Jesus disse que assim como o Pai o ama, Ele também nos ama, que deveremos perseverar no Amor, assim como ele, Jesus, guardou os mandamentos do Pai e persistiu em Seu Amor. Se guardarmos os Seus mandamentos, principalmente amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, estamos sendo constantes no Amor dEle.
Dessa forma começo a entender a hierarquia do Amor, com essa informação das mais importantes que aparece nos Evangelhos, dada por Jesus aos discípulos: “Como o Pai me ama, assim também eu vos amo.” Ele ensina que o mesmo Amor que Ele tem por Seus discípulos, e a qualquer um de nós, é da mesma intensidade que o Amor do Pai por Ele, seu filho mais evoluído espiritualmente.
Assim eu entendo que o Amor que Jesus tem por seus discípulos e por nós também, é da mesma intensidade que o Amor que Deus tem por Ele.
Agora, devo avaliar o que fazer desse Amor desse amor que chega até mim através de Jesus, considerando tudo que Ele afirma: “Devemos permanecer nesse Amor, pois ele nos é dado por mim, mas provém de Deus.” Permanecer nesse Amor que provém de Deus significa seguir o ensinamento de Jesus, tanto no ensinar (evangelizar) quanto no praticar.
Permanecer no Amor de Cristo nos levará a viver uma vida plena, numa constante e perfeita doação de vida pelas criaturas, pelo nosso semelhante, que é o outro, que é o nosso próximo.
É importante entendermos isso! Que entendamos quem é o sujeito para quem se dirigirá o meu Amor que recebi do Pai através de Jesus. Ele já disse: é para o próximo a quem devemos amar como se fosse a nós mesmo.
Quem é esse próximo? Minha mãe, meu pai, meus irmãos, meus primos, meus amigos, meus colegas?... Pode até ser e é natural que na maioria das vezes seja, pois com essas pessoas temos um maior tempo de convivência, de proximidade. Vejamos como exemplo a mãe, que ficou conosco 9 meses no ventre, depois cerca de um ano de amamentação, de colo, e durante a vida quantos momentos de proximidade!
Mas o conceito é rigoroso e até parece redundante ter que explicar: o próximo é aquele que está mais próximo de nós. Se no momento tem alguém ao meu lado, independente da cor da pele, da religião, da cultura, da posição social, da conta bancária, do cargo político, qualquer que seja a diferença, não importa. Este é o meu próximo a quem devo amar como se fosse a mim mesmo.
Veremos assim que no seguimento do raciocínio, ao cumprir a lei do Amor, o meu Amor por essa pessoa passa a ser maior ou mais importante que o Amor que eu deva ter por qualquer outra pessoa que se encontre à distância, mesmo que seja a minha própria mãe! Eu não deverei fazer a essa pessoa o que não desejo para mim, mesmo que seja contrário o que pense minha mãe. Eu deverei fazer a essa pessoa o que gostaria que fizessem a mim, mesmo que não seja isso que deseje a minha mãe.
Porém, no momento que eu estou só e vejo o Amor que eu tive por aquele “estranho” naquele momento, comparado ao Amor que sempre tive por minha mãe, surge a imensa diferença. Aí eu posso avaliar o quanto tempo eu tive de proximidade com minha mãe como o meu próximo, comparado àquele único dia que eu amei aquele estranho.
Penso também avaliar a direção do Amor. Com minha mãe eu sempre fui o beneficiário da ação do Amor e com aquele estranho fui eu quem doou o Amor.
Tudo isso mostra de forma incontestável a grande diferença que existe entre o Amor a um estranho e o Amor à mãe. Mas isso não elimina a força da lei do Amor que o Cristo ensinou, de “Amar ao próximo como a mim mesmo”, até o ponto de desconsiderar os desejos da mãe se assim for necessário para o cumprimento da lei.
Finalmente, não esquecer que o preceito básico de Jesus é o Amor. Quem não observar isso não participa da comunhão com Ele, com o Pai a quem Ele representa.
O Amor de Deus, como ponto máximo dessa hierarquia, que se manifestou através de Jesus no Amor para com todos os homens, e o nosso Amor, o ponto mais baixo dessa hierarquia, não perde a sua qualidade se devidamente sintonizado com o Amor de Jesus a se manifestar no Amor aos nossos semelhantes que chegam a nós na forma do próximo.