Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
16/07/2014 00h01
INCREDULIDADE

            No campo da fé eu me deparei muitas vezes com a incredulidade, amparada na dúvida do transcendental, daquilo que poderia existir sem que meus sentidos físicos percebessem. Passei muito tempo nesse processo de incredulidade, apesar de frequentar diversas igrejas e de ler diversos livros sagrados. Quem me salvou das garras da incredulidade e fez-me reconhecer a filiação divina, com um Pai amoroso e sempre presente, foi o meu raciocínio lógico, coerente, associado a humildade de que eu não poderia conhecer tudo da vida. A Verdade que eu poderia alcançar estaria limitada ao potencial da minha inteligência e que ela, e tudo que eu sou, deveria ter sido obra de “alguém”, e que por ignorância de Sua essência verdadeira, tive que aceitar os conceitos mais coerentes que chegavam às minhas mãos.

            Hoje me considero uma pessoa de fé, acredito no mundo transcendental e que ele tem uma maior preponderância sobre o mundo físico que funciona como uma escola ou hospital para o aprimoramento da nossa alma. Reconheço como Verdade as lições do Mestre Jesus e o considero como meu superior hierárquico, o comandante supremo à nível de Sistema Solar, na luta da luz da Verdade para vencer as trevas da Ignorância.

            Dentro desse contexto eu me deparo constantemente com pessoas incrédulas, da mesma forma que eu fui no passado, e o sentimento que me vem ao coração é o de compaixão. De forma comparativa ao passado eu me sinto bem mais adaptado à vida, com um compromisso importante a realizar no campo físico, dos relacionamentos, mas de ordem transcendental, da vontade do próprio Deus. Diminuiu o meu apego pelas coisas materiais que considero apenas como instrumentos para o implemento das minhas ações. Aumento a minha responsabilidade com o mundo espiritual e dentro do qual eu percebo toda a hierarquia superior frente ao mundo material. Então, quando eu me relaciono com pessoas incrédulas, não deixo de sentir, sem falsa modéstia, um patamar diferente de relacionamento com a vida. É como se aquela pessoa estivesse fixa a um patamar inferior, como se estivesse amarrada por ferros do orgulho e preconceito que não a deixa ver a lógica e coerência que me libertou.

            Mas essas pessoas também usam da lógica e coerência para dirigirem suas ações, então por que não consideram uma paternidade superior que está além de suas compreensões? Esta verdade para mim é tão clara, que só posso considerar essa hipótese: da pessoa está presa ao orgulho dos conhecimentos que adquiriu até o momento atual, e que podem de ser de alta relevância acadêmica. Porém isso pode reforçar o poder dos preconceitos contra tudo que não pode ser mensurado por nossos sentidos físicos ou aparelhagens sofisticadas.  

             Jesus criticava as cidades incrédulas chegando até a dizer que elas seriam atiradas no inferno, pior do que Sodoma. Ele criticava a incredulidade sobre a mensagem do Amor, da paternidade divina, do Reino de Deus, que trazia para a Terra. Sei que Ele foi muito duro com essa reação, mas Seu objetivo era quebrar justamente essas cadeias do orgulho e preconceito que impedem do homem se adaptar à vida como ela é, e não permanecer fixado em valores materiais, que são transformados constante e inevitavelmente pela ação do tempo, inclusive os nossos corpos biológicos.

            Portanto, dentro da Verdade que reconheço, peço ao Pai compaixão para todos nós que podemos estar “viajando” por falsas verdades e presos por forças que não consideramos.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 16/07/2014 às 00h01