Jesus percorria todas as cidades e aldeias. Ensinava nas sinagogas pregando o Evangelho do Reino e curando todo mal e toda enfermidade. Vendo a multidão, ficou tomado de compaixão, porque estava enfraquecida e abatida como ovelhas sem pastor. Disse então aos Seus discípulos: “A messe é grande, mas os operários são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da messe que envie operários para a sua messe.”
Ao ler esse trecho do Evangelho de Mateus (9:32-38), faço uma comparação com o trabalho que começamos a fazer, inspirados na vontade de Deus, na comunidade da Praia do Meio. Olhamos o quanto temos que fazer, quanto trabalho existe, e poucas pessoas para realizá-lo.
Mas, como discípulos aplicados de Jesus que queremos ser, devemos seguir as pegadas do Mestre. Primeiro fazer a orientação que Ele nos deu, de pedir ao Pai que envie operários para o Seu trabalho. É importante termos essa consciência. O trabalho não é nosso, não estamos com este trabalho procurando nos promover dentro de nenhuma religião ou partido político. Queremos simplesmente fazer a vontade do Pai, conforme Ele colocou intuitivamente na nossa consciência.
Fazendo um paralelo com a estratégia de Jesus, devemos percorrer (andar a pé mesmo!) todas as ruas, becos e vielas da comunidade. Devemos ir a cada casa e inspirados pelo Espírito Santo curar todo o mal e toda enfermidade. Não devemos ser tímidos, sabemos que Jesus orientou aos seus discípulos no passado que fizessem assim, pois que eles tinham autoridade dada por Ele e confirmada pelo Pai para enfrentar o mal e levar a luz do Evangelho, do bem, onde existissem as trevas da ignorância.
Uma ação desenvolvida dessa maneira merece ser conhecida como uma forma de gerência da coletividade como acontece com a democracia, o comunismo, o socialismo, etc. Podemos chamar de comunitarismo cristão, pois é um trabalho realizado dentro da comunidade fomentando relacionamentos fraternos dentro da amizade que é gerada em cada contato.
Ainda existe outro fator negativo que dificulta o trabalho na messe. Os operários, mesmo poucos e com boa vontade, não são pessoas perfeitas, cada um tem suas dificuldades. Isso além de retardar o trabalho que precisa ser feito, ainda exige de cada um boa dose de tolerância.
Sei de todo o trabalho que deve ser realizado, sei das pessoas que devo contatar, das providências a serem tomadas, porém termino por deixar outras ações que se mostram mais prazerosas em primeiro plano, como por exemplo, assistir um jogo de futebol reunido com os parentes e não fazer a visita na comunidade tomando as providências de organização.
Da mesma forma que eu identifico essas falhas no meu modo de agir, mesmo sabendo do retardamento da minha missão e da responsabilidade que tenho frente ao Pai, devo também identificar essas dificuldades nos meus companheiros e a necessidade de nos tolerarmos mutuamente. Somente assim podemos conquistar algum grau de fraternidade e solidariedade dentro do grupo e de sermos capazes de entrar no trabalho comunitário com este mesmo espírito.
Devo pedir ao Pai, que Ele nos envie mais operários na comunidade, mais companheiros na minha vida, e mais força para vencer os meus defeitos e vícios.