Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
13/12/2014 00h59
CAPITALISMO, MARXISMO E CRISTIANISMO

            O capitalismo tem sido muito criticado pela procura do lucro em detrimento da fraternidade humana. Foram desenvolvidos outras formas de sistemas financeiros como o socialismo e comunismo, de orientação marxista, mas sempre se mostram tão frágeis quanto o capitalismo na contaminação pelo egoísmo e deterioração da condição humana.

            A teoria marxista surgiu da reflexão crítica e científica sobre os mais diversos e importantes movimentos dos trabalhadores para entender a economia capitalista e como os oprimidos são formados. O marxismo pretende ser um movimento crítico que faz a reflexão sobre seus próprios erros e assim se diferenciar do positivismo que é acusado de estático e conservador.

            O cristianismo é a maior expressão religiosa do ocidente, surgiu antes do capitalismo e do marxismo e é fundamentado na vida e ação de Jesus Cristo. O ideal da vida cristã é a partilha, a comunhão, e assim surge o sentido de comunidade com os outros, sem a exploração, injustiça e dominação que podem ser vistos no capitalismo e nos sistemas de orientação marxista, socialismo e comunismo.

            No entanto, logo no século VI, no reinado de Constantino, imperador romano, o cristianismo começou a ser usado como ideologia a serviço da dominação. Com o advento do capitalismo, aqueles que se tornaram burgueses tentaram conciliar sua forma de vida parasitária com a fé cristã. Os capitalistas mais autênticos se assumiram como liberais e se contrapuseram à Igreja, na tentativa de superar o cristianismo. No entanto, mesmo os capitalistas autoproclamados cristãos assim como aqueles que se identificam como liberais, não aplicam a solidariedade cristã e sim o acúmulo pessoal com o sacrifício da maioria. Os sistemas marxistas que identificam essas falhar e tentam corrigir muitas vezes pela força, terminam caindo no mesmo erro: acumulação pessoal com o uso da mentira para a manipulação das massas.

            A luta política para colocar em prática qualquer um desses sistemas financeiros tende a escamotear o cristianismo como um mero movimento religioso preocupado apenas com as coisas espirituais. Mas não posso negar que o cristianismo também é um movimento político na sua essência, onde o nosso líder foi morto como preso político por defender ideias que contestavam a estrutura injusta da sociedade; e se vejo que até hoje as pessoas que pretendem continuar as ações do Cristo como papas são os maiores líderes de uma Igreja, chefes de um Estado, o Vaticano, que em toda sua história organiza movimentos políticos em todo o mundo?

            Assim, todo cristão que pretende ser autêntico e viver o Evangelho de forma coerente, desagrada aqueles que oprimem ou enganam o povo.

            Todos os partidos políticos até o momento, que expressam o pensamento da Esquerda (marxismo) ou da Direita (Capitalismo), terminam por se tornar no poder contraditórios e hipócritas, autoritários e opressores, mesmo assim tentando manter a aparência de “cristãos devotos” na sociedade, na maioria das vezes.

            A única forma de sair dessa gangorra de hipocrisia e perversidade social é assumir o cristianismo como sistema político sem associação com qualquer sistema financeiro, mas que possa aplicar qualquer um deles de acordo com a Democracia, desde que não oprima a sociedade, que aplique a justiça integral, e não deixar que ele sirva de ideologia a serviço da dominação. Devemos seguir os passos, lições e ações de nosso líder, que dizia ser o Caminho, a Verdade e a Vida; que defendia que todos tinham direito a vida, e vida em abundância.  O cristianismo não pode ser um mero coadjuvante da história e sim o seu protagonista, pois é a partir dele que nos aproximaremos da utopia do Reino de Deus.  

Publicado por Sióstio de Lapa
em 13/12/2014 às 00h59