Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
02/01/2015 00h59
POLIAMOR

            Hoje, dia de Confraternização Universal, que parece remeter para o Amor Universal necessário para o Reino de Deus, recebo um recado dEle da forma mais estranha, para ajustar dentro da minha principal missão delegada por Ele, de construir a família ampliada como pré-requisito para a Família Universal.

            Foi uma matéria publicada na revista IstoÉ de 29-08-14, que guardei em algum lugar e hoje descubro debaixo do sofá. Tem o título “Será o fim do tabu da Monogamia?” e logo percebi que era o sinal para que eu fizesse as pontuações práticas do comportamento que idealizo, e que enfrenta os fortes preconceitos culturais. Muitos acreditam que o amor ampliado jamais será possível. A revista mostra exemplos de que isso é viável e já está sendo colocado em prática, talvez não com o viés espiritual que eu coloco sobre a questão. Vejamos o que diz a revista:

            A exclusividade afetiva e sexual é o único dos três pilares ainda inabaláveis do casamento. Os outros dois, o caráter indissolúvel do matrimônio e a heterossexualidade, já caíram por terra, derrubados pela possibilidade do divórcio e o reconhecimento legal das uniões homoafetivas. A monogamia, no entanto, continua sendo considerada a única opção possível para grande parte dos casais. “Vivemos esse padrão há milênios, mas sabemos que na prática, ele pode não funcionar”, afirma a antropóloga e jornalista Maria Silvério, autora do livro “Swing – Eu, Tu... Eles” (Chiado Editora). Apesar de ainda serem vistas com receio, as relações não monogâmicas vêm se tornando uma alternativa para aqueles insatisfeitos em seguir o modelo vigente. Segundo uma pesquisa publicada neste ano no periódico “Journal of Social and Personal Relantionships” 4% a 5% dos americanos se consideram em um relacionamento não monogâmico consensual, embora a maioria prefira esconder a opção. “Essas outras formas de amar não significam que a família vai acabar, tampouco o casamento entre dois indivíduos, mas é importante notar que há uma crise no modelo padrão e que há alternativas”, diz Maria.

            Se para alguns o desejo extraconjugal se limita ao sexo, para outros a necessidade é também emocional. Entre as alternativas à monogamia, a menos difundida é o poliamor. Essa forma de se relacionar admite a possibilidade de se ter duas ou mais relações afetivas e sexuais ao mesmo tempo. Não há dados que contabilizem o número de brasileiros em relacionamentos desse tipo, mas o interesse pelo tema tem crescido e já há até grupos que se encontram regularmente para discutir esse estilo de vida. Um desses é o Pratique Poliamor Rio de Janeiro, foi criado pelo professor de história Rafael Machado, 27 anos. Filho de pai militar, ele cresceu acreditando que a monogamia era a única alternativa. “Até os 17 anos eu tinha uma postura bem moralista, resultado da minha criação. Mas, quando conheci o poliamor, entendi que é natural amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo”, diz. Em um dos poliencontros, Machado conheceu a também professora Sharlenn de Carvalho, 31 anos. Depois de viver um casamento monogâmico por nove anos, ela buscava alternativas. O namoro cm Machado começou com a concordância do ex-marido de Sharlenn, na época casada. “A princípio ele achou a ideia interessante, mas depois pediu prioridade e, então, eu resolvi terminar”, diz a carioca. Hoje ela tem outros dois namorados: o autônomo Mário Silva, 31 anos, amigo do casal, e um rapaz de Belo Horizonte que pediu para não ser identificado. Foi Machado, inclusive, quem apresentou Silva à parceira: “Ter de podar o seu desejo e o desejo do outro é uma violência”, afirma Sharlenn.

            Diferentemente do poliamor, em que todas as uniões têm a mesma importância, o relacionamento aberto é outra opção no leque das relações não monogâmicas e se caracteriza por ter o núcleo de um casal em que ambos saem com outras pessoas. O professor Victor Zellmeister, 27 anos, e a estudante de publicidade Débora Nisenbaum, 22 anos, concordaram em abrir o relacionamento um ano após começarem a namorar e estão juntos há três. “Passamos por várias regras. Em um determinado momento percebemos que as relações humanas não seguem cartilhas, então abolimos tudo. Nossa política passou a ser conversar sempre e encontrar as linhas de conforto de cada um”, diz Débora. Tanto para o relacionamento aberto quanto para swing e poliamor, quem está do lado de fora normalmente se pergunta: e o ciúme? Adeptos desses tipos de relacionamentos dizem que o sentimento é superestimado e ligado apenas à insegurança. Por isso, é possível superá-lo. Mas depende de cada um. Para a antropóloga Mirian Goldenberg, autora do livro “Por que Homens e Mulheres traem?” (Editora BestBolso), as relações não exclusivistas continuarão sendo um desafio. “Conciliar liberdade e segurança é o mundo ideal, mas quem consegue fazer isso? A maioria sofre”, diz.

