Num momento crítico, após a crucificação de Jesus, os discípulos estavam reunidos e aterrorizados com o que podia acontecer a eles devido a grande perseguição dos sacerdotes judeus.
No quinquagésimo (50º) dia depois da Páscoa – Pentecostes – a presença do Cristo espiritual cria uma nova humanidade. O cristianismo nasce da experiência comunitária, da presença e da força de Jesus ressuscitado. Essa presença implica na transcendência do pensamento, mudando situações e vida, dando uma dimensão nova ao viver em comunidade. Se antes a preocupação fundamental era com os aspectos materiais da vida, com o egoísmo que levava ao crescimento da personalidade, com o acúmulo de poder e riqueza, agora a existência do mundo espiritual era uma verdade inconteste e cujo comandante não era reis, presidentes ou ditadores, o comandante supremo desse mundo espiritual era Jesus, que ensinava a Lei do Amor e nossa paternidade divina.
A paz, a alegria e a certeza são os fundamentos dessa nova vida. A aceitação dos outros como irmãos, levando até a radicalidade do perdão, é a condição dessa nova humanidade. A aceitação e recepção dos dons espirituais levam as pessoas a saírem do egocentrismo para a fraternidade – “A paz esteja convosco” – é a nova saudação.
A comunidade passa a sentir uma alegria diferente. Essa alegria é a consequência da vitória da vida sobre a morte, representada pela ressurreição espiritual de Jesus e que todos irão passar pelo mesmo fenômeno. Iremos sair da dimensão material onde estudamos a teoria e prática do Amor em confronto com os instintos biológicos, materialistas, e iremos entrar na dimensão espiritual onde a verdadeira vida imortal se processa e onde prestaremos contas ao Pai sobre as lições recebidas e o comportamento praticado. Essa certeza da vitória da vida sobre a morte será a característica dos que passarão a construir o Reino de Deus, conforme Jesus nos ensinou. Com essa certeza e esse comportamento, estamos preparados para continuar a receber lições e apoio dos espíritos santificados pela prática do Amor, seguindo Jesus como a ideia de “verdade, caminho e vida”.
A vida da comunidade passa agora a fluir na certeza do Espírito que Jesus comunica, o mesmo Espírito que sempre esteve presente nEle, no Seu corpo material há 2000 anos. Agora, mesmo que não sejamos testemunhas desse corpo material, somos crentes da Sua existência, assim como dos corpos espirituais de todos nós que vivemos encarnados na Terra. Aprendemos sobre o intercâmbio que podemos fazer com o mundo espiritual através da oração, principalmente dirigida ao Pai que a todos acolhe de acordo com as diversas necessidades e missões designadas.
A comunidade impulsionada pelo Espírito de Jesus e por seus discípulos, antigos e atuais, encarnados ou desencarnados, é a nova humanidade encarregada de continuar o projeto do Pai, construir o Reino de Deus.
A finalidade é levar todos os comunitários à fé em Jesus, reconhecendo-o como o filho mais perfeito de Deus, o nosso irmão mais velho, paciente e instrutor. E dessa forma, continuando e vivendo a crença passamos a ter a vida autêntica, passamos a ser inseridos na missão de Jesus, que é testemunhar, ensinar e praticar o Amor.
E, por fim, criamos assim a nova forma de vida em comunidade, o “Comunitarismo Cristão”, uma comunidade que tem o privilégio de ver e perceber a influência de Jesus em nosso meio, desde que duas ou mais pessoas se reúnam em Seu nome. A primeira comunidade com essas características teve o privilégio de ver e perceber o corpo material de Jesus. Nós e as gerações posteriores deveremos crer pelo testemunho da fé, lutar pela justiça num clima de fraternidade, permitindo que todos tenham acesso à vida com qualidade, que todos tenham a dignidade humana, e que todos saibam conjugar e aplicar a Lei do Amor.