Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
13/04/2014 00h01
UMA MISSÃO INVERTIDA

            Jesus disse-lhes: “Eu me vou, e vós procurareis e morrereis no vosso pecado. Para onde eu vou, vós não podeis ir”. Perguntavam os judeus: “Será que Ele vai se matar, pois diz: para onde eu vou, vós não podeis ir?” Ele lhes disse: “Vós sois cá de baixo, eu sou lá de cima.” “Quem és tu?” perguntaram-lhe então, Jesus respondeu: “Exatamente o que eu vos declaro. Tenho muitas coisas a dizer e a julgar a vosso respeito, mas o que me enviou é verdadeiro e que ouvi eu digo ao mundo”. Jesus então lhes disse: “Quando tiverdes levantado o Filho do Homem, então conhecereis quem  sou e que nada faço de mim mesmo, mas falo do modo como o Pai me ensinou. Aquele que me enviou está comigo; Ele não me deixou sozinho, porque faço sempre o que é do seu agrado”.

            Esta era a missão clara para Jesus e que Ele tentava nos ensinar, que veio para o mundo material cumprindo a vontade do Pai. Ele sabia que essa existência material era passageira, que logo Ele iria voltar ao mundo espiritualizado do Amor, a essência do Pai a qual lhe preenchia em qualquer ocasião e por ser assim sempre fazia a Sua vontade. Tentava mostrar que não podia ser julgado por critérios meramente humanos, porque Ele é do alto, pertence ao mundo de Deus.

            Quando reflito sobre essas lições de Jesus, chego a conclusão de que também sou filho de Deus, que posso aprender com essas lições e outras de igual pertinência. Como sou filho de Deus também devo obedecer a Sua vontade. Agora de forma inversa, pois não tenho a evolução espiritual do meu irmão Jesus, que já chegou na Terra com uma missão bem estabelecida.

            Tenho algumas tendências herdadas da genética de meus pais, de vivências anteriores e que facilitam uma determinada forma de comportamento. Considerando tudo isso e as oportunidades que o Pai me oferece ao longo dessa atual existência, descobri que foi construída um tipo missão na minha consciência. Daí porque coloquei o título deste texto como “Uma missão invertida”, comparando ao que aconteceu com Jesus que veio para Terra com uma missão pré-determinada, já sabia que era o filho mais próximo de Deus, que viria trazer uma mensagem de salvação para todos que viviam imersos nas sombras do pecado, que seria o Messias previsto pelas escrituras sagradas.

            A minha vida, história e perspectiva é muito diferente. Nasci também em berço humilde, apesar de não ser uma manjedoura dentro de uma estrebaria. Mas não tinha nenhuma expectativa maior sobre o meu nascimento, nem de estrela, nem de Reis, talvez só da minha mãe e das minhas avós. Também eu não sabia que possuía um Pai além dos meus pais biológicos e por muito tempo duvidei de Sua existência.

            Foi somente com o tempo que consegui encontrar com o meu Pai celestial e procurar fazer a Sua vontade. Ainda tenho muita dificuldade de fazer isso, mesmo estando atento para as oportunidades que surgem. Agora mesmo, faço a avaliação do dia de sábado, ontem, que passou e vejo que fui testado pelo Pai em duas ocasiões e não me saí bem.

            O primeiro teste ocorreu logo cedo, por volta das 3 horas da madrugada. O motorista de Caicó veio me pegar para a viagem e fazia comentários perversos sobre travestis e prostitutas que até aquela hora estavam na rua em busca de clientes. Falou também no mesmo tom de uma moça que viajaria conosco. Ouvi tudo e apenas fiz um comentário simplório, “este mundo é muito complicado”. Poderia ter encontrado palavras mais educativas e compassivas, frente ao quanto já estudei, sei e procuro aplicar. É como se o Pai tivesse feito um teste comigo e do qual eu sai com nota vermelha.

            O segundo teste aconteceu a partir de um filme que eu assistia no caminho de retorno para casa: “Drácula, o príncipe das trevas.” Era um filme sem maiores profundidades, mas uma das atrizes tinha no personagem o nome de “Aline” e que dizia que significava fogo, luz. Ao chegar em Natal e entrar numa loja, fui atendido por uma moça muito atenciosa. Deu as melhores opções para a minha compra e ainda conseguiu uma garantia estendida que eu não iria pagar nada, apesar de eu não ter solicitado. Ao final perguntei o seu nome, respondeu que era Aline. Lembrei da personagem do filme, mas apenas respondi que ela era muito simpática.

            Depois fiquei a refletir que Deus poderia ter me preparado para naquela ocasião ter dito aquela  moça o que eu acabara de aprender. Que o seu nome significa luz e que era bem merecido, pois o seu atendimento mostra que é capaz de trazer a luz para quem se relaciona com ela.

            Assim vi que falhei com o Pai nesses dois momentos e por coisas tão simples. Muito distante da prova que Jesus teve que passar e conquistar a vitória com galhardia. Mas o Pai sabia do valor desse Seu filho, por isso tanta pompa no seu nascimento, de anjos, reis e estrela. Por isso eu o referendo como meu Mestre e procuro agora aplicar Suas lições para ajudar ao cumprimento da tarefa que o Pai me ofereceu.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 13/04/2014 às 00h01