Li no texto do “Pão Diário” de ontem, dia 03-04-14, a importância que tem o nome para certas pessoas, a partir do nome de Jesus que foi escolhido não por seus pais terrenos, mas pela divindade. Dizia o autor ao citar Filipenses (2:9) que o nome de Jesus está acima de todos os nomes, pois segundo Mateus (1:21) Ele salvará o seu povo dos pecados deles.
O autor cita também uma garota que queria que o seu nome fosse incluído em uma das histórias do “Pão Diário”, mesmo não tendo uma história para contar. Seu nome era Joyeth (intensa alegria) e tinha uma personalidade muito feliz. Se a lógica dos pais foi no sentido de instigá-la a ter alegria em sua vida, eles foram bem sucedidos.
Assim, o nome representa a pessoa, o que ele deseja, o modelo que quer seguir. Isso é uma prática muito comum dentro do movimento Hare Krishna, onde cada devoto pode escolher o nome daquela personalidade com a qual se identifica ou quer seguir o exemplo. Temos o exemplo de Sidarta Gautama que passou a ser identificado como Buda, o iluminado. Temos na França o exemplo de Hyppolyte Leon Denizard Rivail que adotou o nome de Allan Kardec, que seria um sacerdote druida, a sua reencarnação. No Vaticano temos o exemplo dos diversos papas que ao serem eleitos escolhem um nome diferente pelo qual será inspirado a exercer o papado.
Dessa maneira é muito bom quando alguém conhece uma personalidade a qual admira e da qual quer incorporar as suas qualidades, psicológicas e espirituais, principalmente. Adota o nome dessa pessoa para que seja assim reconhecida no seu ambiente, sem ser necessária uma formalidade burocrática e cartorial para o reconhecimento desse nome. Basta a pessoa sentir essa necessidade de viver inspirada por essa personalidade para a sua escolha ter validade consciencial e que seus amigos e conhecidos podem muito bem assim a reconhecerem, mesmo sabendo que por trás disso tem um nome oficial para firmar documentos oficiais. Isso não é nenhum impedimento.
Porém, existem pessoas que rejeitam tal comportamento, que nunca fariam isso e extrapola o seu sentimento dentro da comunidade, principalmente dentro do convívio das pessoas do seu relacionamento. Isso passa a ser um fator de discórdia, de conflito. São pessoas intolerantes que esperam cada um fazer o que o intolerante acredita ser correto.
Fazendo uma analogia dessas situações com o meu nome, vejo que ele foi escolhido em outras circunstâncias. Eu fui o primeiro filho de minha mãe, que me gerou e pariu numa pequena cidade do interior do Rio Grande do Norte, uma ilha salineira chamada Areia Branca. O meu parto foi em casa e devido as dificuldades encontrada na passagem do primeiro filho e o canal do parto, corri sério risco de não atravessar esse canal. Minha família resolveu fazer uma promessa a São Francisco, pois estávamos em outubro e neste mês Francisco era o santo mais devotado.
Como eu escapei a promessa foi cumprida, recebi o nome de Francisco e para reforçar ainda mais as características do santo, colocou o “das Chagas”. Talvez isso tenha levado às minhas características introvertidas, de um aspecto sereno e melancólico na minha fácies.
Hoje, de posse de vários conhecimentos, principalmente espirituais e acadêmicos, fico a imaginar que tipo de influência o meu nome exerce sobre mim. O fato é que, com minha decisão de aprofundar minha vida dentro dos valores espirituais, encontro o nome Francisco com toda a força para dar respaldo a minha decisão. É tanto que o nome “Rodrigues” pelo qual eu sou mais conhecido, devido o nome escolhido no quartel quando eu servi a Marinha, agora está ficando em segundo plano.
Felizmente o meu nome coincide com os princípios que quero adotar para a minha vida, senão eu iria atrás de um nome que assim me representasse. Não iria me preocupar com a opinião histérica das pessoas que não tem essa necessidade, afinal elas devem trilhar outro caminho espiritual.