Somos todos filhos de Deus e, portanto, pertencentes ao Seu Reino. Porém a criação não foi feita pronta, foi feita de forma harmônica. Se Deus criasse um mundo já pronto sem nenhuma necessidade de evolução nós perderíamos a dinâmica da vida e nossa existência seria estática, de um funcionamento robótico.
Sendo criado dessa forma, simples e ignorante dentro da Natureza que evolui em todos os aspectos, temos a oportunidade de um livre arbítrio quando alcançamos a condição material de expressar o pensamento e a vontade, e a opção de caminharmos em direção ao Pai, quando formos instruídos pela luz da Verdade que nos livrará das trevas da ignorância.
No atual estágio da minha compreensão já posso imaginar a onipresença de Deus em todo o Universo, em cada átomo, em cada célula de qualquer vivente, em todas Suas criaturas.
Vejo assim do ponto de vista de sua criação, que Deus está inconsciente no estágio dos mundos involuídos do mineral, vegetal e animal inferior. No homem intelectivo, ateu ou descrente, Deus está num nível subconsciente. No homem intelectivo, teísta ou crente, Deus sobe à consciência. Quando passamos a valorizar o racional intuitivo, Deus se torna pleniconsciente, domina a consciência e temos que usar o racional para não cair no abismo do radicalismo, fanatismo, pois isso nos afasta da proximidade de Deus. Em seguida posso chegar ao último estágio, de sentir Deus infinitivamente em minha consciência, onde tudo o que faço tem o significado divino, da certeza de que estou agindo como Deus quer, sem me esforçar para que isso aconteça, pois tudo procede com naturalidade.
Hoje ainda estou muito distante desse estágio, pois nem uma simples prece consigo fazer com regularidade e com a profundidade necessária. A maior parte do meu tempo e dos meus pensamentos está associado aos interesses materiais e não aos interesses divinos.
Ainda uso a vestimenta do velho homem adâmico, sabendo que devo transmentalizar a eclosão de dentro para fora do homem crístico do Eu, como fez Jesus de Nazaré.
Jesus sempre colocava em suas lições a temporalidade do mundo material, tinha consciência que ficaria pouco tempo com os apóstolos e logo iria para junto do Pai no mundo espiritual. Chegou a falar inclusive da sua vida enquanto uma consciência viva dentro dos dois planos da existência da seguinte forma: “Perguntais uns aos outros acerca do que eu disse: ainda um pouco de tempo e não me vereis; e depois mais um pouco de tempo e me tornareis a ver.”
Todas essas lições apontam para a realidade do mundo espiritual e de sua prevalência sobre o mundo material; para a realidade de Deus como a extrema sabedoria que a tudo e a todos criou com a essência do Amor e da harmonia, e que estamos mergulhados nEle e Ele em nós; que podemos ir para lá ou vir para cá, sempre com a mesma consciência do divino; que pela compreensão da Verdade podemos nos aproximar cada vez mais dEle e “ajudá-Lo” como Ele planejou na organização e evolução dos mundos, como hoje faz o Mestre Jesus, o Cristo de Deus.