            Assim como uma infinidade de temas ligados à liberdade sexual, o swing gera ao mesmo tempo curiosidade e preconceito. Se por um lado o casal de “Swingers” não topou revelar suas identidades, por outro eles contaram suas histórias com a animação de quem sabe que vai ter uma audiência interessada em conhecer suas experiências. A visita a uma casa de swing, por si só, é suficiente para atrair a atenção. A reportagem conheceu duas delas na cidade de São Paulo e constatou que é um negócio muito bem organizado. Na pista de dança, o clima é de paquera, com um pouco mais de sensualidade e ímpeto do que uma casa noturna tradicional, visto que o propósito de todos ali está bem claro. Dali, os casais vão para o labirinto, outro espaço onde há ambientes para cada tipo de aventura. Há salas totalmente fechadas, outras equipadas com estratégicos buracos, por onde se pode espiar e inclusive tocar outros casais, bisbilhotar por treliças de madeira, puxar cortinas ou então ficar em volta de uma das camas no meio dos corredores. Salas de cinema, cadeiras, poltronas... Tudo é lugar para tentar uma investida. Se alguém forçar, é expulso. “O lema geral é: ‘onde tudo é permitido e nada é obrigatório’”, diz Maria Silvério.

            Desafiadoras para alguns, opções de vida para outros, as relações não monogâmicas devem angariar cada vez mais adeptos, o que não significa o fim da monogamia, mas apenas um melhor entendimento dessas alternativas. “Os relacionamentos com múltiplos parceiros sempre existiram, mas hoje é mais admissível discuti-los”, afirma o psicoterapeuta Ailton Amélio, da Universidade de São Paulo (USP). “Entretanto, por nos proporcionar um senso de estabilidade e segurança, a monogamia continuará sendo escolhida pela maioria das pessoas”, diz. Para a psicanalista Regina Navarro Lins, autora de “O Livro do Amor” (Editora BestSeller), a tendência é não haver mais um modelo padrão para os relacionamentos. “Acredito que, no futuro, se uma pessoa quiser ficar 40 anos casada, tudo bem. Se outra quiser morar com três parceiros, tudo bem também”, diz. Se o amor for de fato uma construção social, vivemos tempos em que a sociedade já está se encarregando de criar outras formas de vivê-lo.

            A revista também coloca uma breve história da monogamia da seguinte forma:

            IDADE ANTIGA

            A poligamia era até comum em civilizações anteriores, mas a gregos e romanos não era permitido o casamento com mais de uma mulher. Apesar de o conceito estar próximo ao modelo de monogamia atual, há algumas diferenças como o concubinato institucionalizado. Outras mulheres ocupavam papeis similares ao da esposa, e escravas também desempenhavam funções sexuais.

            IDADE MÉDIA

            A partir do século X, se dissemina entre os católicos o ritual de bênção na porta da igreja, seguido de uma missa. No século XIII, é firmada a noção do sacramento e são listados sete, entre eles o casamento (indissolúvel). A Igreja Católica passa a ter papel determinante na defesa do modelo de relação monogâmica e indissolúvel.

            SÉCULO XIX

            Marcado pelas discussões sobre divórcio, igualdade de gênero e movimento feminista, é nesse período que alguns autores, principalmente esquerdistas, começam a fazer os questionamentos sobre a monogamia institucionalizada.  

            DÉCADA DE 1950

            Surgem os primeiros encontros associados à prática do swing, os chamados “Key Clubs” realizados por casais militares na Califórnia, nos Estados Unidos. Neles, os maridos empilhavam chaves aleatoriamente e as esposas pegavam uma delas, cujo dono seria o parceiro sexual da mulher na noite.

            1972

            Escrito pelos antropólogos Nena e George O’Neill, o livro “Open Marriage” traz pela primeira vez o termo “Relacionamento Aberto” com significado que conhecemos hoje: o casal é formado por um núcleo, mas cada parceiro fica livre para se relacionar com outras pessoas. A obra foi considerada revolucionária.

DÉCADA DE 1990

            O primeiro registro de uso da palavra poliamor é de 1990, quando foi criado o “Glossário de Terminologia Relacional”. O grupo que se reuniu para elaborar o documento fazia parte da Igreja de Todos os Mundos, considerada a primeira vertente poliamorista. Em 1997, é escrito um dos livros mais conhecidos sobre o tema, “Polyamore: The New Love Without Limits”, de Deborah Anapol.  

            A revista também lista os tipos mais comuns de relações monogâmicas, como outras formas de amar:

            SWING

            Prática em que casais realizam a troca de parceiros sexuais, de forma consensual, em encontros, festas ou casas noturnas específicas.

            POLIAMOR

            Admite a possibilidade de se ter duas ou mais relações afetivo-sexuais ao mesmo tempo, todas com a mesma importância.

            RELAÇOES LIVRES

            Aceita a multiplicidade de relações afetivas sexuais, e rejeita o conceito de posse ou fidelidade.

            RELACIONAMENTO ABERTO

            Permite que o parceiro ou parceira tenha outras relações afetivas ou sexuais, porém com a condição de serem secundárias.

            Dessa forma a revista cobre as principais formas de relacionamento fora do exclusivismo afetivo e/ou sexual, representado pelo casamento e com aval da Santa Igreja Católica. Vejo que estou dentro do amplo espectro daqueles que se relacionam fora do exclusivismo afetivo, mas, por outro lado não me sinto encaixado em nenhum pelo simples fato de em nenhum eu consigo ver um objetivo espiritual. Todos os relacionamentos citados tem o objetivo de alcançar o prazer sexual ou afetivo dentro de uma harmonia conjugal ou não. O foco principal da minha ação a qual dei o nome de amor inclusivo, é a educação com o uso da verdade para formar uma família ampliada como pré-requisito para a formação da família universal, do Reino de Deus.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 02/01/2015 às 00h59