Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
16/02/2014 00h01
CONFISSÃO E ARREPENDIMENTO

            No processo de conversão espiritual do egoísmo para o Amor existe uma grande dificuldade, a força que o corpo exerce sobre o pensamento e a mente. Essa força cria toda uma cultura para garantir os direitos individuais dentro das peculiaridades de cada comunidade. Essa cultura pode estar muito próxima dos interesses humanos e muito distante da vontade de Deus, vontade esta que é expressa no Amor Incondicional.

            Quando eu percebi que o Amor Incondicional era a maior força existente no Universo, que é ela quem cria e harmoniza toda sua criação, que pode ser chamada também pelo nome de Deus, resolvi que era a essa força (Deus) que eu devia respeito e fazer da minha vida um instrumento da Sua vontade. Mas logo eu percebi que isso não seria tão fácil. O meu coração estava cheio de egoísmo, o meu corpo cheio de desejos... Eu queria sentir o prazer que os órgãos sensoriais me permitiam. A compreensão que eu tinha de viver o Amor Incondicional batia de frente com esses impulsos e instintos da minha natureza animal. Mas eu já compreendia que a maior força era a do Amor Incondicional, bastava que eu a introjetasse dentro de mim.   

            Segui as lições de Jesus e procurei fazer a introjeção do Amor Incondicional dentro do coração e deixá-lo como motor para as minhas ações. Para fazer isso eu tive que fazer uma faxina no coração. Isso não é tarefa fácil, corresponde a Reforma Íntima que é preciso cada um de nós realizar. Durante esse processo, houve muitos momentos de falha, de erros na tomada de decisão, de pecados praticados. Quando isso acontecia, quando eu praticava um erro e o reconhecia, logo ficava arrependido e precisando corrigir a falha. Eu sabia que esse pecado me afastava de Deus. É como o erro cometido por Adão e Eva, eles logo tentaram se afastar, se esconder do Senhor. Então não posso fazer isso. Se eu não pude evitar ou mesmo estou tentado a cometer um pecado, devo deixá-lo explicito e não escondê-lo. Isso corresponde a confissão.

            A confissão dos pecados que cometi ou daqueles que sinto que estou prestes a cometer, serve para diminuir a minha culpa ou diminuir a força do pecado que quer se realizar. Tenho um exemplo marcante dessa luta do princípio espiritual com o dragão da sensualidade que dorme dentro de cada ser humano. Esse dragão despertou para a realização de sexo impróprio e vi o meu espírito se digladiando com medo de fracassar na sua resistência. Foi a confissão do que estava acontecendo dentro do meu íntimo, da luta que estava acontecendo, que deixou o dragão atordoado. A luz da verdade encandeou a força bestial do instinto e ele se recolheu para dentro de mim se sentindo derrotado. Não podemos evitar ou eliminar por completo essas forças instintivas, esses dragões que dormitam dentro de nós, mas podemos domesticá-los e até deixá-los úteis para os objetivos do Amor Incondicional.

            Então, confissão e arrependimento são armas importantes na luta que sempre pode acontecer com os dragões que moram dentro de mim. Mesmo que eu tenha vergonha de fazer essa confissão a alguém, principalmente a quem eu podia prejudicar, essa é uma atitude que o Pai admira, pois Ele sabe que nada é mais pesado e tão destrutivo quanto o pecado, pois é um fosso que nos afasta dEle. Mesmo porque, muitas vezes o pecado é percebido por muitas pessoas, e se a pessoa tenta escondê-los, passa a ser uma pessoa hipócrita para essas pessoas, que sabem o que aconteceu e que pode voltar a acontecer. Mas se o pecado é confessado, as pessoas que já sabiam percebem a coragem daquela pessoa se confessar de forma tão transparente e a sua culpa é bastante atenuada, pois a pessoa confessa que errou e está disposta a não mais cometer o mesmo erro.

            O importante é que não tenhamos tantos pecados para confessar ou para nos arrepender deles, o importante que a cada dia erremos menos, que fiquemos a cada dia mais próximos do Criador.   

Publicado por Sióstio de Lapa
em 16/02/2014 às 00h01