Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
09/05/2014 00h01
EM BUSCA DO ERRO

            A caixa de Pandora foi aberta para mim naquela reunião da última terça-feira, dia 6. Foi colocada a minha mudança de paradigmas e de comportamento, de trocar o amor exclusivo pelo amor inclusivo, como uma maldade, como um ato de sofrimento para uma pessoa dedicada e que nunca esperava que isso fosse acontecer. No entanto, em meu íntimo não identifico nenhuma maldade, pelo contrário, sinto que segui direitinho a lei do amor, as diretrizes da Natureza feita pelo Criador. Será que estou tão enganado assim? Devo colocar todos os meandros do meu pensamento nessa época que me levaram a essa mudança comportamental, para ver se a avaliação dos meus leitores consegue identificar tão enorme erro identificado e sentido por E. Vou procurar fazer isso usando este espaço de reflexão diária em busca desse provável erro que cometi.

            Não vou considerar o passado onde tudo corria de acordo com o script social, casei, constitui minha família nuclear, tive filhos, vivia na harmonia do amor, inclusive com os parentes, meus e de minha esposa, aos quais nós ajudávamos financeiramente.

            Tudo começou a partir do desejo sexual que surgiu entre eu e uma técnica de enfermagem de nome G. que trabalhava comigo nos plantões do hospital. Ela era muito sensual, de belos seios e corpo bem torneado e desenvolveu um interesse muito grande por mim. Claro que eu também tinha interesse nela, meus desejos de homem em direção a uma mulher atraente não podiam ser anulados por um contrato de casamento. Porem eu tinha o controle sobre eles, nem ao menos eu denunciava esse desejo com gestos, palavras ou mesmo olhar. Era o certinho, um rapaz casado que não importunava nenhuma mulher, casada ou solteira. Vivia com harmonia o meu casamento, a minha família nuclear.

            Acontece que G. parece que ficou mais interessada em mim ao ver que recebia “cantada” de todos os homens ao seu redor, menos de mim. Procurava ficar sozinha comigo e expor os seus dotes femininos associado a um comportamento sedutor, com palavras doces e elogios. Mesmo assim, isso não tendo efeito sobre meu comportamento, ela passo a ser mais direta. Começou a indagar sobre a minha vida e não fiz questão de dizer que era casado, que tinha filhos, que amava minha esposa. Isso não fez ela desistir de mim. Disse que gostava do jeito que eu era, não tirava cabimento nem com ela nem com ninguém. Falou também da sua vida, que morava com a mãe, que tinha alguns namorados, um deles mais frequente, mas nada de sério com ninguém. Disse que gostaria de ter alguém assim como eu. Insinuou que podíamos nos encontrar para conversar e nos conhecer melhor, que gostava muito de conversar comigo, mas o tempo era pouco e as pessoas que viam tinham outra interpretação do que conversávamos. Como eu também tinha o desejo que ela demonstrava ter por mim, sabia que esse encontro não ficaria somente na conversa, que poderia ter um desdobramento que eu não queria que tivesse, apesar de desejar. Evitava o seu convite dizendo que não era certo, que eu tinha compromisso, era casado, tinha filhos e não queria trair a minha esposa. Ela, muitas vezes debruçada na minha mesa de trabalho, com os seus seios bem na frente dos meus olhos, dizia que não havia problema nenhum, que ela sabia de tudo isso e que não queria atrapalhar ou acabar com o meu casamento. Era um encontro de duas pessoas amigas, sem qualquer outro desdobramento ou compromisso. Eu resistia ao convite, mas ao chegar em casa eu ficava alimentando na imaginação como seria esse encontro e terminava num quarto de motel, na imaginação, e na realidade com a minha masturbação. Entendia que fazendo sexo dessa forma eu não estaria traindo ninguém, era uma ação da qual só eu tinha conhecimento.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 09/05/2014 às 00h01