Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
27/12/2014 00h59
ZARATUSTRA

            Encontrei Zaratustra no primeiro texto do livro “Cartas da Humanidade”, compilado e traduzido por Márcio Borges. O texto tem data provável em torno de 6.000 aC e o compilador da obra explica que as influências espirituais de Zaratustra sempre afetaram o pensamento e o raciocínio humanos. Sua meta era mostrar aos homens nossa conexão com uma criação e nossa ligação com uma fonte única. Fiquei curioso em aplicar essas lições ao meu comportamento e ver se há alguma sintonia. Coloco os versos abaixo na íntegra para interpretá-los depois.

            1.

            Agora falarei com aqueles que me ouvirem

            De coisas que o iniciado deveria se lembrar,

            Elogios e oração da Boa Mente ao Senhor

            E a alegria que verá na luz quem se lembrou dele – o Bem.

            2.

            Ouvi com vossos ouvidos aquilo que é o Bem Soberano;

            Com a mente clara olhai para os dois lados

            Entre os quais cada homem tem que escolher para si.

            Alertas de antemão, que o grande teste seja cumprido em nosso favor  

            3.

            Ora, no princípio os espíritos gêmeos declararam sua Natureza,

            O Melhor e o Mal,

            Em pensamento e palavra e ação. E entre os dois

            Os sábios escolhem certo, mas não os tolos.

            4.

            E quando estes dois espíritos vieram juntos,

            No princípio estabeleceram vida e não vida.

            E que, no final, a pior experiência deveria ser para o mau,

            Mas para o íntegro, a Melhor Mente.

            5.

            Destes dois espíritos, o mau escolheu fazer as piores coisas,

            Mas o mais Sagrado Espírito, vestido nos céus mais firmes, uniu-se à Retidão;

            E assim fizeram todos aqueles que se aprazem em agradar o Sábio Senhor

            Por ações honestas.

            6.

            Entre os dois, também não escolheram corretamente os falsos deuses,

            Pois enquanto ponderavam foram atacados pelo erro,

            De forma que escolheram a Pior Mente. Então depressa se uniram à Fúria,

            Pois poderiam por ela depravar a existência dos homens.

            7.

            E a Ele veio a Devoção, com o Domínio, a Boa Mente e a Retidão

            Ele concedeu perpetuidade de corpo e respiração da vida,

            Para que pudessem ser suas, à parte daqueles,

            Como a primeira, pelas retribuições em metal.

            8.

            Quando o castigo a estes pecadores,

            Então, oh Sábio, que o vosso Domínio, com a Boa Mente, seja concedido

            Aos que depuseram o Mal nas mãos

            Da Retidão, oh Senhor!

            9.

            E sejamos nós os que renovam esta existência!

            - Oh sábio, e vós outros Senhores,

            E a Retidão, trazei vossa aliança.

            Que os pensamentos possam vigorar onde a sabedoria for fraca.

            10.

            Então que o Mal deixe de florescer,

            Enquanto aqueles que adquiriram boa fama

            Colham a recompensa prometida

            Na habitação santificada da Boa Mente, do Sábio e da Retidão.

            11.

            Se vós, oh homens, entendeis as ordens que o Sábio deu,

            Bem-estar e salvação para o íntegro

            E sofrimento de longa tormenta para o mau –

            Tudo doravante será para o Melhor.

            São versos de boa ética e espiritualidade, capazes de serem absorvidos pela nossa moral e princípios religiosos. Não vejo dificuldade em acoplar o que acredito e pratico com o conteúdo desses versos.

            Primeiro os versos ressaltam a importância da oração, de conversar com Deus, de ser um ente luminoso. Chama a atenção para apurar os ouvidos e para ver sempre os dois lados da questão. Essa é uma dificuldade que tenho na adaptação aos mais diversos grupos que participo, pois sempre procuro ver o outro lado do que meus amigos procuram evitar de considerar como verdade o que me é oposto. Mas se eu ajo dessa forma é como se tivesse feito a melhor escolha de acordo com meus princípios fundamentais e não por interesse de terceiros. Devo ver na Natureza a presença do Bem e do Mal, como foram colocados lá pelo Criador. A minha escolha deve ser sábia e envolve o pensamento, a palavra e a ação. De que vale eu falar cobre o Bem se meus pensamentos estão voltados para o Mal e na primeira oportunidade eu o pratico? Devo saber que o Bem e o Mal são espíritos gêmeos da Natureza, e se eu ajo com integridade estabeleço em mim e ao meu redor o princípio da vida e não da morte. Pois, se eu sou mal escolho fazer as piores coisas, mas se ajo com retidão sei que estou agradando ao meu Senhor, quando escolho fazer as ações honestas. Devo ter cuidado com as ponderações, pois posso ser atacado pelo erro; mas isso é uma necessidade, a ponderação para ser feito a melhor escolha entre o Bem e o Mal. A devoção a Deus, a disciplina, os bons pensamentos e a retidão nas ações é o que dá o sentido positivo da vida. Assim não agindo posso me deparar com o castigo na forma do sofrimento, perco a aliança com Deus, deixo o Mal florescer.

            Tudo, então é bem aplicado à luz do Evangelho do qual procuro ser seguidor e portanto estou em sntonia.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 27/12/2014 às 00h59