Paulo dizia em suas cartas (Romanos 8, 28-30) que tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são os eleitos, segundo os Seus desígnios. Os que Ele distinguiu de antemão, também os predestinou para serem conforme a imagem de Seu Filho, a fim de que este seja o primogênito entre uma multidão de irmãos. E aos que predestinou, também os chamou; e aos que chamou, também os justificou; e aos que justificou, também os glorificou.
Paulo foi chamado pelo próprio Cristo para difundir o Evangelho pelo mundo, além dos limites culturais dos judeus. Onde houvesse um ser humano, este deveria ser considerado como filho de Deus, e como tal ser ensinado a sobre o Reino de Deus e como se tornar um cidadão deste Reino.
Também é colocado nos ensinos bíblicos do Velho Testamento, que todo pai deveria dedicar o seu primeiro filho, o primogênito, ao serviço do Senhor. Portanto, existe de antemão uma predeterminação do primogênito ter esta predestinação. Considero Jesus como o primogênito de Deus no contexto da humanidade e da espiritualidade. Foi o primeiro que veio a Terra nascido com essa informação, de ser o filho de Deus, portanto nascido de uma virgem, pois não poderia ter um pai biológico. Apesar de toda a crítica que exista sobre essa condição aparentemente não natural do Seu nascimento, prefiro acreditar na sua veracidade e que os mecanismos racionais que a justifica ainda não esteja ao alcance da minha compreensão.
Então, dado a minha condição de primogênito, sei da minha predestinação natural a Deus, dentro da egrégora bíblica. Sei que a maioria não tem esse conhecimento e dos poucos que o possui, a maioria não os considera devidamente, entende apenas como uma curiosidade nos escritos da Bíblia. Porém, eu respeito essa informação e aceito a predestinação natural “dada por Deus” segundo os escritores inspirados da Bíblia. Talvez por isso exista essa minha natural ânsia por procurar entender o Divino e fazer a Sua vontade.
Agora vejo no Novo Testamento, este ensino de Paulo que reforça mais uma vez a importância que dou a minha primogenitura. Eu fui pego na rede dos pregadores que falam sobre o Reino de Deus. Apurei os meus sentidos para ver e ouvir o que estava sendo ensinado, tomei a postura de ter encontrado um grande tesouro, “vendi” tudo o que eu tinha no mundo material para me tornar um cidadão deste Reino.
Fiquei muito contente em saber, segundo Paulo, que o Pai me predestinou com uma missão para dentro dela ser a imagem do seu Filho mais perfeito, o seu primogênito, Jesus. Mais contente fiquei ainda em saber que Ele justificou todas as minhas faltas, erros e defeitos. Não é que eu me sinta perfeito a partir dessa compreensão, é porque eu reconheço todas as minhas falhas, mas me considero a nível dos primeiros apóstolos que tinham também tantos defeitos e todos foram escolhidos pelo próprio Cristo, inclusive a Pedro que Ele sabia iria Lhe negar por três vezes, inclusive Judas que Ele sabia que iria lhe trair e desencadear o Seu martírio.
Então, aqui estou eu, o primogênito pela natureza de Deus, e primogênito por ter sido alcançado pela rede do Evangelho e ter tido olhos e ouvidos para ver e ouvir, e agora estou no trabalho da construção da Família Ampliada como minha principal tarefa na realização da vontade do Pai.
Espero que o meu empenho em fazer a Reforma Íntima me dê as condições de ser glorificado como Paulo ensinou que o Pai faria com quem fosse o escolhido. Entendendo que essa condição de escolhido e glorificado depende do meu empenho em fazer a tarefa que foi confiada a mim, e não uma deferência de Deus para comigo. Sei que Deus não tem preferência por nenhum dos seus filhos, pois todos foram criados em iguais condições. O que vai fazer minha maior aproximação a Sua essência amorosa é o esforço que devo fazer para compreender e aplicar as Suas leis, como Jesus bem nos ensinou.