas e distâncias que as vezes provoco, atenção e cuidado que as vezes não dou, terei a compaixão de Deus, pois Ele sonda o meu coração e ver que eu quero mesmo fazer a Sua vontade, mesmo que pela minha ignorância, ainda, esteja tão cheio de erros.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 06/02/2014 às 01h01