O próprio Jesus fez essa pergunta direta aos seus discípulos quando esteve encarnado entre nós e cada um deles teve uma resposta diferente. Se Jesus fizesse hoje essa mesma pergunta, “quem sou eu”, às pessoas que já o conhecem e que já admitem serem os seus discípulos, qual seria a resposta?
Se a pergunta fosse dirigida a mim, acredito que eu responderia assim: Mestre, Tu és o filho de Deus, assim como todos nós também o somos, apenas que vós estais mais evoluído considerando a todos que habitam ou já habitaram neste planeta; Tu viestes para cá, encarnado como um simples ser humano, com a missão de ensinar sobre o Amor Incondicional; é o comandante supremos da luta do bem contra o mal, o governador do nosso sistema solar.
Esta seria a minha resposta. Representa tudo aquilo que aprendi e ouvi falar sobre Ele. Fala do meu conhecimento a respeito dEle a partir da minha experiência pessoal e única. É a imagem do Mestre/Governador/Pastor que alimento em meu consciente e creio que também no inconsciente. Não é um castigador, e sim alguém que se importa com minhas transgressões, reconhece minha fragilidade humana e sabe das intenções do meu coração. Sabe que apesar dos meus erros e deficiências, eu tenho vontade de aprender e de corrigir o que tenho de errado dentro de mim, limpar o coração da sujeira do egoísmo que o meu espírito ganhou ao aceitar ser o administrador do corpo que foi oferecido para o meu estudo e evolução. Assim, Ele com o esforço que fez de deixar para nós o Evangelho, pode colaborar com o esforço que quero fazer de ser a cada dia melhor do que fui ao dia anterior.
Estou engajado nas fileiras do Cristo, recebi o Paráclito na minha consciência e sei que tenho uma grande responsabilidade ao aceitar ser instrumento do Pai para fazer a Sua vontade. Tenho a missão específica de praticar o Amor Incondicional em todos os meus relacionamentos, principalmente nos relacionamentos afetivos, incluindo aqueles íntimos que geram a estrutura familiar. Dentro dessa perspectiva o Amor se torna inclusivo, sem ciúmes, sem exclusão de ninguém, principalmente das parceiras que o Pai permitiu a aproximação e a Lei do Amor permitiu a intimidade sexual.
Como a Lei do Amor, representação abstrata do Pai, foi a disciplina principal que o Mestre veio ensinar, tenho a compreensão de ter na consciência uma espécie de procuração espiritual para representá-lo aonde eu for, com quem estiver, em qualquer circunstância que o Pai permita que eu esteja dentro da Natureza que é a sua representação física. Isso me afasta inevitavelmente dos costumes e até mesmo das leis humanas, carregadas de individualismo de toda espécie, desde os interesses do sangue, da hereditariedade, até os interesses de grupos corporativos. A consequência é que eu me torne um execrado, uma pessoa isolada, que nem as pessoas que desenvolvem amor por mim e mesmo que tenham uma convivência íntima, conseguem suportar.
Apesar desse perfil, de ser um ermitão do convívio na vida íntima, torno-me cada vez mais uma pessoa que se difunde na comunidade através do Amor que recebo do Pai e que o redistribuo na forma de solidariedade, de levar a todos um pouco da luz que consegui receber. Forma-se assim o grande paradoxo na minha vida quando procuro levar avante essa vontade do Pai e coloco Jesus como o meu comandante, fico tão isolado dentro da minha casa e tão preenchido na comunidade!