Estou determinado a seguir o caminho que Deus predestinou na minha consciência, de construir a Família Ampliada, seguindo os preceitos do Amor Incondicional. Acontece que eu não escuto com clareza, com uma voz audível, nem vejo letras ou frases dizendo com detalhes o que devo fazer. Sinto apenas a intuição apoiada nas minhas convicções de que tenho uma comunicação aberta com Deus e que Ele fala comigo e eu com Ele, em todo momento, que nos comunicamos.
Acontece que tudo isso é processado através do meu cérebro de natureza biológica e sujeita as forças instintivas da animalidade, do egoísmo, do crescimento exclusivo, individual. Será que isto que surgiu na minha mente como intuição Divina, de construir uma família tão ampla, não é simplesmente as forças instintivas da sexualidade querendo se expressar por algum tipo de canal?
Isso é um tipo de dúvida, e eu já sei que isso deteriora a relação que eu tenho com o Pai. Por mais de uma vez Ele já me confirmou que esta é realmente a Sua vontade, mesmo que todos pensem que eu busque a sexualidade ampla, como parece. Mas eu não posso deixar de fazer essas reflexões, pois sempre volta a minha mente a possibilidade de eu estar errado.
Vejo o que Isaias dizia sobre isso (30, 19-26): “Quer você olhe para a direita quer para a esquerda, uma voz atrás de você lhe dirá: “Este é o caminho; siga-o””.
A maior acusação que paira sobre mim é quanto ao domínio da sexualidade nas minhas ações. No caminho que Isaias se referia não tem escrito nada que dê prioridade ao instinto sexual, e sim aos interesses divinos. Então eu posso colocar meu racional para funcionar e ver até que ponto o meu instinto sexual tem a prioridade no meu comportamento. Ao fazer essa reflexão eu não vejo essa prioridade. Não vejo o meu comportamento em busca de pessoas para a prática do sexo, quer seja profissional ou emocional. Reconheço que sinto a força desse instinto inserido nas minhas funções mentais, como memória, desejo, prazer, ligadas aos interesses da carne. Mas uso a inteligência para colocar essa força à serviço da vontade divina, do Amor Incondicional. Então, na prática o que prevalece são as ações que estão sintonizadas com a “vontade de Deus”, assim como a imagino, carregada de harmonia com os interesses de todos os seres viventes, com toda a natureza, inclusive comigo, mas não exclusivamente comigo.
Por isso posso dizer com firmeza que a voz que fala comigo intuitivamente está mais ligada a essa harmonia universal, portanto mais ligada à vontade de Deus do que aos interesses dos meus instintos. Devo evitar estar sempre colocando em discussão essa dúvida, pois isso é interesse de terceiros que não têm o alcance cognitivo para perceber ações que fogem dos interesses do mundo material e procuram construir um novo mundo baseado em novos critérios.
Vou procurar ficar sempre receptivo a voz de Deus. Estou convicto de que uma vez que estabeleci as prioridades corretas e colocado o coração para a direção certa, a voz de Deus me guiará. Essas diversas forças que existem dentro do meu corpo biológico e se expressam na mente como pulsões, foram todas criadas pelo Pai para garantir a perpetuação da vida ao longo do tempo. Sei que não posso eliminá-las por total, fazem parte da minha vida, é a sombra do meu Eu luminoso. Deve ser conhecida e tratada com respeito, mas com energia suficiente para colocá-la à serviço do Pai, assim como já determinei que o meu corpo seria o Seu instrumento. As opiniões leigas de terceiros que estão totalmente envolvidas com os interesses do mundo material, não podem ter influência negativa sobre os interesses do divino. Pelo contrário, é essa massa bruta que vive nas trevas da ignorância, dominada pelas paixões da carne, que devo levar a luz do divino, do pouco que ilumina minha consciência e meu caminho.