Esse título também poderia ser, “Os livros no mundo”, não iria ser alterado nada do que eu quero dizer agora. Ao iniciar a leitura do livro de J. J. Benítez, “Mágica Fé – A volta ao mundo em busca de Deus”, foi que iniciei esta reflexão. Eu gosto de viajar, de ver novos cenários, interagir com outras pessoas... Mas prefiro ainda ler os livros que relatam as viagens de cada autor, quer seja num mundo real ou imaginário, mas sempre cheios da compreensão que ele faz do que vê e sente, e do porque vai e volta. É uma dimensão rica, pois o que eu perco não estando presencialmente nos lugares citados eu ganho na interpretação que o autor faz e que é única e que pode me trazer diversos flashes de conhecimento, de aproximação da verdade universal. Talvez por isso eu adquira tantos livros e inicie a leitura de tantos ao mesmo tempo, sabendo que não tenho tempo de concluir tanta leitura. É porque quando faço isso eu inicio a viagem e sei para onde vou ser levado na memória e imaginação do autor. Depois deixo o livro marcado na estante, pois já sei qual o caminho que vai ser percorrido. Pego outro para fazer a mesma coisa, e assim eu fico com dezenas de livros, iniciados e marcados com a data de aquisição, local e data que comecei e parei de ler. É como se eu tivesse congelado aquela viagem para outro momento que eu não sei quando virá, mais sei que já existe. Quando a leitura/viagem é muito interessante e tem aplicação prática naquilo que estou desenvolvendo, procuro ficar mais tempo com esse livro e fazer anotações e considerações com a minha vida prática. Como sei que estou a serviço de Deus, tenho agora a compreensão que todas as opções de livros que surgem à minha frente, de alguma forma é uma indicação de Deus para que eu aperfeiçoe determinado pensamento ou modo de agir. Entro no sebo como aconteceu há dois dias e daquela infinidade de livros vou direcionado para a minha área de interesse. Deixo de lado diversas viagens que eu não tenho interesse em realizar. Dentro da área de meu interesse, geralmente surgem livros que motivam a viagem com o autor que eu vejo na estante. Foi o que aconteceu com J. J. Benítez. Eu já havia feito uma viagem maravilhosa com ele, na série de livros “A saga dos capelinos”. Foi uma viagem extensa e esclarecedora, no tempo, na história, na espiritualidade. Acompanhei desde o planeta Capela o deporto de espíritos recrudescentes no mal para o planeta simplório do sistema solar, a Terra. Acompanhei a criação de deuses, de civilizações, de pessoas que moldaram a face do planeta, de Osíris no Egito a Jesus em Nazaré. A minha visão de mundo foi reordenada de forma magnífica com essa viagem, que eu não teria oportunidade de fazer no mundo presencial.
Recebi há poucos dias o presente de alguns livros do sebo e entre eles estava “Operação Cavalo de Tróia”, três títulos da mesma série. Ganhei o número 2, 3 e 4. Percebi que o autor era J. J. Benítez e que Deus através de Seus mecanismos, estava me convidando a fazer outra viagem. Fui ao sebo em busca do número um para dar início a jornada pelo começo. Esta também é outra característica minha. Sempre inicio a leitura/viagem pelo começo, não gosto de procurar cenas ou trechos especiais pela metade ou fim do livro. Gosto de ver todo o trabalho que o autor teve de apresentar o que eu vou ler, desde os agradecimentos. Chegando ao sebo percebi que a série vai mais além, encontrei outros números que adquiri. Mas não encontrei o primeiro. Por outro lado encontrei outros livros do mesmo autor, como este que citei no início e que motivou a confecção deste texto.
Benítez começa me levando para o rio Jordão onde Jesus foi batizado por João. Era um Jordão atual, cheio de artefatos de guerra. Ele mostrou o rio Jordão turvo e prenhe de chuvas e que arrastava a sua história com pressa. Para chegar até ele era preciso atravessar dunas cinzentas e sinuosas, além do enferrujado labirinto de arames farpados que as coroavam. Era uma jornada extenuante pelos despenhadeiros vermelhos que amuralham o Mar Morto, sempre a procura de um indício, de uma cor ou de uma sensação que porventura falassem de Jesus. Ele fala da irrefreável necessidade de andar à beira do Jordão. A tarde de primavera, violeta e aprazível, escapava em direção aos cumes de Moabe (faixa de terra montanhosa na Jordânia). Ele queria receber o crepúsculo na solidão de umas águas que, sem dúvida, sabiam mais do que ele sobre o Filho do Homem. Pretendia apenas sonhar. Imaginar o admirado Jesus entre os verdes leques de juncos. Ouvir o adejar do seu manto ao vento. E talvez, quem sabe, o eco de Sua voz profunda e acariciadora, silenciando suas próprias ansiedades.
Vejo assim, com a leitura do início deste livro, a viagem maravilhosa que vou fazer na carona de Benítez, nos lugares por onde Jesus andou, na procura de entender hoje o que Ele foi ontem, da realidade material dos seus passos espirituais.