Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
05/12/2014 23h55
DIVÓRCIO

            Resolvi falar com um advogado e providenciar a extinção do meu casamento com o divórcio. Acabar com essa instituição que eu não acredito, o casamento, e que por ingenuidade entrei nele por uma segunda vez. Faço agora uma reflexão de toda essa trajetória em minha vida, do casamento ao divórcio.

            Dentro dos meus sonhos de adolescente, que não sabia ainda das forças da Natureza que iriam operar sobre mim, eu imaginava que iria encontrar a mulher dos meus sonhos, casar com ela e sermos feliz para sempre. Eu pensava que esse “encontrar a mulher dos sonhos” tinha algo de mágico, algo que iria exercer o seu efeito sobre mim e a ela, minha escolhida e então a felicidade seria alcançada daí para frente. Não pensava que esse encontro não tinha nada de mágico. Era simplesmente a força da Natureza operando em nós através dos instintos em busca da reprodução e sobrevivência da espécie. A força desses instintos estava estruturada sobre o egoísmo do indivíduo desejar sempre aquilo que o beneficia, mesmo que o prejudicado seja uma pessoa tão íntima como a esposa.

            Logo depois do casamento eu comecei a perceber essa força instintiva da reprodução agindo sobre mim, despertando interesses por outras mulheres capazes de reproduzir os meus gens. Claro que isso não surgiu da primeira vez e dessa forma tão acadêmica. Surgiu com sutileza na forma de um romantismo. Felizmente eu possuo um forte senso de justiça e jamais iria fazer alguma coisa que não desse o mesmo direito a minha esposa, pudesse ser o que fosse, até um comportamento tão cheio de tabu, de preconceitos. Mas consegui vencer tudo, os tabus e os preconceitos. Mudei meus paradigmas de vida e passei a considerar o meu casamento como aberto, onde tanto eu como minha esposa podíamos nos relacionar intimamente com outra pessoa.  

            Minha primeira esposa não conseguiu levar adiante essa proposta e terminou por me expulsar de casa e se divorciar. Cai no segundo erro, agora bem consciente, tanto eu como a minha nova companheira. Mesmo assim tentamos viver juntos e casados. Mais uma vez a minha nova esposa não conseguiu suportar essa forma diferente de me comportar e fui expulso mais uma vez de casa.

            Agora, mesmo separados, não desmanchamos o casamento e ele continua a exercer os seus efeitos sobre nós até este momento. Percebi cada vez mais que esse casamento deveria acabar e terminar de exercer os seus efeitos sobre nós, uma vez que nenhum de nós tem interesse de reativá-lo, sabendo cada um como pensa e que não existe a possibilidade de mudança de pensamento e comportamento por parte de nenhum de nós.

            Considero agora a lei do Divórcio como uma necessidade quando se forma no casal incompatibilidades como se formou entre mim e minhas duas esposas, em tempos diferentes. Sabendo de tudo isso seria de total incoerência voltar a casar outra vez, pelo contrário digo a todos as suas características e da força moral necessária de quem deseja casar.

            O Divórcio assim me deu a necessária liberdade social para que eu possa me associar das mais diversas formas com qualquer pessoa que eu queira. Acredito que num futuro onde os homens consigam se relacionar na base do Amor, esse artifício legal do Divórcio deixe de ser necessário.

            Uma nova moral deve superar esta que vivemos agora, que nos aproxime com justiça de todos que nossos instintos sinalizarem como positivo. Assim iremos estar mais próximos da construção do Reino de Deus ensinada por Jesus e esperada pelo Pai.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 05/12/2014 às 23h55