Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
27/02/2014 00h01
FREIO NECESSÁRIO

            Dentro da Natureza está correndo a lei de Deus. Tudo se harmoniza, tudo cresce, tudo se amplia no Universo sob a batuta da lei do Amor. Mas Deus criou outro ser que tem o potencial tanto de catalisar quanto de retardar a evolução positiva constante da lei natural, da lei do Amor. Esse ser é o Espírito, criado como um ignorante, mas possuidor de Livre Arbítrio para que aprenda com seus próprios recursos a adquirir valores que o tornem o mais próximo possível do Criador.   

            Nessa condição de ignorante, o Espírito encarnado na forma humana, tem no início do seu desenvolvimento uma força egoísta enorme que visa a sua sobrevivência e faz tudo para conquistar recursos que o deixe mais habilitado frente aos outros na luta pela existência. No início a força preponderante era a força bruta e ao longo do tempo foi substituída pela força da inteligência. Mesmo assim prevalecia um desvio da lei harmônica da Natureza, onde o forte subjugava o fraco, obedecendo ao puro instinto animal. Acontece que no mundo espiritual não existe esses valores instintivos, biológicos, materiais; o que prevalece nesses domínios são os valores morais associados a energia criadora do Amor.

            Assim, para que pudéssemos caminhar mais ou menos na linha, deveria ser criada uma forma de regulamento que disciplinasse a nossa conduta. Temos diversos legisladores no passado que tentaram fazer isso, e um deles, inspirado pelo próprio Criador, o hebreu Moisés, nos legou a tábua dos 10 mandamentos. São diretrizes rígidas que todos devem observar sobre pena de severa punição.

            Foi desenvolvida também a doutrina das penas eternas, do inferno material, uma forma de gerar temor e servir de freio necessário para homens pouco avançados, intelectual e principalmente moralmente. Não estavam ainda preparados para compreenderem as nuanças delicadas do bem e do mal, nem o valor relativo das circunstâncias agravantes ou atenuantes.

            Quanto mais os homens estão próximos do estado primitivo, tanto mais são materiais. O senso moral é o que se desenvolve neles mais tardiamente. Foi necessária também a criação da instituição do casamento com suas séries de regras, associadas à vontade do Criador, assim como foram os 10 mandamentos.

            O casamento com suas várias regras de relacionamento também foi um freio necessário para conter a animalidade do homem. Mas quanto mais o homem evolui, quanto mais adquire valores morais, mais vai se distanciando na necessidade de usar esses freios legais e mais vai absorvendo a lei do Amor Incondicional que aponta para a consciência como a sede da lei de Deus. A lei do casamento se torna assim obsoleta.

            Agora, de posse da lei do Amor dentro do coração e da consciência, eu posso me relacionar com qualquer pessoa, inclusive com a companheira que formará meu núcleo existencial, com a máxima justiça e liberdade. Todos sabem a verdade, não existe mentiras ou omissões que visem o prejuízo do próximo. A pessoa que amo pode se deslocar para qualquer lugar desse universo, só ou acompanhada, se assim for a sua vontade, e o meu coração estará sempre sintonizado com o dela e partilha também da sua felicidade com a pessoa escolhida, que passa a ser amada também.

            Este é o principio de funcionamento do Reino de Deus onde a mancha de egoísmo característico dos animais, já não suja a vestimenta perispiritual do homem.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 27/02/2014 às 00h01