Recebi uma lição profunda do Mestre Jesus através do livro de J. J. Benítez, “Operação Cavalo de Tróia”. Jesus foi abordado por Pedro e Tiago que se empenhavam em uma polêmica a respeito do perdão. Pedro então procurou o Mestre e tomou a palavra:
- Mestre, Tiago e eu não estamos de acordo sobre teus ensinamentos com respeito a redenção do pecado. Tiago afirma que tu nos ensinas que o Pai nos perdoa até antes de pedirmos. Eu sustento que o arrependimento e a confissão devem preceder o perdão. Qual de nós está certo?
Foi então que Jesus deu a resposta que constituiu uma grande lição para mim e aprofundou minha compreensão sobre o ato de perdoar do Pai e consequentemente o modelo de comportamento que devo ter se quero ser a imagem e semelhança dEle, assim como Ele nos criou na origem:
“Meus irmãos, errais em vossas opiniões porque não compreendeis a natureza das íntimas e amorosas relações entre a criatura e o Criador, entre os homens e Deus. Não alcançais o conhecimento da simpatia compreensiva que os pais sábios têm para com seus filhos imaturos, e às vezes, equivocados.
“É verdadeiramente duvidoso que um pai inteligente e amoroso necessite alguma vez perdoar um filho normal. Relações de compreensão, associadas com o Amor, impedem, efetivamente, essas desavenças que mais tarde requeiram o reajuste e o arrependimento por parte do filho e o perdão por parte do pai.
“Digo-vos que uma parte de cada pai vive no filho. E o pai desfruta de prioridade e superioridade de compreensão em todos os assuntos relacionados com o filho. O pai pode ver a imaturidade do filho por meio de sua própria maturidade: a experiência mais amadurecida do velho.
“Pois bem, para com os filhos pequenos, o Pai celestial possui infinita simpatia e compreensão amorosa. O perdão divino, portanto, é inevitável. É inerente e inalienável à infinita compreensão de Deus e a Seu perfeito conhecimento de tudo quanto concerne aos juízos errôneos e opções equivocadas do filho. A divina justiça é tão eternamente justa que inclui, inevitavelmente, o perdão compreensivo.
“Quando um homem sábio entender os impulsos íntimos de seus semelhantes, amá-los-á. E quando amardes vosso irmão, já o tereis perdoado. Esta capacidade de compreender a natureza do homem e perdoar seus aparentes equívocos é divina. Em verdade, em verdade vos digo que, se fordes pais sábios, esta deverá ser a forma de amardes e de compreenderdes vossos filhos. E até os perdoareis quando um desacordo momentâneo houver-vos separados.
“O filho, sendo imaturo e falto de compreensão quanto a profunda relação pai-filho, terá frequentemente uma sensação de separação diante de seu pai. Mas o verdadeiro pai nunca admitirá esta separação.
“O pecado é a experiência da consciência da criatura; não faz parte da consciência de Deus.
“Vossa falta de capacidade e de vontade de perdoar vossos semelhantes é a medida da vossa imaturidade e a razão dos fracassos na hora de alcançar o Amor.
“Mantendes rancores e alimentais vinganças na proporção direta da vossa ignorância sobre a natureza interna e os verdadeiros desejos de vossos filhos e do próximo. O Amor é resultado da divina e íntima necessidade da vida. Fecunda-se na compreensão, nutre-se do serviço generoso e aperfeiçoa-se na sabedoria.”
Com esta lição do Mestre ingressei num novo estágio de compreensão. Talvez a partir de agora eu não fique tão irritado quando perceber os pecados de meus irmãos, principalmente quando atingem a minha forma de conduzir o Amor, quando estão hipnotizados pelas forças do amor romântico ou qualquer outra energia que leve os seus pensamentos para o campo do egoísmo, o verdadeiro antagonista do Amor. Devo considerar que eu sou o “irmão mais velho”, com mais sabedoria, mais próximo do Pai, e portanto que deverei ter a compreensão suficiente para exercer o perdão compreensivo, aquele perdão que não necessita de ser pedido para ser dado. Irei compreender que o meu irmão menos amadurecido sofrerá constantemente essa sensação de separação, de ser inútil, de ser ironizado frente ao pai. Mas, se eu estou na posição do pai, irei compreender tudo isso e não admitirei a separação. Com esta capacidade de compreensão da natureza humana e de perdoar os aparentes equívocos, adquiro um maior brilho para a minha alma, uma maior aproximação de Deus.
Agradeço ao Mestre por estas lições, que mesmo Ele tendo vindo há mais de 2000 anos à Terra, no plano material, continua a nos instruir de forma tão sublime e profunda que não encontramos nos melhores autores da filosofia mundial. Cada vez mais compreendo porque Ele disse que era o Caminho, a Verdade e a Vida.