Tenho um relacionamento meio complicado com o meu 4º filho que tem 22 anos. Além dele ter seus problemas emocionais, tive que sair de nossa casa de forma agressiva, pois a sua mãe resolveu não tolerar um comportamento que ela já conhecia desde que nos envolvemos e que ela sabia que eu não iria modificar. Sua decisão de permanecer comigo mesmo sabendo disso, deveria estar envolto pela tolerância de algo que ela sabia que iria acontecer. Mas parece que ela ficou acumulando ressentimentos dessa situação até que explodiu no dia que ela me mandou sair de casa. Tudo bem, isso poderia ter sido feito de forma educada e até fraterna, pois eu até me disponha a viver com ela como amigo até o fim da vida. Mas a intolerância prevaleceu no comportamento dela e até o amor que deveria existir entre nós, da parte dela não teve nenhum efeito para atenuar a situação. Dentro de tudo isso quem ficou mais prejudicado foi o nosso filho, pois deixou de ter a minha presença perto dele com mais regularidade e terminou sendo contaminado pelos sentimentos dela. Por mais esforço que eu demonstre na minha forma de amar, sem exclusividade para ninguém, inclusive com os próprios filhos, companheiras, etc, não sou compreendido e sou tratado com distanciamento e algumas vezes com hostilidade. Procuro cumprir os meus compromissos financeiros com o mesmo princípio da minha 5ª filha que tem 18 anos, para não deixar margem de injustiça, e desenvolvo uma série de trabalhos extras para cumprir o viés espiritual que existe muito forte em minha mente, de ajudar a tanta gente. Até mesmo para dirimir qualquer dúvida quanto a fidedignidade de meus princípios no pagamento de sua pensão, equivalente ao de sua irmã, eu deixei com ele a senha dos meus empregos para que ele pudesse acessar os comprovantes de pagamento todo mês e ele mesmo calculasse quanto eu deveria passar pra ele.
Acontece que ontem eu o procurei para me dar uma declaração de que era aluno regular de Universidade, para que eu pudesse renovar o plano de saúde, junto com a sua irmã. Depois de tentar tirar pelo site da Universidade e não conseguir, eu pedi que ele me desse a senha que eu tentaria tirar mais tarde da minha casa. Ele disse que não daria a senha para mim. Essa ação que ele teve de desconfiança dos meus atos fez com que desencadeasse de imediato uma reação e antes que eu dissesse qualquer palavra agressiva me retirei, sem dizer pra ele qualquer palavra de despedida.
Fiquei no caminho a remoer o acontecido, conclui que a ação dele foi deveras injusta e que merecia uma reação como a que tive. Por outro lado, raciocinei que eu tenho mais experiência de vida que ele e tento seguir um caminho espiritual com base no amor incondicional e que a minha reação não foi coerente com esse meu projeto. Devo amá-lo e demonstrar que o amo, apesar de qualquer ação negativa que ele tenha com relação a mim, por mais injusta que seja. O meu papel não é de julgar, e sim de amar.
Quando essas argumentações amadureceram em minha cabeça, eu liguei para ele e pedi desculpas por ter saído de forma brusca e não ter falado com ele. Expliquei que foi devido eu ter me sentido injustiçado por eu ter toda confiança nele que deixo consigo as senhas do meu trabalho onde ele pode ter acesso a minha vida profissional, inclusive ao financeiro. Enquanto isso ele não tem confiança de me dar a senha da universidade para ver se eu tiro uma declaração que comprove que ele é aluno universitário, com o objetivo de renovar o plano de saúde que é de interesse dele. Caso eu não tenha essa declaração, simplesmente o plano dele pode ser cancelado. Foi esse o motivo da minha reação, expliquei, mas apesar disso eu peço desculpas por minha reação que deveria ter sido sempre de amor. Ele respondeu do outro lado da linha que tudo estava bem.
Encerrei a ligação e fiquei mais confortável perante Deus e a minha consciência. Também fiquei a pensar que devo regularizar com mais brevidade a minha situação jurídica junto a mãe dele, pois do jeito que está pode acontecer algo que deixe meus demais filhos em situação de inferioridade financeira, e isso não é justo e acredito que ninguém possa defender injustiça.