Depois de ter feito o texto de ontem e avaliar o que escrevi, inclusive a dúvida sobre o que Deus queria me ensinar com tantas alterações no que foi planejado durante o fim de semana, percebi que aconteceu um fato interessante no contexto geral. As minhas três companheiras foram envolvidas no problema, como pode ser lido no texto do dia anterior. Será que isso é o que Deus queria que eu fizesse, uma reflexão? Queria que eu avaliasse o tipo de família ampliada que eu quero construir com base no Amor Incondicional?
Existe o projeto dessa família ampliada na minha consciência, que acredito que o Pai está de acordo. Imagino que ela funcione com todos os envolvidos vivendo em harmonia, que tenham ou não intimidades sexuais, isso só diz respeito aos dois envolvidos. O sexo é simplesmente uma ferramenta da Natureza para a aproximação dos corpos, pode ou não existir, não é obrigatória a sua existência. A convivência pode ser feita em casas separadas, uma vez que o comportamento emocional não suporte a presença de outra pessoa de características íntimas no mesmo espaço físico. Nenhum terceiro pode exigir que o seu parceiro não se envolva com alguém, quando esse assim considerar conveniente. Se acaso o fato o deixa incomodado, para não gerar conflitos ou sofrimentos emocionais, não deve nem ser conhecido, a caixa preta deve funcionar para que seja evitado sofrimento ou geração de desarmonia no relacionamento. E quando a pessoa souber de um relacionamento íntimo com outra pessoa a partir de terceiros, compreender que isso é um fato que ela já entendia que podia acontecer, que não é uma traição, que faz parte de um acordo prévio para uma convivência familiar em outro molde, que não é motivo para nenhuma crise de desarmonia por mais forte que seja o sofrimento que isso provoque. Estou pronto para assumir a evolução dessa nova forma de construção da família ampliada, acolhendo com afeto e harmonia todos os possíveis companheiros que minhas companheiras considerem conveniente incluir.
Esta é a minha compreensão sobre esse tipo de relacionamento que caracteriza a família ampliada e para o qual já possuo o devido preparo intelectual e emocional. O transtorno do fim de semana foi a forma do Pai mostrar que tipo de relacionamento existe atualmente e o quão distante ainda se encontra do ideal que imagino. Também para verificar se tenho inteligência para identificar as falhas e forças para corrigi-las.
Minhas três companheiras apresentam fortes dificuldades em assumir com franqueza e harmonia, de coração sintonizado com a solidariedade mútua, esse tipo de relacionamento. Sabem com clareza todo os paradigmas desse tipo de relacionamento familiar e tentam se adaptar a ele, mas os instintos egoístas associados à cultura que vivemos impedem a harmonia desejada e necessária.
As minhas amigas de Caicó podiam ter me dado um apoio mais eficiente se eu tivesse disposição de procurá-las, de interagir com elas; a minha amiga de Brasília que estava em Natal, não fiz um esforço maior para estar com ela e interagir inclusive na discussão teórica do Amor, assunto que ela desenvolve em sua tese acadêmica; ficar com qualquer amiga minha em meu apartamento sem ter que prestar contas de exclusividade a ninguém. Talvez tenha sido isso que o Pai tenha querido me mostrar, que eu devo ser mais forte na defesa dos princípios que eu já apresentei pra Ele, para eu não corra o risco de ficar enredado em desejos egoísticos que estão presentes em todas as mulheres do meu relacionamento. Mesmo que elas se aproximem de mim devido as características da família ampliada, do amor inclusivo, ao sentirem que estão acobertadas por esse amor tentam isolar as outras e garantir algum tipo de exclusividade. Nenhuma delas até agora ouviu o que tanto eu digo, fazem apenas escutar. Nenhuma procura amar as outras como irmãs especiais, pois amam a mesma pessoa que também é objeto do seu amor. Pelo contrário, deixam desenvolver em seus corações uma raiva súbita, crescente e destruidora da harmonia e da fraternidade.
Esta é a família ampliada que o Pai mostrou que eu construí. Uma família corrompida pela raiva e desarmonia de uma companheira com as outras; que não conseguem ficar harmonicamente juntas as três; que não conseguem tolerar a introdução de quantas outras cheguem enviadas pelo Pai (Natureza) com intenções de seguir pelos caminhos que elas já seguem.
Isto foi o que o Pai mostrou para mim e fica agora a pergunta dEle em minha consciência: consegues corrigir tudo isso, Francisco?