Ontem, dia 16-08-14, fiz uma visita especial acompanhado de parentes à Fazenda Campos, localizada em Olivedos, município da Paraíba. É a Fazenda que pertence ao pai do companheiro da minha filha mais velha, An. Como no dia anterior, sexta-feira, foi o aniversário do meu neto, D., único até agora, resolvemos ir no dia seguinte, sábado, por causa do trabalho dos dias úteis.
Acordamos logo cedo para sairmos as 4h. O dia já clareava, mesmo que nuvens cinza subissem no horizonte ocultando a luz e ameaçando chuva. Os primeiros pingos caiam no nosso carro que corria valentemente na estrada molhada que parecia coberta de fina camada de gelo. Os pássaros, preguiçosos, não se preocupavam em sair dos seus ninhos, e como espectadores olhavam do alto das árvores a chuva que caia e o carro que corria pelos seus domínios. Não paramos para comer ou fazer qualquer coisa, e chegamos a Campina Grande às 9h. Fomos direto para o Hotel fazer as reservas de nossos três quartos, pois íamos a número de nove e ficaria três em cada apartamento.
An. veio nos receber no mesmo hotel onde ficamos. Chegou feliz e radiante, dirigindo uma picape e mostrando o local do seu novo trabalho e que ficava perto do hotel. Fizemos um lanche rápido numa lanchonete vizinha e combinamos sair todos juntos para a Fazenda às 11h.
Apesar do acesso à Fazenda ser muito difícil, 10 km de estrada de barro, com muitos buracos, trepidação, pedras e poeira, chegamos ao nosso destino. Fomos bem recebidos por todos, principalmente pelo nosso anfitrião, L., o dono da Fazenda. É uma pessoa muito simpática que fez questão de nos esperar até as 14:30h, quando chegamos. Havia preparado um carneiro com todos os aproveitamentos culinários possíveis. Havia uma panela de carneiro torrado, um pernil do carneiro assado e uma buchada. Além disso, fez um delicioso pirão, acompanhado de arroz branco e feijão macassar. Fiz o primeiro prato comportado, mas depois que todos fizeram os seus, voltei para pegar o segundo prato e dessa vez não tive pruridos, coloquei o dobro da alimentação que havia colocado antes da primeira vez. O Sr. L. havia dito que todos teriam que dar uma nota da refeição, mas quando viu minha disposição com o alimento, disse que eu estava dispensado de dar a nota.
Depois de termos pego a sobremesa, acompanhamos L. que nos mostrou com interesse e determinação, os principais aspectos da Fazendo. Começou pela área onde estava sendo feito estudos para a exploração de minérios, foi para o açude onde se encontrava seco, mas mostrou a profundidade e também uma ilha artificial que havia construído num local estratégico. Disse que sua intenção é plantar dois coqueiros e quando estivesse cheio o açude ele iria de barco até a ilha e armaria uma rede entre as duas árvores. Mostrou um parque de vaquejada chamando atenção para suas características de solo e de funcionalidade. Terminou mostrando a cisterna que capta água constantemente de um poço que fica ligado direto e fornece gratuitamente água pelos arredores através de carro pipa. Mostrou a casa dos diversos moradores, e a igreja onde algumas vezes o padre chega para fazer o seu ofício.
Como percebi que o L. tinha uma boa espiritualidade, a partir das placas que sinalizavam a Fazenda que continham sempre a frase: Deus está no comando, perguntei se ao voltar, poderíamos sentar em roda para eu fazer uma leitura das lições que Jesus dava aos seus discípulos e demais presentes ao final da noite.
Conforme ele permitiu, ao chegarmos sentamos todos na mesa e ele ficou comigo na cabeceira. Fiz a leitura do capítulo 17 do livro “Jesus no lar”, cujo título era: A exaltação da cortesia. Segui com um pequeno comentário associando o comportamento do dono da casa com as lições do Mestre Jesus. Abri a oportunidade de cada um colocar a sua opinião sobre o assunto num tempo máximo de um minuto, devido a urgência de voltarmos antes do escurecimento da estrada. E. foi a primeira a falar, obedecendo o minuto. Em seguida o senhor L. falou sobre a mensagem, sobre o momento e as circunstâncias fraternas onde todos estávamos. Como o dono da casa havia falado, achei por bem encerrar a reunião, e já ia me levantando para fazer a oração do Pai Nosso, quando An. pediu a palavra. Foi a melhor surpresa da reunião. Ela colocou os seus sentimentos com profunda emoção que contagiou a todos que acompanharam sem vergonha as lágrimas que ela deixava cair. Mostrou a importância de família dela, apesar dos seus silêncios, mas que ninguém podia calcular agora a alegria que ela sentia. Sempre sonhava que um dia nós estaríamos ali com ela, ao lado da nova família que a tinha adotado. Senti a grande transformação que sofria E., que como mãe fazia muita crítica ao comportamento dela, que preferia viver longe que ao seu lado.
Enfim, fizemos a oração do Pai Nosso, iniciada por L. e ao terminar todos nos abraçamos em grande momento de fraternidade. Voltamos para Campina Grande e acredito que todos estavam tocados pelas diversas experiências daquela tarde.