Vendo a biografia do Papa João XXIII, conhecido como o Papa Bom, encontrei um trecho que me deixou a refletir. Foi quando ele tentava de todas as formas com pouco tempo e recursos, salvar 600 crianças judias que iam de navio para o holocausto na Alemanha Nazista. Ele dizia para o gestor do porto que ele tinha o direito e o poder de retardar a partida do navio enquanto ele resolveria os papeis que protegeria as crianças, pois ele, enquanto padre, só tinha compaixão... e pouquíssimo tempo!
Isso me fez refletir... Naquele tempo da 2ª guerra mundial os judeus estavam sendo dizimados sem compaixão dentro de uma barbárie ideológica. Hoje não são apenas os judeus, muitos morrem dentro de uma barbárie civilizada, onde o materialismo impera e a compaixão pelos mais fracos se torna apenas figura de retórica. Muitos falam e defendem a dignidade humana do alto de suas cátedras, dos seus púlpitos, dos seus palanques, mas continua a crescer a violência, as favelas, os bolsões de miséria, a criminalidade.
Era assim que acontecia na 2ª Guerra Mundial. A Alemanha Nazista crescia e com ela a morte de milhares de pessoas, inocentes ou não.
Parece muito com o que ocorre hoje, fazendo as devidas correções. Enquanto o materialismo cresce sem compaixão, com ele cresce o número de mortes de milhares de pessoas, criminosas ou não.
Naquela época o esforço das Nações Aliadas fizeram o contraponto enfrentando o império nazista que representava o mal. Milhares de pessoas também morreram tentando evitar que o mal se alastrasse pela face da Terra.
Hoje também necessitamos que os aliados do Cristo na formação do Reino de Deus também sacrifiquem suas vidas, não de forma literal como aconteceu com os soldados aliados durante a 2ª Guerra. Desta vez será um sacrifício de tempo, talvez de bens materiais, para que possam chegar ao campo de batalha, em qualquer lugar que viceje a miséria humana, principalmente nas favelas ou nas ruas, debaixo de pontes ou viadutos; mas também em ricas mansões e fortunas arrebatadas criminosamente do suor humano, do suor do próximo.
A ação desses novos soldados do bem dentro do mundo materialista com seu capitalismo selvagem é combater dentro dos corações com o exemplo e a abnegação. Devem mostrar aos desamparados que existe no mundo a compaixão de Deus e que eles são os seus veículos; devem mostrar aos poderosos, bilionários e famosos, que existe no mundo a justiça de Deus e que ninguém escapa de pagar pelos erros cometidos, conscientes ou não.
Jesus foi crucificado no passado como um marginal para simbolizar no presente a fraternidade universal e podermos construir com o uso da caridade a partir deste momento para o futuro, o Reino de Deus. A luta prática dos soldados do bem nas vielas, cortiços, púlpitos e cátedras; nos jornais, universidades, empresas, associações e templos, é necessária e urgente.
Devemos deter o massacre dos inocentes causados pela ignorância materialista, com o nosso suor, assim como no passado os aliados detiveram com o sangue o massacre dos inocentes causados pela ideologia nazista.