Após a eleição da atual presidente do Brasil, olhando o mapa dos resultados dos votos em todas as regiões, podemos constatar que sua eleição foi devida aos votos das pessoas mais humildes e que sofrem a perversidade da ignorância. Todo raciocínio aplicado às condições de governabilidade do país mostravam que era necessária a mudança no governo, pois esse se havia infiltrado por atos de corrupção em todos os níveis, escancarada, e que sangravam as veias produtivas da nação, construindo fortunas particulares e a consolidação de um poder através do aparelhamento partidário das instituições democráticas. É inegável que os benefícios sociais aplicados para mitigar a miséria do povo, era e continua sendo necessário, mas isso não pode justificar a “farra” autoritária com o dinheiro público, que alimenta também a ociosidade e a sanha de grupos perversos, interesseiros e violentos. O povão, vítima da ignorância e necessitando das migalhas para a sobrevivência, tornou-se a massa de manobra perfeita para ser utilizada no resultado das urnas, e assim sustentar um poder que a razão mostrava estar corrompido.
A primeira reação ao se constatar esse fato é acusar os ignorantes do mal que eles causaram. Mas como condenar uma criança inocente da ignorância de derrubar uma vela e incendiar sua casa? É a mesma situação dos nossos irmãos ignorantes, que num dia enchem as ruas dizendo da necessidade de mudança na podridão que contagiou o sistema político, e no outro dia apoiam com seu voto esse mesmo sistema. A nossa primavera tropical apenas sinalizou mais um inverno prolongado!
Mas a condenação dos nossos irmãos ignorantes não é a atitude mais correta. O correto é levar até eles a luz da verdade e libertá-los dessa ignorância. Mostrar que o auxílio que eles recebem é tirado de um capitalismo gerador de lucros e que paga impostos, com base no trabalho de todos que participam do esforço produtivo da nação, do Produto Interno Bruto, e não exclusivamente de quem é detentor de um cargo eletivo em qualquer nível.
Explicar que todos aqueles que ganham sem trabalhar, significa que alguém trabalhou sem ganhar. É semelhante aquela esmola que damos ao pedinte da esquina que nos estende a mão. No caso, o Estado pratica a caridade com o dinheiro público, mas os cidadãos que dão e os que recebem não querem a perpetuação dessa situação. Querem que cada cidadão tenha igual oportunidade de garantir a sua sobrevivência e da sua família com o suor do próprio trabalho. A não ser que o indivíduo tenha se deteriorado moralmente e agora exige essa “esmola” de forma permanente.
Essa ajuda temporária deve ser uma amostra do reconhecimento na forma de poder de estado, da nossa incapacidade de ter gerado uma sociedade justa até este momento. Mas que isso não tenha o sentido da perpetuação, de privilegiar o ócio, ou de ver quem o entrega como um Robin Hood tupiniquim, pois esse pode ser quem mais enriquece ilicitamente e fortalece suas estruturas de poder coercitivo.
A riqueza deve ser um ideal a ser alcançado, mas com justiça e muito trabalho; nunca com desvio de dinheiro público, qualquer que seja a manobra empregada para viabilizar esse desvio com cara de honestidade.
Este é o desafio que a nação brasileira vai enfrentar nos próximos anos, o esclarecimento da verdade aos nossos irmãos embrutecidos pela ignorância, com amor e paciência. Mesmo que sejamos atingidos pela ignorância e que isso faça doer a nossa alma, devemos pensar como o Cristo, que eles fazem assim por não saberem.
O Amor é a maior força do universo, tem consigo a Verdade e a Justiça. Portanto, mesmo que soframos alguma injúria, se não formos cooptados pelo poder que amedronta ou que bajula, estamos certos, estaremos nas fileiras do Cristo, mesmo que Suas lições, apesar de tão bem defendidas em público, tão pouco são aplicadas na prática.
Sabemos que o poder ainda corrompe os fracos que ainda somos, mas a voz do povo deve se tornar a voz de Deus, e não a voz autoritária e corruptora do poder como aconteceu há 2.000 anos com a eleição de Barrabás.