Nascemos presos dentro da ignorância, do egoísmo e a saída dessa condição é a nossa grande libertação. Eu sei que nasci nessa condição, mas com o passar do tempo tenho a oportunidade de ser livre, depende de minhas inclinações e do apoio familiar e social que eu possa ter.
Sei que tenho inclinações para o bem, mas não posso esquecer minha herança animal recheada de egoísmo, que adquiri de forma natural. Por melhor que eu me considere, o inimigo que eu herdei procura fazer morada no meu coração e erguer a fortaleza do mal em minha vida, sempre em busca dos prazeres corporais, materiais e sensuais que a vida pode oferecer. Por isso o Mestre Jesus nos ensinou com a oração ao Pai, um pedido da máxima importância: “Livra-nos do mal”. Ele não teria nos instruído dessa forma se não precisássemos ser libertados. No entanto, quantas vezes eu fiz essa oração de forma decorada, mecânica, sem saber o real significado que ela tinha. Até hoje tenho muita dificuldade de orar, de não me lembrar, de quando lembro não ter o que falar com o Pai. Então nesses momentos eu recorro à oração do Pai Nosso. Vem a minha mente os mesmos versos, dessa vez com mais dificuldade de serem evocados, e sem a devida compreensão aprofundada do que estou dizendo ou pedindo. Mas como o nosso aprendizado aqui na Terra é contínuo, independe da idade, sempre estou adquirindo mais e mais informações sobre fatos importantes. Assim, descubro agora a importância dessa frase que está dentro do “Pai Nosso”, um pedido da máxima importância, pois pede a libertação de um jugo, de um mal que se encontra dentro de mim. Não é que eu tenha a culpa dele está dentro de mim, pois foi assim que o Pai permitiu durante a minha formação biológica, como um mecanismo necessário para garantir a minha vida corporal. Acontece que Ele também me deu um livre arbítrio alicerçado numa fantástica rede neuronal que permite um desenvolvimento racional superior, capaz de compreender e aplicar os princípios morais. É este livre arbítrio alicerçado na inteligência racional que a minha consciência vai usar nos relacionamentos.
Posso agora olhar para dentro de mim e verificar o que meu corpo pede, às vezes exige, e o que minha consciência permite. Será que estou escravizado por finanças, doenças, vícios, relacionamentos pouco sadios, imoralidade ou ressentimentos? Será que o egoísmo é um carcereiro do meu viver?
Tenho feito essa avaliação nas minhas orações e meditações, quando consigo fazê-las, não consegui ainda tê-las como hábito. Estou determinado a me libertar desse jugo. Sei que não posso fazer isso sozinho, mas encontrei com Jesus e tive acesso ao seu Evangelho libertador. Procuro aplicá-lo na minha vida de forma coerente, honesta, transparente. O Pai percebendo essa minha tendência, deu-me uma tarefa das mais gloriosas, mas de tão grande envergadura que sei, vou precisar de muita ajuda, tanto dos espíritos encarnados, quanto dos desencarnados, desde que tenham boa vontade e que estejam sintonizados com esse caminho que o Senhor determinou: construir o Reino de Deus como Jesus ensinou.