Falei no texto de ontem que o teste mais difícil para se mostrar o Amor Incondicional é amar a quem ama a gente, mesmo que tenha incluso o aprofundamento sexual entre eles dois. Mas revendo as lições de Jesus me deparei com um teste também muito difícil, talvez mais difícil ainda, pois envolve o ódio e não o amor. É a questão de amar os inimigos.
Eu sei de toda a engenharia emocional e espiritual que justifica, pelo Amor Incondicional, de eu amar aquela pessoa que ama a quem me ama, mesmo que entre elas exista o aprofundamento sexual. Sei que a energia que está sendo passada entre elas é a energia do amor e, portanto, estão sendo beneficiados.
Agora, com relação aos inimigos é mais difícil. Como amar alguém que nos fez ou deseja o mal? Eu não estaria sendo infiel comigo mesmo? Tenho que aprofundar nas explicações para encontrar uma justificativa.
Existe uma explicação referente ao que o Senhor disse a Moisés: “Dirás a toda a assembléia de Israel o seguinte: Sede santos, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo. Não odiarás o teu irmão no teu coração. Repreenderás o teu próximo para que não incorras em pecado por sua causa. Não te vingarás; não guardarás rancor contra os filhos do teu povo. Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor.”
Paulo também escrevia aos coríntios e dizia: “Não sabeis que sois o Templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o Templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o Templo de Deus é sagrado – e isso sois vós. Ninguém se engane a si mesmo. Se alguém dentre vós se julga sábio à maneira deste mundo, faça-se louco para tornar-se sábio, porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus.”
E finalmente, a palavra determinante do Mestre escrita por Mateus: “Tendes ouvido o que foi dito: olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo: não resistais ao mau. Se alguém te ferir a face direita, oferece-lhe também a outra. Se alguém te citar na justiça para tirar-te a túnica, cede-lhe também a capa. Se alguém vem obrigar-te a andar mil passos com ele, anda dois mil. Dá a quem te pede e não desvies daquele que quer pedir emprestado. Tendes ouvido o que foi dito: amarás o teu próximo e poderás odiar teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem. Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos. Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos? Se saudais apenas vossos irmãos, que fazei de extraordinário? Não fazem isso também os pagãos? Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito”.
Procuro assim, justificar essa difícil lição de amar os inimigos. A compreensão de que o meu corpo é o Templo de Deus é importante para esse raciocínio. Se o meu corpo é o Templo de Deus, assim é o mesmo a cada um de meus irmãos. Portanto eu não posso destruir o Templo de Deus instalado no corpo de outra pessoa. Jesus é ainda mais explícito e radical. Tenho que amar, pois lá também é o Templo de Deus.
De certa forma faz conexão com a primeira lição de amar quem ama quem ama a gente, pois em ambos os casos está envolvido o Templo de Deus que é a pessoa humana, os testes mostram a nossa capacidade de Amar Incondicionalmente.