Da mesma forma que preparamos o corpo para executar com facilidade as tarefas físicas, podemos preparar a mente. No corpo eu posso direcionar o treinamento para o conjunto de músculos necessários a tarefa desejada. O mesmo ocorre com a mente. Posso direcionar meu treinamento para o pensamento que eu considero mais importante para a vida e deixar os outros em segundo plano. Assim eu observo pessoas que desenvolvem seus pensamentos sobre aspectos financeiros, educacionais, religiosos, esportivos, etc. Ficam com suas mentes preparadas nessas determinadas áreas e com facilidade dominam os conceitos e estratégias referentes a cada uma.
Lembro que preparei minha mente durante os anos de formação acadêmica, principalmente na pós-graduação, para trabalhar com a Psicofarmacologia. Com o decorrer do tempo, fiz novas reflexões e considerei mais importante trabalhar minha mente para entender e praticar o Amor Incondicional, já que eu passei a entendê-lo como a essência do Criador e dessa forma assumiu na minha consciência uma prioridade inalcançável por outros assuntos. Deixei a Psicofarmacologia em segundo plano, mesmo a usando na rotina médica, mas mesmo nesse nível profissional eu sinto que a aplicação do Amor Incondicional é mais importante que a Psicofarmacologia, que muitas vezes tem o simples papel de um placebo.
Estou tecendo essas considerações, pois li que o Espírito de João Evangelista antes de retornar a Terra no Século XII, como Francisco de Assis, fez uma reunião no Astral com duzentos discípulos.
Ele dizia que todos já estavam mais ou menos conscientes dos deveres. “Agora resta testar a coragem, examinar a estrutura espiritual, rebuscar o passado e ver se aguentaremos a cruz que deveremos carregar no calvário da carne. Vamos todos fazer uma curta viagem ao solo terreno, pertencer, por algum tempo, ao mundo que nos parece um cárcere, mas que no fundo é uma bênção de Deus ao nosso favor. Tudo depende da disposição de cada um, pois seremos injuriados, maltratados, lapidados, encarcerados, enviados a guerras! Experimentaremos a fome, a sede, a nudez, e, em muitos casos a vergonha, pois a mensagem que levaremos para os homens é tão elevada, que, os que estão posicionados mais abaixo, investirão contra nós.”
Foi dentro desse discurso que o seguinte trecho me chamou a atenção: “Não estamos aqui falando para leigos, basta um toque para que entendais toda a nossa intenção. Não é necessário mais que um gesto para que possais compreender o que se acha escrito em todo um livro. A mente, quando preparada, dispensa o tempo, pois aprende em síntese, o que uma alma sem experiência levaria anos para entender. Vejamos bem que Jesus, como emérito professor, conversou por três anos com um punhado de homens livres; estes no entanto, levando-se em conta a humanidade, em três milênios, talvez ainda não assimilem Suas lições. Nossa conversa é diferente, deve ser rápida e lúcida para assimilação, na íntegra, de todo o ideal.”
Foi assim que eu comparei com minha realidade e agora tenho mais uma explicação para justificar o que se passa ao meu redor. Por que tantas pessoas não conseguem assimilar ou entender as lições de Jesus e fazer o esforço da prática com relação ao Amor Incondicional? Ficam sempre agindo em torno do amor condicional, seja por um filho, um pai, uma mãe, um cônjuge, um amante, principalmente do amor romântico, e não percebem a hierarquia superior do Amor Incondicional? Por mais que Jesus tenha ensinado e até hoje seja repetido nos diversos templos e igrejas? Certamente porque não entraram na essência do estudo sobre o Amor, ficaram sempre deixando os seus interesses egoístas, personalizados, em primeiro plano. Como o grupo de João/Francisco já estava consciente dessa lição, foi fácil o entendimento com poucas palavras, com um simples gesto.
Isso também explica a minha facilidade de entender o que é dito ou escrito e que vai na direção do Amor, pois a minha mente também está preparada para absorver e entender o que se é dito, o que é necessário fazer. Não entro em considerações negativas como aquelas que escuto geralmente ao se tratar disso, que não é possível praticar o Amor dessa forma, que fica para os santos, para Jesus, pois só Ele era capaz disso. É essa forma de pensar que caracteriza uma mente despreparada, que não consegue absorver as instruções do plano do Amor puro, incondicional, e fica sempre circulando ao redor do amor contaminado, condicional.
É esta a minha dificuldade atual, principalmente com minhas companheiras, pois preparei minha mente ao longo do tempo, a custa de muito sacrifício, para chegar a este estágio, e elas sentem em si o impacto de uma mente despreparada para a vivência neste outro plano que privilegia o espiritual e não o material. Enquanto não preparam suas mentes nesse aspecto, precisam ficar longe da convivência comigo, pois o sofrimento pode levar reações negativas de raiva e ressentimento como já aconteceu diversas vezes, inclusive com minhas duas ex-esposas.
Caso elas entendam que essa ideia que advogo é verdadeira, devem fazer o esforço de preparar suas mentes como se estivessem dentro de uma academia mental, com leituras, reflexões e prática no bem, principalmente com as pessoas mais difíceis, que estejam perto ou longe, porque a honestidade é importante para não se cair na hipocrisia.
Devemos preparar a mente para ser fiel a ideia que defendemos. Esta é a ordem do dia!