O verdadeiro discípulo de Jesus é aquele que ouve a Sua palavra, entende-a e produz frutos.
Entendo que Jesus não queira que vivamos o cristianismo de modo superficial, meramente ouvindo e aceitando seus ensinamentos de forma teórica. Ele quer que eu seja capaz de produzir frutos, que eu tenha essas lições arraigadas no fundo do meu coração.
Lembro daquela parábola que é um modelo para a minha vida, a parábola do semeador. “Um semeador saiu a semear. E, semeando, parte da semente caiu ao longo do caminho; os pássaros vieram e a comeram. Outra parte caiu em solo pedregoso, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque a terra era pouco profunda. Logo, porém, que o sol nasceu, queimou-se por falta de raízes. Outras sementes caíram entre os espinhos. Os espinhos cresceram e as sufocaram. Outras, enfim, caíram em terra boa. Deram frutos cem por um, sessenta por um, trinta por um.”
Essa parábola inspirou-me a colocar a imagem de Jesus enquanto Semeador, arrodeado pelas fotos dos meus cinco filhos na sala do meu apartamento.
Nessa alegoria, pela Lei da Correspondência, fico no papel do Cristo a semear o Amor. Essa semeadura ao alcançar o coração de minhas companheiras é capaz de gerar filhos, frutos reais desse trabalho. O desenvolvimento do filho dentro do pensamento cristão e das minhas condições, passa a ser de grande responsabilidade da mãe, já que o semeador, no caso eu, pela natureza da minha missão, não pode se dedicar com exclusividade a essa educação.
Assim, caminho pela vida dentro dessa perspectiva. Compreendo que , tal como a chuva que cai do céu e para lá não volta em forma de vapor sem ter regado a terra, sem tê-la fecundado, e feito germinar as plantas, assim acontece com as palavras que minha boca proferem e com as ações que o meu corpo realiza: voltam para mim na forma de frutos, após ter produzido seus efeitos, em ter executado a vontade do Pai dentro dos meus relacionamentos e cumprido a minha missão. No caso dos filhos, dei a semente a germinar, o pão a comer, o exemplo a seguir.
Por mais que eu seja acusado de egoísta, por não me envolver por completo com o filho daquela que reclama, ou com ela mesma, eu sei que essa não é minha tarefa, e sim de continuar a semeadura enquanto tiver em mim forças e sementes para distribuir.
Sei que eu, enquanto filho de Deus, tenho que cumprir a vontade do Pai, e evitar a corrupção que o meu corpo exige de forma egoísta para beneficiar a si mesmo ou parente de maior ou menor consanguinidade.
Sei que tenho o privilégio de abrigar em minha consciência o Paráclito que fiscaliza os meus atos a partir de minhas intenções. O genuíno contato que tenho com a palavra de Jesus é um privilégio e uma grande responsabilidade. Por causa dessa fé posso ver e ouvir o que os apóstolos ouviram e viram.
Trabalho o meu coração para ser uma terra boa, fértil e sem pedregulhos. Sei que a terra boa é aquela que está cheia de Amor. Procuro abastecer meu coração para que ele seja essa terra boa, com compreensão, tolerância, justiça, fraternidade, humildade, solidariedade, paciência, etc. Também procuro ensinar ao próximo como fazer esse abastecimento de Amor, principalmente às minhas diversas companheiras, de todas as naturezas, principalmente aquelas que comigo geraram ou pretendem gerar filhos.
Fazendo assim procuro ser o modelo de discípulo do Cristo e um filho obediente à vontade do Pai, mesmo que tenha de superar os obstáculos da ignorância, da incompreensão e dos preconceitos que surjam ao meu redor.