A parábola é uma compreensão entre coisas da vida cotidiana e os mistérios do Reino de Deus, e que Jesus usava constantemente para facilitar o que Ele devia ensinar, a aplicação do Amor em um mundo dominado pelo mal, pelo egoísmo.
Hoje existe muita gente que conhece as parábolas de Jesus e que se esforça para sua mais ampla divulgação em todos os lugares do mundo. Mas, é necessário agora, partir do conhecimento teórico para a prática. Talvez seja necessário mais uma vez utilizarmos o recurso da parábola, agora com o sentido de execução da ação comunitária, social, sintonizada com as lições do Evangelho.
Tenho três áreas de atuação onde posso aplicar os conhecimentos do Evangelho. A primeira é a familiar, onde está situada a principal missão que tenho como determinação do Criador, de construir a família ampliada. Esta já construí e continua em crescimento. Ela é dinâmica e cresce com mais rapidez que a família nuclear. O site da My Heritage que ensina como fazer a árvore genealógica trouxe-me essa percepção, do quanto a minha árvore é frondosa e se espalha por dentro de tantas famílias nucleares. O que falta agora é o acabamento dessa árvore. É como a construção de um prédio, é feito inicialmente as fundações, depois os diversos compartimentos, para em seguida fazer o acabamento. Devo fazer a acabamento de minha família ampliada trazendo a harmonia em todos os relacionamentos dentro dela, com todos os integrantes, desde os mais próximos aos mais distantes, mas que de alguma forma componha algum ramo dessa árvore. A matéria prima que devo usar para fazer esse acabamento é o Amor Incondicional. Devo fazer circular essa energia entre todos, por mais que existam obstáculos do amor romântico ou de qualquer outro tipo de amor condicionado.
A segunda área de atuação é a profissional. Tenho o trabalho como médico e professor, que se espalha do público ao privado, do local ao regional, do remunerado ao voluntário. Ao colocar dentro dele os ensinamentos cristãos, ele deixa de ser ferramenta para o meu crescimento material, na forma de acumular patrimônios e poupanças, e passa a ser o necessário para movimentar a minha rede de relacionamentos dentro da solidariedade. Passo a considerar todos os recursos que adquiro como fruto desse trabalho, como bens materiais que o próprio Deus me proporciona para que eu administre em Seu lugar, em Seu nome. Nada me pertence, tudo pertence a Ele! Esta é a minha convicção. Por isso devo ser parcimonioso, econômico, justo. Não posso desperdiçar aquilo que não é meu, com os meus próprios interesses. Sempre consulto a minha consciência onde está a Lei de Deus, para saber se não estou sendo desleal ou injusto com qualquer pessoa, na redistribuição dos bens do Pai. No campo material eu concordo que tenho excesso de trabalho, mas eu acho que é isso que o Pai deseja, pois Ele sempre me dá oportunidades de mais e mais trabalho e a saúde necessária para a sua execução. Claro, se ele não quisesse que eu fizesse todo esse trabalho, Ele não me daria as condições.
A terceira área de minha atuação eu considero que tenha iniciado, de fato, este ano, a partir da participação ativa no trabalho comunitário. De repente surgem várias frentes de trabalho dentro do meu campo de atuação: Caicó, Ceará-Mirim, Praia do Meio; são de onde estão partindo o chamado para eu desenvolver o trabalho, auxiliado pelos companheiros que o Pai coloca no meu relacionamento. É nessa área que eu vejo que existe o maior confronto, entre as forças do bem e da luz, na qual estamos engajados, com as forças do mal, das trevas, representados pela ignorância. A luta aqui é bem maior que nas outras áreas, pois exige de nós uma coragem e perfeição que ainda não temos. O trabalho surge com clareza à nossa frente e falta em nós compromisso, determinação e inteligência para resolver. Sei que de alguma forma estamos avançando, pois estamos intuídos da vontade de Deus, mas os passos são muito lentos, comparados aos que poderíamos dar. Mesmo sem abandonar o trabalho tradicional com o qual já temos compromisso, temos que fazer um esforço adicional para nos aprimorar, reconhecer nossas falhas em público e tolerar as falhas dos colegas em particular, e ter sempre a disposição de lutar para nos corrigir.
É aqui nesta luta cotidiana da reforma íntima aplicada ao trabalho comunitário que iremos construir, palmo a palmo, o Reino de Deus. Será a parábola do beija-flor lavando a gotinha de água para apagar as labaredas do inferno de medos e sofrimentos de onde vivemos, que estamos convocados a transformar para o bem e para a luz, este planeta de provas e expiações.