Na procura de dar seguimento às lições do Cristo, verifico que na parábola das sementes existe uma boa orientação quanto a isso. Ele diz que as sementes são as palavras de Deus. Para isso ele veio, para distribuí-las em todos os corações, sem nenhuma exclusão, todos teriam oportunidade de recebê-las. Mas ele sabia que esse recebimento seria aceito de forma diferente por cada um. Existiriam: aqueles que estão à beira do caminho, ouvem a palavra, mas logo vem o demônio na forma de egoísmo intrínseco e aprendido e lhes tira a palavra do coração, para que não creiam nem sigam no caminho da Verdade; aqueles que a recebem em solo pedregoso são os ouvintes da palavra de Deus que a acolhem com alegria, mas não tem raízes, porque creem até certo ponto, e na hora da provação, quando estão sentindo que perdem os prazeres, cuidados e riquezas da vida, a abandonam; aqueles que a recebem entre os espinhos são os que ouvem a palavra, mas prosseguindo o caminho são sufocados pelas críticas, acusações, ridicularizações e ameaças, e assim a abandonam; aqueles nos quais a semente cai em coração adubado e preparado, são os que ouvem a palavra com coração reto e bom, retêm-na e dão frutos pela perseverança. Mesmo que sintam o impacto das “pedras” e dos “espinhos” em seu caminho, já não desviam de sua rota por esses motivos e são capazes de produzir os frutos desejados.
Este trabalho de semeadura é feito até hoje. A semente é lançada de forma ampla por diversas pessoas, templos, igrejas, centros espíritas... Mas é importante que a semente germine e dê frutos. Esse é o passo seguinte do trabalho que Jesus iniciou e que agora já estamos aptos em fazer frutificar e colher. Temos que partir da teoria (semeadura) para a prática (colheita).
Ao aplicar o meu comportamento da semeadura, de falar sobre a palavra de Deus, sobre o Amor Incondicional, para a colheita dos frutos, é importante que eu coloque na prática esse Amor Incondicional dentro de todos os meus relacionamentos. Para isso Jesus me forneceu uma bússola comportamental de máxima eficácia para que eu não me perca nos labirintos do egoísmo: “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo”.
Foi assim que comecei a minha jornada, no trabalho de frutificar para depois vir a colher. De início de forma inconsciente, e acredito que tenha recebido uma bagagem espiritual importante de minhas vidas anteriores. Comecei colocando o Amor Incondicional na estrutura rígida do meu casamento e assim abri a perspectiva do Amor poder se difundir por diversos corações e obter frutos palpáveis como os filhos. Depois, na relação com o próximo, terminei por voltar a me envolver no trabalho comunitário, dessa vez de forma clara, como um comunitarismo cristão. A semente germinou no solo da comunidade que foi transformada em seara do Senhor. Cada um dos companheiros foi convocado pelo Pai e depende de cada um a permanência no serviço, mesmo com todas as dificuldades que cada um apresente, inclusive eu. Hoje tenho plena consciência de esse trabalho ser o projeto que o Pai deseja para todos, de formar o Reino dos Céus. Observo o empenho de todos os trabalhadores que se aproximam dessa seara, mesmo não entendo nem aplicando com profundidade o Amor Incondicional, estão por ele fascinados e procuram também seguir a vontade do Pai, de acordo com as orientações do Mestre Jesus.
Quando o trabalho inicia começamos a ver a influência do Pai na orientação de cada um para o sucesso da missão. Todas as circunstâncias o Pai aproveita para que possamos sentir a Sua mão na direção dos trabalhos. São livros que Ele coloca à nossa disposição, situações e pessoas com opiniões significativas, e até em nomes de ruas começamos a ver algum grau de significado. Foi assim que eu passei a observar que a principal rua no interior do bairro que se constituiu na seara do Senhor, tem o nome de Rua do Motor. Até agora tudo parece convergir para essa Rua se tornar o centro do trabalho no bairro, de ser o “motor” para a construção dessa célula do Reino de Deus.
Percebendo isso fiquei curioso em ver se existe alguma relação deste trabalho que iniciamos na comunidade com o nome das ruas onde moram as minhas companheiras mais próximas, inclusive a minha própria rua. Desenvolverei amanhã esse trabalho, pois o tempo de hoje já foi expirado.