Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
08/06/2014 01h50
NOVA CONSCIÊNCIA CRISTÃ (3)

            Como foi combinado, fui hoje com os companheiros de Natal para o trabalho na Comunidade de João Paulo II, periferia de Caicó. Os companheiros da cidade mostraram in lócus como funciona o trabalho que eles realizam a cada 15 dias. As casas humildes dentro da própria comunidade mostram os móveis velhos, porém asseados. Cadeiras escolares para as crianças e espaço para trabalho de grupo com os adultos. Depois de ver todos os espaços das casas em que o trabalho é feito sentamos em circulo na sala de reunião. Depois das apresentações procurei interagir com o grupo que era composto somente por mulheres da comunidade, procurando saber delas o que elas imaginavam sobre nós, o que queríamos com aquela visita a eles. Entre elas se destacavam duas, uma que atuava como líder, antecipando as respostas que eu dirigia a todos; a outra era a mais engraçada do grupo e chegava a fazer piadas com o próprio nome. Elas responderam quase por unanimidade que nós que viemos de Natal prestar esse serviço de solidariedade porque gostamos e somos pessoas de bom coração. Então eu perguntava se não era mais agradável ficar na beira da praia em Natal, conversando com os amigos, bebendo uma cerveja, comendo um petisco... Elas responderam que para nós era mais prazeroso estar ali com elas porque nós temos um bom coração. Então eu dizia que a minha mente podia pensar de forma racional e dizer que o prazer ou a vantagem de ganhar dinheiro não estava ali, pois naquele lugar eu estava gastando do meu tempo sem ganhar nada com isso. Mas mesmo assim eu desconsiderava as justificativas da razão e ficava com o que pedia o coração. O que fazia essa diferença? Por que eu não iria para os locais onde tivesse mais prazer ou ganhasse algum dinheiro? O que fez eu ter esse comportamento aparentemente tão sem sentido junto com meus companheiro de fé? Enfim uma delas disse que foi Deus.  

            Reforcei o acerto que ela fez. Disse que realmente este era o motivo, todos nós nos consideramos como filhos de Deus e por isso consideramos todos como irmãos. O Pai deseja que os seus filhos mais desenvolvidos ajudem aos mais fracos, aos mais desconfiados, da mesma forma como acontece com os pais biológicos. Esses também desejam que os seus filhos mais desenvolvidos sejam protegido por aqueles irmãos mais bem desenvolvidos. Assim também somos nós. Ouvimos a palavra do Pai dentro de nossas consciências e resolvemos fazer a Sua vontade. A partir daí fiz uma serie de perguntas relacionadas com a vida de Jesus para eles internalizarem a história do mestre. Onde estava escrita essa história, quais foram as pessoas que as escreveram. Onde foi que Jesus nasceu, quem foi que o traiu, quem o prendeu, como Ele foi condenado. As perguntas surgiam com as respostas sendo efetuadas de forma descontraída.

            No fim da reunião fizemos uma roda com as mãos dadas e rezamos a oração do Pai Nosso. Depois pedi que cada uma dissesse uma palavra que viesse do coração e que caracterizaria esse nosso encontro. Todos nos abraçamos como ato de despedida. Elas pediram para que nós viéssemos mais vezes, que almoçássemos com elas em algum sábado. Achei pertinente o pedido e falei para os companheiros da cidade que eu estava disposto a vir com esse propósito. Ficamos de combinar os detalhes por telefone durante este mês.

            Sei que isso foi uma gotinha de solidariedade que prestei num mar de necessidades das pessoas daquela comunidade. Mas me senti satisfeito e sintonizado com a vontade do Pai, sei que naquele momento me comportei como irmão de todos e fui dormir com a consciência tranquila.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 08/06/2014 às 01h50