Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
14/03/2014 08h23
DIA DA POESIA

            Hoje é o dia feito para lembrar o valor da poesia em minha vida. Desde que abri os olhos pela primeira vez após sair do útero de minha mãe, não tenho lembrança se já existia na minha mente algo que eu poderia chamar de poesia. Foi um momento dramático onde eu via a luz pela primeira e era obrigado a chorar para provar que eu respirava. Talvez aí não tenha tido tanta poesia, que implica numa harmonia com o criador buscando a beleza em suas diversas formas... Talvez com esse conceito eu possa dizer que desde o nascimento existia poesia em minha vida.

            Hoje estou amadurecido, sabedor da minha condição de filho de Deus e que estou aqui na Terra com a missão de aprender e ajudar, principalmente colocando em prática as lições do Mestre Jesus.

Ontem foi o aniversário de minha filha caçula. Combinei com meus irmãos para ir jantar na casa deles e fazer uma singela recepção para ela. Eles de forma solidária compraram um bolo, presente e fizeram um jantar harmônico. Eu comprei um livro, “A arte de bem viver” e nos reunimos a noite debaixo de forte chuva que caia desde a tarde.

Não existia nesse encontro a poesia formal de se recitar versos ritmados, mas existia a poesia da vida na sua expressão prática. Era a comemoração de uma idade marcante, 18 anos, mas não existia pompa nesse momento, e sim solidariedade e fraternidade. Não existia cobranças, e sim agradecimentos.

Eu estou em pleno regime de Quaresma, praticando um regime de jejum de diversas coisas que possam prejudicar o espírito, principalmente no que diz respeito aos desejos do corpo, como alimentação e repouso inadequados, meus principais pontos de exagero. A forma de eu mensurar a evolução nesse sentido é fazer a mensuração do meu corpo regularmente para verificar a queda sistemática do peso. Ontem eu procurei conter a alimentação sólida, não exagerei na quantidade como sempre faço. No entanto não coloquei limites na quantidade de líquidos e o resultado foi que eu ganhei mais de dois quilos nessa noite. Foi uma espécie de retrocesso dentro dos critérios que eu havia estabelecido para esse período da Quaresma, no entanto havia esse momento especial no qual eu era uma das figuras centrais na condição de pai da aniversariante. Não ficaria poético eu ter permanecido a margem de todo esforço que meus irmãos fizeram para a poesia daquela noite ser mais brilhante. Foi por esse mesmo motivo que no intervalo entre o jantar e o cortar do bolo para cantar os parabéns, eu propus inaugurarmos um baralho que minha irmã havia comprado, pois sei que ela adora o jogo de cartas e que seria uma forma de gratificá-la com nossa presença mais tempo ao seu lado.

Enfim, terminamos nossa singela reunião, sem necessidade de fazer um momento sofisticado para lembrar essa passagem importante da vida de minha filha, passagem para um mundo adulto que agora ela faz parte, com todos os direitos e deveres da cidadania. A poesia que estava presente em todos os momentos do encontro serve para lembrar a existência do mundo espiritual e no qual a contagem do tempo é feita de forma diferente e cumulativa. Minha filha pode ter entrado somente agora no mundo adulto dos nossos valores materiais, mas pelos critérios do mundo espiritual ela é um ser com bastante sabedoria e inteligência, e isso é condição para entender que ela é um espírito com bastante experiência na vida, talvez com mais idade do que a maioria dos adultos que estavam presentes na sua homenagem.

Assim a vida vai se desenvolvendo dentro das diversas circunstâncias que o Pai oferece e que nós podemos optar pela melhor, tanto no mundo material que todos percebem e são submetidos, quanto no mundo espiritual que muitos não tem conhecimento ou não acreditam. E dessa forma cada um faz a poesia com a beleza plástica dos relacionamentos que se desenrolam pela eternidade.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 14/03/2014 às 08h23