O mundo foi criado a partir do Big-bang, como afirma a ciência em sua principal hipótese sobre a origem do Universo. A partir dessa explosão inicial a matéria criada passou a se expandir e continua assim até o presente momento. Átomos, moléculas, células e a vida foram formados nesse processo evolutivo. Hoje observamos a vida consciente desenvolvida na Terra, planeta que faz parte dos bilhões que são estimados existirem. Os mecanismos necessários para a formação e perpetuação da vida biológica estão centrados em sua própria organização fisiológica que no organismo humano chega a atingir cerca de 100 trilhões de células. Cada um dos seres assim formados nessa escalada evolutiva, procuram ter o máximo de sucesso reprodutivo como forma de sobrevivência da espécie.
Por outro lado, quanto mais a inteligência evolui e domina os mecanismos da Natureza, provocando desvios ou estimulando processos, ocorre um risco cada vez maior de prejuízos ou destruição, local ou global, se apenas os princípios materialistas do pensamento estiverem em ação. Assim, quando o pensamento atinge esse grau de maturidade capaz de provocar danos na própria Natureza, emerge da consciência o sentimento de um Criador para tudo, cheio de Amor e harmonia. Reconhecemos a nossa filiação a essa entidade Criadora e entendemos que devemos fazer a Sua vontade, que é cheia de Amor e harmonia. Esse entendimento vai de encontro aos instintos materialistas sempre associados ao egoísmo. Passamos a observar o mundo de forma diferente, que a energia Criadora se processa com mais fidedignidade em outro plano da vida, o plano espiritual. Chegamos a conclusão de que devemos viver neste mundo material, observando todas as necessidades do corpo material, na sua manutenção da vida individual e conservação da espécie, mas obedecendo com prioridade a Lei do Amor que está associado ao Criador no plano espiritual.
Foi isso que Jesus veio nos ensinar, a Lei do Amor e nossa filiação a Deus, nosso Pai eterno. Quando aprendemos essa lição e passamos a praticá-la, deixamos de obedecer com prioridade às leis do mundo material para obedecer a Lei do mundo espiritual. Por isso o mundo, representado por aquelas pessoas que se mantêm presas nos princípios materiais, passam a nos odiar. Não pertencemos mais ao mundo material, assim como Jesus, que foi torturado e crucificado como prova da aplicação desse ódio. Mas não temos escolha. A nossa consciência já aponta para a certeza da Verdade que o Cristo nos ensinou e que não podemos mais negar. Devemos ter a coragem de confirmar essa Verdade em qualquer lugar ou momento, como fez os primeiros cristãos nas arenas romanas.
Na condição de cristão que me considero, sei que devo levar adiante a missão de Jesus no mundo. Essa escolha que fiz, muitos outros já fizeram e ainda fazem. A sensação de não pertencer a este mundo leva muitos a formarem comunidades cristãs isoladas, conventos, mosteiros, chegam alguns a se isolar e não exercer influência na sociedade. Não podemos cair nesse erro, pois a ideia do Cristo é que sejamos o fermento do mundo novo, da criação do Reino de Deus. Não podemos fazer isso de forma isolada. Temos que estar junto no mundo material, ensinar sobre o mundo espiritual e da sua prevalência na vida, e com o nosso exemplo ajudar na formação da sociedade mais adequada à Lei do Amor.
Entendendo dessa forma é que não entrei em nenhum mosteiro ou algo semelhante, nem ao menos numa religião definida. Prefiro manter minha consciência livre para decidir sobre o melhor caminho para fazer a vontade de Deus dentro de minhas convicções e possibilidades.
Isso não me deixa imune a raiva e ódio que as pessoas que ainda estão associadas ao egoísmo do mundo material possam desenvolver por mim, por maior que seja a proximidade, por qualquer que seja o motivo. Mas sei que fazendo assim, estou servindo de fermento para o novo mundo, mesmo que ninguém ao meu redor perceba dessa forma, mas a minha consciência associada à vontade do Pai assim considera.